Publicado em 22 de dezembro de 2022 às 10:56
A festa de Natal é o momento de um prato tradicional na mesa de muitos brasileiros brilhar: o chester. Ele só começa a aparecer nas prateleiras dos supermercados no fim do ano, o tamanho diferenciado garante que vai servir toda a família. Mas, afinal, o que é um chester? Onde vivem? De que se alimentam? A resposta não é tão misteriosa assim.>
O chester é um frango, mas não um frango qualquer. Ele passa por uma seleção genética e um maior tempo de criação que garante o tamanho diferenciado. >
A genética é o primeiro segredo para um frango comum se “tornar” um chester, como explica o veterinário da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi), Tarcísio Simões. >
Tarcísio Simões
Veterinário da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi)
Enquanto um frango comum é formado por 40% de coxa e peito, um chester tem 70%. O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Elsio Figueiredo explica que a seleção de linhagens é o que influencia na diferença entre os dois.>
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Existem genes responsáveis, por exemplo, pela produção de ovos, pela capacidade de crescimento, e pela alta quantidade de carne. O segredo é escolher bem, afirma o pesquisador.>
Figueiredo esclarece que o frango não passa por nenhuma modificação genética, portanto, não se trata de um alimento transgênico. Os genes são naturais das aves, mas selecionados por computador.>
“Um frango comum vai ter todos os genes. Já um chester vai passar por seleção genética computadorizada. Isso não quer dizer uma modificação, apenas que são escolhidos o pai e a mãe daquela ave para garantir que eles tenham um gene que proporcione um tamanho de peito e uma estrutura óssea maior e ideal para esse tipo de corte”, afirma.>
O segundo segredo é a alimentação e a criação dos animais. Os frangos precisam ter uma alimentação balanceada para cada fase da vida, que garanta as vitaminas, os nutrientes e a energia necessária para um crescimento saudável.>
“Todo o crescimento é com base na ração, sem nenhum hormônio. E é preciso saber balancear bem todos os nutrientes, um frango que não cresce o suficiente não pode ser vendido como chester, mas não é interessante que a ave engorde muito e se torne obesa”, esclarece.>
O tempo de criação também muda. O chester tem uma maior idade de abate, o que faz com que ele tenha mais tempo para crescer e engordar.>
“Enquanto um frango comum é abatido em média com 30 dias, um chester normalmente tem o abate entre 50 e 60 dias. Podendo variar alguns dias a depender do crescimento, se já está dentro do padrão do que é comercializado”, afirma Figueiredo. >
A diferença entre chester, fiesta e supreme é só no nome, explica o pesquisador da Embrapa. Algumas marcas patentearam os nomes, só elas podem usá-lo, por isso a solução das outras empresas é criar outro nome para o mesmo produto.>
A nomenclatura “chester”, por exemplo, vem da palavra inglesa “chest”, que significa peito. Pertence à marca Perdigão, que foi a criadora da ave natalina em 1979, para competir com o peru de Natal de outras marcas. >
É muito provável que você nunca vá comer um ovo de chester. O pesquisador da Embrapa explica que eles não são comercializados, porque os ovos já estão fecundados, portanto, serão chocados para que novos pintinhos possam nascer.>
“O chester é uma linha de corte, então os ovos que são botados pela galinhas vão para incubadoras virar pintinhos. Os ovos que nós consumimos e vemos nas prateleiras dos supermercados são de linhas de galinhas poedeiras, que estão sem embrião”, explica.>
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