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Venezuelanos retornam ao ES e ocupam área da Rodoviária de Vitória

Venezuelanos retornam ao ES e ocupam área da Rodoviária de Vitória

O cacique informou que o grupo estava em Belo Horizonte (MG), mas o custo de vida é alto e por isso voltaram ao Espírito Santo

Publicado em 5 de março de 2024 às 19:36

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Mikaella Mozer
Repórter / [email protected]

Vinte e quatro imigrantes venezuelanos acampam desde a manhã de segunda-feira (4) na área verde ao lado da Rodoviária de Vitória, localizada no bairro Ilha do Príncipe, em Vitória. O grupo de etnia indígena Warao já esteve na Capital em agosto de 2022 em busca de melhores condições de vida, mas depois de um tempo, decidiram morar em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.

Composto por quatro mulheres, seis homens e 14 crianças e adolescentes, eles ficaram um ano em terras mineiras e já haviam passado pela Bahia antes mesmo da primeira vinda ao Espírito Santo. 

O retorno a Capital capixaba se deve ao alto custo de vida da capital de Minas Gerais, conforme entrevista do cacique Rubens Mata Mata, líder do grupo, ao repórter fotográfico de A Gazeta, Vitor Jubini.

Venezuelanos retornam ao ES e ocupam área da Rodoviária de Vitória
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Não vamos voltar para BH. Lá é difícil, a cidade melhor, mas é difícil. Lá não conseguimos ajuda, aqui viemos em 2022 e caímos em uma casa e dormíamos tranquilos

Rubens Mata Mata
Cacique 
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"Fomos embora daqui devido à chuva. Estava ficando tudo molhada, colchão, roupa, as crianças estavam tomando banho de água suja por problemas no banheiro. Lá em BH a vida é boa, mas estava pagando R$ 1.500 em aluguel e me cansou porque é muito difícil", explicou.

Além do valor considerado alto, Mata Mata disse que não recebia ajuda da prefeitura de BH e nem da Assistência Social. Como o cadastro foi realizado no Espírito Santo, as equipes os explicaram não ser possível fornecer auxílio. Assim, a decisão foi unanime da volta ao litoral capixaba. 

Venezuelanos ocupam terreno ao lado da Rodoviária de Vitória na Ilha do Príncipe(Vitor Jubini)

O que dizem as autoridades

A Secretária de Assistência Social (Semas) de Vitória informou que cumpriu as medidas de assistência emergencial para acolhimento a pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária, previsto na a Lei nº 13.684/2018.

Segundo a pasta, todos foram levados a um abrigo ainda na manhã de segunda-feira (4), porém, após almoço decidiram não ficar. 

A decisão do líder foi de encontrar um local para as 24 pessoas poderem ficar e pegaram um carro de aplicativo. Entretanto, a prefeitura informou que a localização final da corrida mostrou o retorno dos venezuelanos a Rodoviária de Vitória.

A equipe de Abordagem Social foi atendê-los novamente e encontra-se dialogando com o grupo e aguardando o retorno da aceitação para o acolhimento ofertado para garantir a segurança de acolhida. Apesar de todas as investidas de intervenção, inclusive mediado pela Defensoria Pública, o grupo não aceitou retornar para o acolhimento e permaneceu próximo à rodoviária", afirmou a Secretaria. 

Crise migratória 

A Venezuela é um país localizado ao Norte do Brasil, com fronteira nos estados de Amazonas e Roraima, que enfrenta uma crise econômica e social há anos. Com a situação, os venezuelanos começaram a buscas ajuda em outros países, principalmente em regiões vizinhas. 

No mundo são mais de 5,4 milhões de refugiados venezuelanos, segundo a Agência da Organização das Nações Unidas para refugiados (Acnur). Parte deles vieram ao Espírito Santo uma chance de recomeçar. Esse é o caso do José Rafael Jayme Villasana, Annielly del Valle Natera Tovar e da filhinha deles, Ashley. Os três desembarcaram no Aeroporto de Vitória em 22 de junho de 2022 depois de um ano em Roraima. 

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