Seja no condomínio de apartamentos ou num edifício corporativo, os elevadores fazem parte do trajeto de muita gente. Apesar de seguros, esses equipamentos precisam de manutenção constante, já que defeitos podem resultar em acidentes. Da mesma forma, os passageiros também devem respeitar normas de uso desse meio de transporte.
A reportagem de A Gazeta conversou com os engenheiros mecânicos Igor Trancoso Dadalto, assessor de engenharia do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), e Andressa Maroto, que trabalha fazendo inspeções em elevadores, para apontar dicas para um uso seguro do equipamento de transporte.
No Espírito Santo, todos os elevadores devem ter uma aviso visível com o alerta: “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado e nivelado neste andar”. Essa é uma obrigação imposta na Lei 8.456/2007. Como os elevadores fazem parte da rotina cotidiana de muita gente, é comum que algumas pessoas entrem neles sem prestar muita atenção. O recomendável é que, assim que abrir a porta, o passageiro confira se o equipamento realmente está no andar, antes de entrar.
É normal que exista um certo desnível entre os pisos do andar e da cabine do elevador. O engenheiro Igor Dadalto explica que, entre 3 e 5 centímetros, ainda está dentro do normal. Mais do que isso, o responsável pela edificação deve ser avisado para que seja feita uma verificação se todas as peças do equipamento estão em bom estado e devidamente balanceadas. Desnível entre os pisos pode causar tropeços e quedas de passageiros, ao entrar e sair do elevador.
Caso o elevador apresente defeito, com passageiros em seu interior, o botão de emergência pode ser a melhor comunicação disponível, já que vai acionar diretamente alguém que saiba como lidar com a situação. Outro equipamento que também precisa estar disponível dentro dos elevadores é interfone, com o qual é possível fazer contato com a portaria dos edifícios.
Igor Dadalto lembra de outro aviso que também é obrigatório nos elevadores: o limite de peso e pessoas. A limitação garante a integridade estrutural do equipamento, evitando sobrecargas que possam levar a falhas no sistema, como quedas bruscas ou paradas repentinas.
Quem dirige está sempre atento se o carro faz um barulhinho estranho que possa indicar que alguma coisa precisa de reparo. Com os elevadores, ruídos estranhos, fora do habitual, podem significar que o equipamento está desbalanceado. "Como a maioria desses equipamentos são elétricos, mecânicos e até automatizados, depois de um certo tempo, se não tiver as manutenções preventivas, acabam ficando desconfigurados", aponta Igor Dadalto.
Os ruídos podem ser encarados como um alerta sonoro de que alguma coisa pode apresentar problema em breve, assim como nos carros. Uma peça funcionando perfeitamente não costuma ranger.
Uma cena comum: você está dentro do elevador e alguém pede para segurar a porta para que dê tempo de entrar. Você, então, coloca o braço para que o sensor mantenha o elevador parado e a porta aberta. A engenheira Andressa Maroto alerta que isso pode ser perigoso. Caso o aparelho esteja desconfigurado, pode espremer dedos e até um braço. Uma vez que o sensor "reconheça" que a porta está fechada, as consequências podem ser graves.
Andressa Maroto ressalta que elevadores são equipamentos seguros. Mas, de acordo com ela, exatamente em função dessa segurança, as pessoas acabam não dando a devida importância à manutenção preventiva.
Alguns dos aparatos fundamentais para a segurança não são vistos por quem usa o elevador, como freios e limitadores de velocidade, que servem para parar a cabine caso entre em queda-livre. "Por trás do aço escovado bonito do elevador, pode haver problemas cabulosos", disse Andressa. Por isso, essa manutenção deve ser cobrada de quem é responsável pelo equipamento. Abaixo, é possível ver algumas das situações perigosas em fotos enviadas pela engenheira.
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