> >
Viana atinge 80% de cobertura vacinal: o que muda para a cidade?

Viana atinge 80% de cobertura vacinal: o que muda para a cidade?

O município alcançou a maioria da população com mais de 18 anos, com pelo menos meia dose da vacina contra a Covid-19; especialistas comentam o impacto

Publicado em 21 de junho de 2021 às 20:08

Ícone - Tempo de Leitura min de leitura
Abertura do Projeto de Pesquisa Viana Vacinada.  O evento foi aberto pelo governador Renato Casagrande, o prefeito de Viana, Wanderson Bueno, representantes da OMS, Ministério da Saúde, e da Ufes
Abertura do Projeto Viana Vacinada no último dia 13: ao longo desse período, mais de 18 mil moradores foram imunizados. (Carlos Alberto Silva)
Aline Nunes
Repórter de Cotidiano / [email protected]

Município selecionado para fazer parte de um estudo sobre a eficácia de meia dose da vacina Astrazeneca para proteção contra a Covid-19Viana alcançou, nesta segunda-feira (21), 80% da população com mais de 18 anos com a D1 (primeira dose). A cobertura vacinal extensa - a maior do Espírito Santo - mesmo sem a segunda aplicação já pode ter reflexos na cidade, ainda que uma nova dose seja também necessária para completar o ciclo de imunização. 

Ao apresentar um balanço sobre a imunização na cidade, depois de uma semana do início da campanha para o projeto Viana Vacinada, o secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, ressaltou que chegar a 80,52% das 51.391 pessoas elegíveis para tomar a vacina representa uma cobertura de plenitude.  "A circulação do vírus (Sars-Cov-2) a partir de 28 dias já deve começar a sofrer impactos", estimou. 

O infectologista Lauro Ferreira Pinto afirmou, no entanto, que os benefícios agora devem ser menores. "Esperamos interromper a transmissão da doença quando as duas doses forem aplicadas em mais de 75% da população, mas será uma boa surpresa se, apenas com primeira dose, observarmos impacto na transmissão", pontuou.

Para Paulo Peçanha, professor no curso de Medicina da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e também infectologista, alcançar 80% da população é significativo, mas, assim como Lauro Ferreira Pinto, frisou que a segunda dose é que deverá proporcionar melhores resultados para o município. 

"Maior grau de proteção, tanto individual quanto coletiva, será obtido 15 dias depois da segunda dose. Não só para quem for vacinado, mas também para a população toda do município. A partir daí, haverá uma redução significativa da incidência da doença moderada, grave, UTI e óbito", observou. 

CAMPANHA

Da população hoje imunizada, 18.557 moradores receberam a meia dose e 22.823 a dose padrão. Cerca de 10 mil pessoas não foram contempladas, mas ainda podem buscar uma unidade de saúde para se vacinar. 

O estudo da meia dose é feito com a Astrazeneca, cujo intervalo entre as duas aplicações é de três meses. No entanto, Nésio Fernandes disse que foi solicitada à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) a antecipação para oito semanas, de modo a realizar o Dia D da segunda dose em 8 de agosto no projeto Viana Vacinada, conferindo o ciclo completo de imunização dos moradores do município mais cedo. 

A perspectiva de adiantamento é bem-vista por Paulo Peçanha. "Assim, antecipa-se também a possibilidade de resultados efetivos. E, na medida que alcançar de 70 a 80% dos moradores (com a segunda dose), até os outros 20% vão ser beneficiados com o chamado efeito rebanho, o efeito coletivo da vacinação. O benefício da vacina se estende para as outras pessoas."

VIANA VACINADA

A vacinação em massa faz parte de um estudo internacional que pretende atingir cerca de 35 mil pessoas na cidade. A iniciativa combina vacinação com meia dose (0,25 ml) da Astrazeneca no público de 18 a 49 anos, além de acompanhamento da resposta imune e sequenciamento genético do novo coronavírus.

A estimativa é de redução de 60% da incidência de novos casos ao longo de seis meses, a partir de 28 dias após aplicação da segunda dose. Isso também reduziria número de internações e óbitos pela doença.

O trabalho em Viana será uma confirmação dos estudos feitos pela Astrazeneca, que já indicaram que a aplicação da meia dose é capaz de levar o organismo a produzir anticorpos contra o coronavírus.

Por se tratar de uma pesquisa, após a aplicação da segunda dose, será feito um processo de amostragem para a comprovação da imunidade ao Sars-Cov-2. Caso os vacinados não tenham adquirido a proteção, os participantes receberão dose de reforço para garantir o ciclo de imunização. 

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

Tags:

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais