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Publicado em 12 de janeiro de 2021 às 18:48
- Atualizado há 5 anos
O anúncio de que a Ford está encerrando a produção de veículos no Brasil após 100 anos da instalação da primeira fábrica no país pegou de surpresa os proprietários de carros da marca. As maiores preocupações são quanto a reposição de peças, manutenção, revisão e desvalorização dos automóveis. >
O fechamento das fábricas em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), para carros da Ford, e Horizonte (CE), para jipes da Troller, foi anunciado pela montadora nessa segunda-feira (11) e afeta a produção dos modelos Ka, EcoSport e Troller T4, que terão as vendas interrompidas após o término dos estoques. >
De acordo com o comunicado da Ford, a decisão foi tomada no processo de reestruturação global da marca e que o fechamento das fábricas acontece após anos de redução das vendas no País. Em 2019, a Ford encerrou as atividades na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e deixou de vender o modelo Fiesta. Dessa forma, serão vendidos no Brasil apenas modelos importados, principalmente das unidades fabris de Argentina e Uruguai. >
Apesar da repentina decisão, a presidente da Organização Internacional de Associações de Consumidores de Língua Portuguesa (Consumare), Maria Inês Dolci, disse, em entrevista à rádio CBN Vitória nesta quarta-feira (12), que a empresa deverá se responsabilizar por futuros defeitos e garantir a manutenção dos veículos e reposição das peças daqueles que já estão em circulação no Brasil e que venham a ser vendidos após o anúncio. >
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“O Código de Defesa do Consumidor traz esse compromisso de que fabricantes e importadores assegurem a oferta de peças enquanto fizerem a fabricação ou importação. Quando esse serviço é encerrado, essas empresas têm o compromisso continuar com a oferta por um tempo razoável. Nesse sentido, temos que considerar que um automóvel é um bem caro e durável. A oferta de peças e a manutenção desses veículos deve ser mantida como estabelece a lei do consumidor para que continuem circulando sem comprometer a segurança.”, esclareceu a especialista. >
Maria Inês cobra ainda que, da mesma forma que o comunicado de encerramento das atividades foi publicizado, a montadora deve fazer esforços para que os consumidores saibam das ações dela em relação aos compromissos assumidos junto a órgãos do governo para assegurar que os donos de veículo continuem assistidos. >
“O consumidor comprou um produto caro e as peças dele não podem ter vida útil inferior à do automóvel. Não garantir a reposição dessas peças pode ser considerada uma infração do Código de Defesa do Consumidor. A solução adequada é que a empresa informe adequadamente quais serão as consequências da retirada das fábricas do Brasil”, alertou Dolci. >
No comunicado que informou sobre o fechamento, a montadora diz que não deixará os donos de veículos desassistidos: “A Ford mantém assistência total ao consumidor com operações de vendas, serviços, peças de reposição e garantia para seus clientes no Brasil e na América do Sul”.>
A multinacional afirmou ainda que manterá a produção de peças para garantir assistência para quem já tem os veículos que sairão de linha. "A produção será encerrada imediatamente em Camaçari e Taubaté, mantendo-se apenas a fabricação de peças por alguns meses para garantir disponibilidade dos estoques de pós-venda. A fábrica da Troller em Horizonte continuará operando até o quarto trimestre de 2021".
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Em entrevista à Gazeta nesta segunda-feira (11), o diretor da rede de concessionárias Contauto, Apolo Figueiredo Risk, disse que também foi pego de surpresa com a decisão da marca. No entanto, ele esclareceu que as lojas vão continuar garantindo o serviço de pós-venda aos clientes que adquiriram os veículos que saíram de linha. >
"Nossas inalações vão continuar funcionando normalmente. Nossos clientes que têm veículos Ford vão continuar fazendo todo tipo de serviço, de pós-venda, de manutenção do veículo normalmente também", informou Risk. >
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