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Publicado em 25 de setembro de 2025 às 09:30
O Espírito Santo já registrou 41 casos de furtos e roubos de cargas este ano, em números consolidados até agosto. Em todo o ano de 2024, houve 68 crimes desse tipo no Estado. Entre as ocorrências neste ano, a maior parte envolve produtos alimentícios, que correspondem a 26,8% dos registros. Em seguida, aparecem bebidas e cargas fracionadas, ambos com 7,3%.>
Dados do Observatório da Segurança Pública mostram que a maior parte dos crimes ocorre na madrugada, com 39% dos casos, seguido do período da manhã, com 24,4%. Em relação ao local onde ocorreu o roubo ou furto, 20% dos casos registrados foram na BR 101. Ao analisar por região, 48,8% das ocorrências foram no Sul e 36,6%, na Região Metropolitana da Grande Vitória.>
Esses crimes, relacionados sobretudo ao comércio eletrônico, foram palcos de debate no VII Fórum de Segurança – Prevenção e Combate ao Furto e Roubo de Cargas, na manhã desta quinta (25), no Hotel Ilha do Boi. Em todo o Brasil, furto, roubo e saque de cargas resultaram em um prejuízo estimado em R$ 1,2 bilhão para as empresas, com 10.478 casos registrados em 2024.>
Superintendente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas & Logística no Espírito Santo (Transcares) e um dos palestrantes, Mario Natali destaca a preocupação com o crescimento do roubo de cargas nas cidades.>
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“O e-commerce teve seu boom na pandemia e é uma realidade. As pessoas se habituaram a comprar pela internet. O resultado disso é o aumento do fluxo de mercadorias circulando, principalmente em veículos menores, com entregas mais pulverizadas e em horários variados. O outro lado dessa mesma moeda nos apresenta alguns pontos de vulnerabilidade. Com o maior volume de cargas em circulação, dispersão de rotas e pontos de entrega, fica mais difícil o planejamento da segurança. Veículos menos robustos são mais fáceis de serem abordados. E as mercadorias (eletrônicos, roupas, perfumes) são um atrativo à parte devido ao alto valor e fácil revenda”, enumera Natali, que vai mostrar, em sua apresentação, as ações de integração no combate ao roubo de cargas no Estado.>
O aumento dos saques de cargas, por sua vez, é consequência de uma mudança na prática do crime, segundo o delegado de Roubo de Cargas do Estado, Christian Carvalho Waichert. Se até ano passado o que mais acontecia eram os furtos durante a madrugada, os principais casos deste ano foram saques após acidente com carga.>
“Reduzimos em 18,6% a quantidade de furtos – são 35 este ano contra 44 do ano passado. Mas notamos essa migração do furto para saque, com a Região Sul puxando pra cima as ocorrências. Fizemos operações locais e observamos que se trata de um crime de ocasião, noticiado por grupos de WhatsApp, e que gera uma enorme mobilização. E ainda sobre o tema, é importante lembrar que, na divisa do Estado com o Rio de Janeiro, acontece muito saque. Ou seja, estamos tratando de um crime que transcende o limite do Estado.”>
Como o Sudeste continua liderando o ranking de casos, respondendo por 83,6% dos crimes em 2024, o fórum capixaba vai reunir representantes de entidades de São Paulo, Rio e Minas Gerais. Estarão aqui o vice-presidente de Transporte e Segurança da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), Roberto Mira; o diretor de Segurança do Sindicarga (Sindicato do Rio), Marcelo Turbo; e o assessor de Segurança Fetcemg (Federação do Transporte de Cargas de Minas), Ivanildo dos Santos. >
Para divulgar e debater números e ações em curso no Espírito Santo, além de Mario Natali e Christian Carvalho Waichert, haverá a presença do tenente-coronel Johnny Jihei Tanaka, da Diretoria de Inteligência Polícia Militar, e o inspetor Thiago Rangel, da seção de Operações da Polícia Rodoviária Federal.>
VII Fórum de Segurança – Prevenção e Combate ao Furto e Roubo de Cargas
Quando: Quinta-feira, 25 de setembro
Horário: das 8 às 12 horas
Local: Hotel Ilha do Boi, em Vitória
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