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Sem água há cinco dias, moradores de Caratoíra pedem socorro

Sem água há cinco dias, moradores de Caratoíra pedem socorro

Casas da rua Arivaldo Favalessa estão sem água desde a última sexta-feira (16). Cesan diz que já identificou o problema e que, "até que esteja completamente normalizado, o abastecimento do bairro será feito com carros-pipa"

Publicado em 20 de julho de 2021 às 15:42

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Defensoria pediu à Cesan que esclareça o abastecimento irregular de água em bairros da Capital
Moradores estão desde sexta-feira (16) sem água nas torneiras. (EBC)

Na casa da Fabiana, as vasilhas se acumulam na pia. Não há água para a descarga ou para o banho, tampouco para cozinhar. Para beber, foi preciso comprar água mineral. A situação é a mesma na casa da Janaína e nas demais residências da rua Arivaldo Favalessa, no bairro Caratoíra, em Vitória, onde moradores relatam que estão sem água desde a última sexta-feira (16).

A assistente administrativa Fabiana Pereira, de 43 anos, conta que tem enfrentado dificuldades para cuidar da mãe — uma idosa de 78 anos, que vive acamada — e do irmão de 45 anos que faz hemodiálise. Para agravar a situação, Fabiana trabalha em um hospital e, sem água, não tem conseguido fazer a higiene adequada das mãos e do corpo quando volta do trabalho.

"Meu irmão faz hemodiálise, precisa de cuidados. Minha mãe sofreu um AVC em 2013 e não tem os movimentos. Eles não podem correr atrás de uma água para tomar banho ou beber. Não temos água para escovar os dentes, para tomar banho, para nada. A minha casa está fedendo porque temos que fazer nossas necessidades e não tem uma água para jogar no vaso. As vasilhas todas sujas. A minha casa está toda suja. Eu estou trabalhando. Já meu irmão e minha mãe estão em casa sem água", afirma.

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Eu trabalho dentro do hospital, em meio à pandemia e a gente sem água. Eu chego à minha casa e não posso tomar um banho, sendo que tenho duas pessoas para cuidar. A gente está pedindo socorro

Fabiana Pereira
Moradora de Caratoíra
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A dona de casa Janaína Paula dos Santos Seabra, de 39 anos, enfrenta o mesmo problema. Com três crianças pequenas em casa, ela tem ido à casa da sogra — que fica no mesmo bairro, mas em outra rua — para tomar banho.

"Como fica sem água desde sexta, 10 horas da manhã? Tenho três crianças em casa, as vasilhas só subindo porque não tem como lavar. Temos água para beber porque minha sogra deu um galão de água mineral para gente e banho só na casa dela também", conta.

Os moradores relatam que já fizeram contatos com a Cesan por diversas vezes, mas a companhia de saneamento não informa o motivo para a falta de água nas casas.

"Ligamos e eles não dizem qual é o problema, não falam nada. Liguei ontem (segunda) para a Cesan, a atendente disse mandaria um caminhão-pipa para encher a minha caixa e não veio. Liguei hoje (terça) pela manhã, a atendente disse que registrou a ligação, mas não deu nenhum posicionamento e me pediu para esperar mais 24h. Eles sempre pedem para esperar 24 horas, 48 horas, mas a água não volta", reclama Janaína.

Os moradores dizem que, mesmo com a escassez, em algumas residências com duas caixas d'água ainda foi possível encontrar alguma água nas torneiras durante o fim de semana. No entanto, desde a tarde desta segunda-feira (19) todas as casas da rua estão sem água.

"Minha caixa é de apenas mil litros, está seca desde sábado. Quem tinha um reservatório maior, ajudou os outros vizinhos em situação mais delicada, como a Fabiana. Mas agora ninguém mais tem água aqui na rua", desabafa Janaína.

O QUE DIZ A CESAN

Procurada pela reportagem de A Gazeta, a Cesan informou que um problema operacional na Estação de Tratamento de Água (ETA), que abastece a região de Caratoíra, comprometeu o fornecimento de água para a região na noite de sexta-feira (16). "A correção foi concluída na madrugada do sábado (17)", diz a nota.

Ainda de acordo com a Cesan, nesta segunda-feira (19) equipes técnicas estiverem no bairro e identificaram que um registro de rede da Cesan, utilizado para fazer manobra do abastecimento de água, estava fechado — o que impediu a distribuição de água.

"O manuseio dos equipamentos da Companhia só pode ser realizado por empregados e contratados, o manejo inadequado prejudica todos os moradores. As duas situações estão resolvidas e o restabelecimento do sistema de abastecimento está acontecendo gradativamente. Até que esteja completamente normalizado, o abastecimento do bairro será feito com carros-pipa. A Cesan está à disposição e pode ser acionada a qualquer hora do dia ou da noite pelo telefone 115, a chamada é gratuita", diz a nota.

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