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Justiça adia júri de coronel por assassinato de comerciante há 31 anos no ES

Justiça adia júri de coronel por assassinato de comerciante há 31 anos no ES

Coronel Ferreira, que já está preso por outros crimes, entre eles a morte do juiz Alexandre Martins, é acusado de participar do homicídio ocorrido em Cariacica em 1992

Publicado em 10 de abril de 2023 às 19:07

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Coronel Walter Gomes Ferreira
Coronel Walter Gomes Ferreira . ( Juirana Nobres/G1 ES)

A Justiça suspendeu  o júri popular do coronel Walter Gomes Ferreira, o coronel Ferreira, acusado pelo assassinato do comerciante Luiz Carlos Freire, morto em 1992 em Cariacica. O julgamento estava agendado para quarta-feira (12), mas foi adiado por tempo indeterminado em função da renúncia do advogado Jorge Benedito de Britto ao caso.

Diante do fato, o juiz Alexandre Pacheco Carreira, da 4ª Vara Criminal de Cariacica, determinou nesta segunda-feira (10) que o réu constitua novo advogado em 10 dias. Pelo crime, também passará pelo júri Joel Siqueira Freire, cujo advogado alegou problemas de saúde para não exercer a defesa, devendo o réu também constituir novo advogado.

Ferreira tem uma extensa ficha de crimes, já tendo sido condenado por outros homicídios, entre eles o do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, em 2003, em Vila Velha, pelo qual foi condenado como mandante em 2015. Recentemente, o coronel foi absolvido de um crime ocorrido em Baixo Guandu em 2002.

Justiça adia júri de coronel por assassinato de comerciante há 31 anos no ES

O coronel Ferreira está preso no Quartel da Polícia Militar em Maruípe, Vitória, uma vez que ainda mantém vínculo com a PM por ser coronel reformado.

Desta vez, Ferreira seria julgado pelo crime ocorrido em 30 de novembro de 1992. Naquele dia, por volta das 20h, Luiz Carlos Freire foi abordado chegando em seu estabelecimento comercial após sair de um bar em Flexal I. Dois indivíduos desferiram diversos disparos com arma de fogo contra o comerciante, que morreu no local do crime.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPES), coronel Ferreira e Joel Freire foram mandantes do assassinato, sendo que eles teriam encomendado o crime a Manoel Correa da Silva Filho, apontado como intermediário, e este contratou três executores.

Ao ser preso pelo crime, Manoel afirmou em seu depoimento que a morte lhe fora encomendada por Ferreira e Joel, após uma reunião na casa de Joel. E disse que coronel Ferreira seria o chefe de uma organização criminosa responsável por vários crimes de mando no Estado. Após a confissão, Manoel foi transferido para o presídio e, poucas horas após sua entrada na carceragem, foi assassinado.

De acordo com o MPES, a vítima havia se desentendido anteriormente com Joel por conta da divisão de umas terras que ambos haviam recebido por herança. A denúncia fala que Joel Freire agia conjuntamente com Ferreira, tendo estreita amizade com o coronel, até emprestando sua casa para reuniões em que eram planejados crimes.

Também segundo o MPES, o crime foi praticado pelos traficantes Delson de Souza, o “Neguinho Carioca”, “Marcelinho” e “Francisco Chagas ou Chaves”. Coronel Ferreira teria dado cobertura aos executores.

A denúncia ainda relatava que Ferreira era o chefe da quadrilha, participando de todas as decisões do grupo e delegando tarefas aos seus "subordinados". 

"A atividade básica da organização criminosa era o extermínio de pessoas que contrariavam os interesses de qualquer um do grupo, além da prática constante de roubos e a realização de ameaças de morte a seus “inimigos”, tendo a quadrilha ramificações em todo o Espírito Santo e em outros Estados, conforme declarações de Manoel", diz a denúncia.

Ferreira e Joel foram denunciados por formação de quadrilha e homicídio, mas o crime de formação de quadrilha já foi considerado prescrito. 

O que dizem os réus

A reportagem procurou a defesa de Ferreira e aguarda resposta. A defesa de Joel Freire não foi localizada. A reportagem será atualizada caso seja obtido retorno.

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