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Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 10:04
- Atualizado há 5 anos
O número reduzido de doses de vacinas contra a Covid-19 no país, além de não sustentar uma campanha massiva da população, tem produzido uma série de irregularidades. Pessoas que não fazem parte dos grupos prioritários, por exemplo, buscam subterfúgios para conseguir o imunizante e garantir a sua proteção, em detrimento daquelas que têm prioridade. No Espírito Santo, o Ministério Público investiga 168 denúncias de "fura-filas.">
As queixas que apontam o descumprimento na ordem de prioridade na vacinação chegaram por meio do Gabinete de Acompanhamento da Pandemia do Novo Coronavírus (GAP-Covid-19). "Após o recebimento e registro dessas denúncias, havendo elementos e indícios suficientes para permitir o início da apuração, é instaurado um procedimento para investigação dos fatos referentes a cada uma das denúncias", informa o MPES, em nota. >
O Ministério Público destaca, também em nota, que a campanha de vacinação contra a Covid-19 está sendo fiscalizada diuturnamente pelos promotores de Justiça nos respectivos municípios, cabendo a eles adotar as providências necessárias e previstas em lei, caso constatem irregularidades. "Dessa forma, no momento, estão em tramitação nas Promotorias de Justiça dos municípios capixabas diversos procedimentos relacionados à vacinação em relação às situações ali verificadas", pontua. >
Desde o início da vacinação, o MPES também fez algumas notificações ao Estado e aos municípios a fim de assegurar que a campanha seja realizada, respeitando a prioridade definida pelo Plano Nacional de Imunização (PNI), no qual a primeira fase deverá atender 100% dos trabalhadores de saúde, idosos com mais de 75 anos, indígenas aldeados e pessoas institucionalizadas. >
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Na segunda etapa, que ainda não começou, o público-alvo é a população da faixa etária de 60 a 74 anos, e a terceira será voltada às pessoas com comorbidades. >
Entre as notificações feitas pelo Ministério Público, uma determina que o secretário da Saúde, Nésio Fernandes, elabore uma resolução ou outra norma técnica para orientar os gestores de saúde, coordenadores de imunização e vacinadores que atuam nos municípios em relação à aplicação da segunda dose de vacina. A medida deverá ser voltada aos que tomaram a primeira dose sem que tivessem incluídas no grupo prioritário, ou seja, os "fura-filas.">
Também foram feitas notificações recomendatórias ao Colegiado de Secretarias Municipais de Saúde do Espírito Santo (Cosems-ES), como a que trata da documentação necessária para a aplicação da segunda dose da vacina. A notificação relaciona os documentos que devem ser exigidos para comprovar que a pessoa está no grupo prioritário da vacinação. >
Questionada, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) diz, em nota, que também recebeu denúncias e reclamações de fura-filas, mas que ainda não concluiu a apuração dos casos. >
"Até o momento, a Ouvidoria SUS estadual recebeu 103 manifestações de denúncias e 86 reclamações, relacionadas à Campanha de Vacinação contra a Covid-19, que estão sendo apuradas. Em breve será divulgado um balanço geral. É importante frisar que as manifestações são sigilosas e não são somente relacionadas à 'fura-fila'", explica o órgão, em nota. >
Sobre a notificação do MPES, a Sesa ainda não se manifestou. Esta matéria será atualizada assim que houver um posicionamento do órgão. >
As denúncias podem ser feitas no site da Ouvidoria Estadual, em www.ouvidoriaes.gov.br, ou pelo telefone 08000221117. >
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