Há pelo menos três dias, moradores dos bairros Barramares e Cidade da Barra, em Vila Velha, fazem “malabarismos” para realizar tarefas que envolvam água. Isso porque as duas regiões estão sem vê-la chegar nas torneiras desde o último domingo (14), o que vem causando transtornos à população.
A cuidadora de idosos Soliene Carneiro é uma delas. Ela divide espaço com oito pessoas na mesma casa e precisa dar um jeito de conseguir lavar a louça, tomar banho e fazer comida com a água que consegue. E tudo isso não só para ela, mas também para as crianças e idosos, incluindo o pai de 86 anos, com quem mora.
"Quando me chega água, chega da cor do pó de café e não tem condições. Quando é para cobrar, se deixar um ou dois talões sem pagar, eles cortam sem pena e não ligam se tem idoso ou criança”, falou Soliane.
Em outras residências algumas pessoas estão puxando a água da rua para conseguir fazer o básico dos serviços domésticos, como a pedagoga Andreia Leite. Segundo a profissional, os órgãos responsáveis pelo abastecimento já deram dois motivos diferentes para a falta de água.
“Não deve ter subido domingo e nem segunda e hoje (terça) a mesma coisa. São três dias sem água. Falaram que domingo houve vazamento na Barra do Jucu e ontem ligaram falaram que a vazão da água está pouca”, afirmou a pedagoga.
Além das diferentes informações sobre os motivos do problema, os moradores reclamam da falta de clareza sobre quando a situação será resolvida. A cuidadora contou já ter sido informada que voltaria receber água a partir das 16h, mas depois já recebeu outros horários diferentes.
“Um fala uma coisa e depois outro diz outra. A gente nem sabe o que escuta mais”, reclamou Soliene.
O problema não é novo para quem vive nas duas localidades. O aposentado José Rodrigues contou à reportagem da TV Gazeta ser frequente a convivência com o desabastecimento.
Sempre quando começa alguma intervenção em um ponto, outro espaço perto da primeira obra também se inicia, terminando sempre em corte de abastecimento, de acordo com José.
“Eu moro com nove pessoas e sempre quando fecham os pontos (para obra ou conserto) eles esquecem da gente", falou o aposentado.
A Companhia Espírito-santense de Saneamento (Cesan) disse, em nota, que o problema foi causado por um vazamento na rede de abastecimento da região, mas falou que já foi resolvido e a situação voltará ao normal em até 24 horas. Além disso, informaram que os moradores foram ajudados com caminhão-pipa pela Cesan. Já sobre a cor da água, a empresa explicou que faz controle de qualidade e informou que todos devem fazer limpeza das caixas de água a cada seis meses.
A Companhia contou que quem precisar pode os acionar a qualquer hora do dia ou da noite pelo telefone 115 ou 3422-0115.
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