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Carros de luxo e até helicóptero foram comprados em fraude milionária no ES

Carros de luxo e até helicóptero foram comprados em fraude milionária no ES

Imóveis e lanchas também foram adquiridos pelos suspeitos de envolvimento no esquema que ultrapassa R$ 830 milhões. Bens foram bloqueados pela Justiça Federal

Publicado em 13 de julho de 2021 às 15:24

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Carro de luxo foi apreebndi
Carro de luxo foi apreendido na operação nesta terça-feira (13). (Polícia Federal/Divulgação)
Errata Correção
14 de julho de 2021 às 14:37

Na primeira versão deste texto, informávamos que a loja Reta Veículos alvo de busca e apreensão armazenava carro dos envolvidos no suposto esquema investigado pela Polícia Federal. Mas, segundo o advogado da empresa, a operação, no local, tinha o objetivo de levantar documentos de automóveis adquiridos em anos anteriores por um cliente da loja. A informação foi corrigida.

Justiça Federal no Espírito Santo determinou o bloqueio de bens de empresários suspeitos de participação numa fraude de mais de R$ 830 milhões. Entre os bens sequestrados estão imóveis, carros de luxo, lanchas e até um helicóptero. Também foi expedido um mandado de prisão preventiva cumprido na manhã desta terça-feira (13) durante as diligências da Operação "Arcano".

O patrimônio teria sido adquirido com o dinheiro de comissões recebidas pelo envolvimento em esquema de remessas ilegais ao exterior.  A loja Reta Veículos, localizada na Avenida Nossa Senhora da Penha, em Vitória, chegou a ser alvo de busca e apreensão, por ter sido onde o investigado adquiriu veículos entre os anos de 2012 e 2014.

A polícia apreendeu documentos de vendas daquele período, a fim de dar prosseguimento às investigações, conforme explicou, nesta quarta-feira (14), o advogado André Vervloet Comério, responsável pela defesa da empresa.

"Foi cumprido mandado simplesmente para recolher documentos que pudessem ajudar nas investigações. Não se encontrou veículo em nome de acusado ou que tenha sido deixado por ele. Até porque, se tivesse encontrado, com certeza a Polícia Federal teria feito apreendido, mas não apreendeu veículos da loja."

Comério esclareceu que o proprietário da Reta Veículos está colaborando com as investigações, e que o único ponto de contato entre a empresa e o investigado foi a venda de automóveis

No esquema, comerciantes do Estado de São Paulo contratavam os serviços de empresas do Espírito Santo para falsificar documentos que simulavam exportações, aos quais seriam lastreadas as operações de câmbio junto a corretoras de valores, a fim de enviar recursos irregularmente para fora do país.

Algumas declarações de importação, por exemplo, foram utilizadas em mais de 40 contratos de câmbio diferentes. No total, foram identificados 1.178 contratos de câmbio envolvendo operações fictícias.

Foram identificadas mais de US$ 97,55 milhões (aproximadamente R$ 487,7 milhões) em remessas ilegais feitas nos últimos anos ao exterior. Foram utilizadas ao menos sete empresas diferentes para promover a evasão de divisas pelo grupo investigado desde 2011. Apenas entre os anos de 2015 e 2017, uma das empresas alvo de apuração enviou ao estrangeiro cerca de R$ 65 milhões de reais.

Parte desse valor enviado para fora ilegalmente retornava às empresas que atuavam no Espírito Santo, em forma de comissão. Esses recursos eram utilizados para adquirir itens de luxo, geralmente em nome de terceiros. 

Operação Arcano
Operação Arcano foi deflagrada nesta terça-feira (13). (Vitor Jubini)

A investigação, que contou com a participação de 19 policiais federais e quatro auditores fiscais da Receita, é um desdobramento da Operação “Masqué”, que também teve a segunda fase deflagrada nesta manhã, envolvendo o mesmo grupo.

Segundo informações da Polícia Federal e da Receita Federal, os investigados responderão pelo crime de lavagem de dinheiro e por efetuar operação de câmbio não autorizada com o fim de promover evasão de divisas do país.

A fraude é semelhante ao esquema revelado pela Operação Pianjú, deflagrada em dezembro do ano passado. O grupo envolvido neste caso movimentou cerca de R$ 800 milhões em operações financeiras dentro e fora do país.

Neste caso, os recursos eram transferidos entre diversas empresas, algumas físicas, outras de fachada ou até criadas com documentos de identificação falsos, em nome de pessoas que não existem.

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