A vida de Milton Goulart de Souza, de 73 anos, se transformou de um dia para o outro. Mesmo aposentado, Milton continua trabalhando com o conserto de fogões, que ajuda no sustento da família há mais de 40 anos, e usa uma placa amarrada à própria bicicleta para divulgar o serviço. Há dois dias, no entanto, um internauta publicou nas redes sociais uma foto fazendo a divulgação do telefone do trabalhador que, agora, está com a agenda lotada após ser procurado por mais de 50 pessoas.
A publicação viralizou, ganhou espaço em páginas de grande repercussão e até de figuras políticas. Como resultado, o senhor que vivia uma rotina pacata ao lado da esposa viu seu celular tocar centenas de vezes e recebeu mensagens até do exterior. "Agora ando na rua e as pessoas gritam meu nome, me sinto o Gabigol (jogador do Flamengo)", conta, em meio a risadas.
Na manhã deste sábado, quando saiu para fazer um dos serviços, deixou o celular em casa e pediu para a esposa, Mariete Sobroza de Souza, de 64 anos, "anotar o nome e telefone de quem ligasse" que ele tentaria retornar o contato depois. "Está uma loucura! O telefone não para de tocar", relata Mariete.
E deu para perceber a alta procura. Durante a entrevista, por telefone, enquanto Milton falava com a reportagem usando o celular da esposa, o aparelho dele tocou várias vezes. Com a voz emocionada, o morador do bairro Novo México, em Vila Velha, parecia assustado com toda a repercussão. "Eu estou sem saber o que falar, filha, não esperava que iria acontecer isso comigo. É um troço inédito, algo divino", analisa.
De sexta para sábado mais de 50 pessoas ligaram solicitando o serviço e a boa vontade não para por aí. "Um rapaz veio me buscar em casa para eu fazer um serviço para ele em Vitória, eu cobrei R$ 60, mas ele quis me pagar 100. Isso caiu do céu para mim, mas acho que nem vou conseguir dar conta de toda a demanda", conta.
Milton e Mariete tiveram três filhos e cinco netos. Focado em chegar aos 100 anos, o técnico conta que busca se movimentar. Anda de skate, come frutas e verduras e está aprendendo a surfar.
"Faz 60 anos que não vou ao médico. Não tenho medo de doença nenhuma. Ando de skate, como certinho, estou treinando para surfar, se eu parar eu não chego aos 100 anos, que é o que eu quero", afirma.
Para quem divulgou o trabalho, a palavra é de agradecimento. Com a voz embargada, o aposentado repete diferente vezes: "Muito obrigado a todo mundo, quem divulgou, quem está me ajudando, eu não sei nem agradecer, não sei o que dizer. Estou sem palavras."
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