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Lixo espacial: corpo de foguete lançado há 10 anos é visto do ES; vídeo

Lixo espacial: corpo de foguete lançado há 10 anos é visto do ES; vídeo

Parte do foguete Falcon 9, da empresa Space X – lançado em agosto de 2014 e visto na noite da última quarta-feira (14) – não chegou a passar sobre o Espírito Santo, mas foi vista de pelo menos duas cidades capixabas

Publicado em 15 de maio de 2025 às 10:17

Segundo colaboradora do projeto Exoss, é comum a entrada de lixo espacial na Terra

Quem olhou para o céu em cidades do Norte e Noroeste do Espírito Santo, na noite da última quarta-feira (14), pode ter visto um objeto surpreendente, aparentando ser uma bola de fogo, e se questionado se não seria um meteoro. Atrás de respostas, A Gazeta procurou o Exoss Citizen Science Project, e a organização disse que, na verdade, o que ocorreu foi a reentrada de um lixo espacial na atmosfera: um pedaço do foguete Falcon 9, da empresa Space X. A reportagem recebeu registros de visualização do material de pelo menos duas cidades capixabas: Pinheiros e Alto Rio Novo.

Trajeto por onde o lixo espacial passou no Brasil
Trajeto por onde o lixo espacial passou no Brasil Crédito: Reprodução

A trajetória do objeto não chegou a contemplar o céu sobre o Espírito Santo. Ele foi primeiro visto na região de Mato Grosso, depois passou por Goiás, Minas Gerais e chegou até o Sul da Bahia – que faz divisa com Norte e Noroeste capixaba. “Ele pulveriza, vai queimando e sobra quase nada dele, quando chega até o solo”, explicou Luciana Fontes, colaboradora do projeto Exoss – acrônimo de Exploring the Southern Sky, ou "Explorando o Céu do Sul", em uma tradução literal para o português.

Luciana explicou que a reentrada de lixo espacial acontece quando objetos descartados no espaço, como satélites desativados, fragmentos de foguetes ou peças soltas, voltam para a Terra devido à gravidade. “Esses objetos orbitam a Terra até perderem altitude, geralmente por atrito com a atmosfera. Quando entram na atmosfera, o atrito gera calor intenso, fazendo com que a maioria se queime e se desintegre”, afirmou.

Há casos em que sobram pedaços maiores, mas normalmente eles caem em áreas desabitadas. “Pedaços maiores podem sobreviver e cair em áreas desabitadas, como oceanos, ou, raramente, em regiões habitadas, causando preocupação. Esse processo é natural, mas difícil de prever com precisão devido à trajetória instável dos detritos”, disse a colaboradora do projeto Exoss.

Esse tipo de objeto não representa risco. Há monitoramento em tempo real para fazer a previsão das entradas. Não é preciso ter medo, ter pânico

Luciana Fontes

Colaboradora do projeto Exoss

Ainda conforme Luciana, tem se tornado cada vez mais comum a queda desses objetos na Terra. “Para se ter ideia, a gente recebe quase todos os dias recebemos reportes de possíveis entradas. Existe uma quantidade muito maior de missões espaciais hoje em dia, tem muita coisa sobrando no espaço e acaba entrando na atmosfera”, contou.

Sobre o foguete

O Falcon 9, da Space X, empresa do bilionário Elon Musk, foi lançado ao espaço em agosto de 2014 - de Cabo Canaveral, na Flórida, Estados Unidos - em uma missão para a colocação de um satélite de comunicações em órbita, atendendo à região Ásia-Pacífico, conforme o Exoss.

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