> >
ES se inspira em Grand Canyon e Iguaçu para concessão de parques estaduais

ES se inspira em Grand Canyon e Iguaçu para concessão de parques estaduais

Para elaborar a modelagem, governo do Estado contratou a consultoria Ernst & Young por R$ 8,6 milhões. A previsão é de que o leilão ocorra no primeiro semestre de 2025

Publicado em 11 de janeiro de 2024 às 08:00

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
Summit 2023
Pedra Azul é um dos parques na lista de concessões. (Carlos Alberto Silva)

Com planos de oferecer à iniciativa privada seis parques estaduais, o governo do Espírito Santo tem no Grand Canyon e Yellowstone, nos Estados Unidos, e no Parque de Iguaçu, no Paraná, as fontes de inspiração para definir o modelo da concessão das áreas.

Para elaborar a modelagem, o governo do Estado contratou por R$ 8,6 milhões a consultoria Ernst & Young, que também vai ajudar a elaborar o edital. A previsão é de que o leilão de concessão ocorra no primeiro semestre de 2025, na Bolsa de Valores B3.

Atualmente, a gestão dos parques estaduais Mata das Flores e Forno Grande, em Castelo; Paulo César Vinha, em Guarapari; Itaúnas, em Conceição da Barra; Pedra Azul, em Domingos Martins; e Cachoeira da Fumaça, situado entre os municípios de Alegre e Ibitirama, é realizada pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e, caso seja firmada a concessão, a área de uso público será gerida pela iniciativa privada.

ES se inspira em Grand Canyon e Iguaçu para concessão de parques estaduais

Após a concessão, os investimentos de infraestrutura poderão ocorrer, por exemplo, em: trilhas, áreas de lazer, sinalização, centros de acolhimento e outras instalações necessárias para o suporte das atividades dos parques.

O secretário estadual de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, explica que os modelos que inspiram o detalhamento da concessão vem dos maiores parques do mundo, considerados os melhores exemplos, como o Parque Nacional do Iguaçu, os parques do Grand Canyon e de Yellowstone, nos Estados Unidos, e modelagens feitas na Austrália, Suécia e Canadá.

O objetivo é seguir o exemplo dos grandes parques, que tiveram uma boa modelagemm do setor público com o privado e funcionam como vetores de desenvolvimento local e sustentável, ajudando ainda a conservação dos parques. Rigoni detalha que em Foz do Iguaçu, por exemplo, 14 municípios são beneficiados pelo parque devido à geração de renda.

Aspas de citação

Nossos parques são maravilhosos e pouco aproveitados em termos turísticos. Ao fazer uma concessão bem-feita, a gente aumenta os investimentos nos parques, bem como serviços turísticos, e consegue equipar o órgão ambiental porque parte da contrapartida é ajudar o órgão a fiscalizar. Os investimentos também geram emprego para a população local e ajudam a desenvolver o turismo

Felipe Rigoni
Secretário estadual do Meio Ambiente
Aspas de citação

Para o vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço, os parques são ativos ambientais e econômicos, capazes de contribuir com o desenvolvimento regional.

“O Parque Nacional do Iguaçu é uma área ambiental muito protegida, que produz riqueza ao povo do Paraná. A concessão de parques é uma alternativa promissora, com gestão qualificada para garantir a preservação e modelar atividades econômicas sem riscos, conforme planos de manejo bem regulamentados. Ecoturismo, com envolvimento e participação das comunidades locais, promovendo o desenvolvimento de infraestrutura sustentável e inclusiva”, destaca.

Os parques concedidos

Parque Estadual da Pedra Azul(Rita Benezath)

  • Mata das Flores, Castelo;
  • Forno Grande, Castelo; 
  • Paulo César Vinha, em Guarapari; 
  • Itaúnas, em Conceição da Barra; 
  • Pedra Azul, em Domingos Martins; 
  • Cachoeira da Fumaça, no limite entre os municípios de Alegre e Ibitirama

O estudo

Apesar do estudo contemplar a modelagem dos seis parques, eles não devem ser concedidos em um único lote. Felipe Rigoni afirma um bloco pode reunir, por exemplo, uma ou mais unidades.

"Quem vai dizer é a modelagem. O estudo vai apontar no que se pode investir, em quanto tempo, as obrigações de investimento, a estimativa de visitantes e aumento da visitação das próprias comunidades no entorno", detalha.

A modelagem também vai apontar as possibilidades de cobrança de bilheteria ou outras fontes de receita, como alimentação, bebidas, comércio e até hospedagem. Rigoni ressalta que a as comunidades locais não devem pagar para acessar os parques.

Segundo ele, a previsão é aumentar o número de pessoas que trabalha nos parques, o que vai possibilitar receber mais visitantes. Rigoni cita que hoje a Pedra Azul, por exemplo, recebe 150 visitantes por dia no agendamento para as trilhas porque é a quantidade que a equipe atual consegue atender. Com a concessão, a visitação poderá ser ampliada e outras atividades podem ser incluídas.

Grand Canyon(National Park Service)

Pioneirismo americano

Yellowstone e Grand Canyon

O primeiro parque nacional do mundo é Yellowstone (Estados Unidos), um marco na história de proteção de áreas naturais, segundo informações do Ministério do Meio Ambiente. Inaugurado em 1872, o parque também foi pioneiro na concessão da reserva à iniciativa público-privada, aliando uma natureza preservada e exuberante a uma estrutura impecável. Desde então, o modelo de exploração sustentável da atração é reconhecidamente o de melhor custo-benefício para a natureza, turistas e moradores locais. O parque é administrado pela empresa Xanterra, que também administra o Grand Canyon, outro destino famoso nos Estados Unidos.

Parque Nacional do Iguaçu

O parque que abriga as Cataratas do Iguaçu é considerado exemplo de como a iniciativa privada para ajudar na preservação e desenvolvimento econômico. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), os visitantes gastaram cerca de R$ 2,4 bilhões nos municípios de acesso ao parque e florestas. A contribuição total desses gastos para a economia nacional foi de cerca de 90 mil empregos, R$ 2,7 bilhões em renda, R$ 3,8 bilhões em valor agregado ao PIB e R$ 1,1 bilhão em impostos. Um estudo do instituto mostrou que cada R$1 investido no ICMBio em 2018 produziu R$ 15 em benefícios econômicos para o Brasil.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais