Repórter / [email protected]
Publicado em 17 de fevereiro de 2025 às 17:43
A Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória (CDTIV) emitiu um ofício determinando que quiosques localizados nas praias de Camburi e da Curva da Jurema, na Capital, retirem cordas, mesas e cadeiras da areia. A determinação atende a exigências da Superintendência do Patrimônio da União no Espírito Santo (SPU-ES) que apontou irregularidades no uso do espaço por parte dos comerciantes.>
Em um dos quiosques, por exemplo, foi encontrado contêiner sobre a areia. Em outro, foram colocados deque de madeira e piso cimentado sobre o solo. Na maioria dos estabelecimentos, foram constatadas cercas de cordas e madeira delimitando áreas e impedindo o livre acesso à praia, entre outras estruturas diferentes que não constavam nos projetos arquitetônicos originais. >
Um ofício emitido pela SPU-ES à qual A Gazeta teve acesso aponta que foram realizadas diversas ações de fiscalização ao longo de 2024, quando foram constatadas as irregularidades. >
Como cabe ao município fiscalizar a utilização das praias e bens de uso comum dos moradores, o superintendente da SPU-ES, Fhilipe Pupo Santos, notificou a Prefeitura de Vitória, em novembro de 2024, para adotar providências visando a retirada dos equipamentos fixos e cercamentos realizados na areia. >
>
No dia 14 de janeiro, a prefeitura oficiou as concessionárias responsáveis pela gestão dos quiosques e deu um prazo de 15 dias para que os donos dos estabelecimentos da Curva da Jurema, e 10 dias, para os da Praia de Camburi, cumprissem as determinações da União.>
Entre as medidas a serem adotadas está a remoção de mobiliário fixo e de cordas que delimitaram áreas na areia, além da demolição de estruturas como deques e pisos cimentados.>
Quiosques são obrigados a remover cordas, cadeiras e mesas da Curva da Jurema
A reportagem de A Gazeta esteve na Curva da Jurema na manhã desta segunda-feira (17) e constatou que a maioria dos quiosques já começou a adotar medidas para seguir as determinações da SPU-ES. Segundo os proprietários, a prefeitura os informou sobre as determinações na semana passada.>
Em um deles, por exemplo, os proprietários retiraram um deque de madeira e estava iniciando uma obra para remover um piso de concreto. Um dos responsáveis pelo local não quis se identificar, mas disse que a preocupação maior é com os funcionários que agora terão que carregar, a cada fim de expediente, mesas e cadeiras para dentro do estabelecimento.>
Na mesma linha, o proprietário de outro quiosque disse que o mobiliário de madeira é pesado para ser retirado todas as noites e que isso resultaria em mais trabalho para os funcionários. O comerciante ainda citou que a substituição das mesas e cadeiras vai provocar um alto custo ao estabelecimento. >
O gerente do Clericot Café, Diogo Cypriano, manifestou que os órgãos responsáveis pela fiscalização poderiam ter regulamentado um número extra de cadeira para exploração. “Isso facilitaria o planejamento do quiosque com investimento e contratações. Além de atender as necessidades primárias dos frequentadores”, declarou.>
“Os quiosques são por natureza a ferramenta mais capacitada para atender banhistas, turistas e esportistas. Temos banheiro, coleta de lixo, seguranças. A falta de flexibilização desse assunto viabiliza o comércio irregular de aluguel de mesa e cadeira na praia. Sem nenhuma contrapartida regular. Sem pagar imposto, sem se responsabilizarem sobre o lixo e nem situação sanitária”, completou.>
O vereador Armandinho Fontoura (PL), presidente da Comissão de Obras e Serviços da Câmara de Vitória, enviou ofício à SPU-ES solicitando uma reunião, em caráter de urgência, para debater a situação dos quiosques da Curva da Jurema.>
Durante seu discurso em plenário, na manhã desta segunda-feira (17), o vereador argumentou que a ação neste momento do ano, durante o verão e às vésperas do carnaval, pode gerar desemprego, além de transtorno para o empreendedor e insegurança jurídica.>
“Solicitamos a agenda com a SPU em caráter de urgência e convocaremos uma reunião extraordinária com a Comissão de Obras e Serviços para tratar do tema. Nós precisamos que essa Casa se una e dê um sinal muito claro à população e aos trabalhadores”, afirmou.>
Procurada pela reportagem para comentar o ofício enviado aos quiosques, a Prefeitura de Vitória se manifestou por nota dizendo apenas que a Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação (CDTIV) cumpre orientações da SPU.>
A SPU-ES, por sua vez, afirmou que a responsabilidade pela fiscalização das praias é da Prefeitura de Vitória, que assumiu a gestão ao assinar o termo de adesão à gestão das praias. >
"Informamos que os quiosques da Curva da Jurema, que adquiriram espaços privativos por licitação, têm permissão para ocupar apenas as áreas de alvenaria que construíram. De acordo com a legislação vigente, a areia da praia, sendo uma área pública, deve ser utilizada de forma temporária, com mesas e cadeiras colocadas durante o horário de funcionamento e recolhidas ao final do dia, assim como ocorre com os bares e restaurantes nas calçadas da cidade", ressaltou o órgão federal.>
A SPU-ES destacou ainda que quando os quiosques delimitam áreas com faixas ou cordas e deixam móveis na areia, estão descumprindo as condições da licitação, que não permite o uso fixo de equipamentos em espaços públicos. "A praia, assim como as calçadas e ruas, é uma área pública. Portanto, os quiosques devem restringir suas atividades à área construída que foi licitada, respeitando a legislação vigente", finalizou.>
As concessionárias afirmaram conjuntamente que receberam o ofício com as observações, encaminharam para os empreendedores que operam os quiosques e agora acompanharão de perto as ações tomadas por eles.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta