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Grávidas correm mais risco por causa da Covid-19? Médicos explicam

Grávidas correm mais risco por causa da Covid-19? Médicos explicam

Imunidade baixa, compressão torácica causada pela gravidez, coagulação sanguínea e doenças gestacionais são fatores que podem aumentar o risco nas gestantes

Publicado em 28 de abril de 2021 às 18:18

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Mulher grávida segurando foto de ultrassonografia sobre a barriga
Grávidas foram incluídas no grupo prioritário de imunização contra a Covid-19. (shutterstock)

O período de gestação é marcado por diversas mudanças no corpo da mulher. Incluídas no grupo prioritário de imunização, as grávidas podem apresentar piora nos casos, comparadas com outras pessoas infectadas pela Covid-19.

Imunidade baixa, compressão torácica causada pela gravidez, coagulação sanguínea e doenças gestacionais são fatores que podem aumentar o risco para as mulheres grávidas, de acordo com os médicos.

Segundo a coordenadora do Centro de Referências para Imunobiológicos Especiais – (CRIE) do Espírito Santo e membra da diretoria da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Regional Espírito Santo, a pediatra e infectologista Ana Paula Burian, toda mulher na gestação sofre queda de imunidade, que é um dos causadores de complicações da Covid-19. 

"Só em ser gestante já é um fator de risco. A própria gravidez diminui a imunidade das mulheres, fazendo com que elas fiquem suscetíveis a infecção".

A pediatra e infectologista destaca que durante a gestação as mulheres podem desenvolver doenças temporárias. "Pode acontecer delas desenvolverem doenças que são fatores de risco como é o caso da diabete gestacional, hipertensão e obesidade".

Segundo o médico infectologista Carlos Urbano, ao decorrer da gravidez a respiração da mulher é afetada diretamente, já que os órgãos são comprimidos. Esse pode ser também um fator agravante para a Covid-19. "As grávidas naturalmente têm a respiração alterada na gestação. Os órgãos são comprimidos, existe também as alterações de imunidade e coagulação que já são presentes na gestação".

Ainda de acordo com Carlos Urbano,  a vida do bebê também fica em perigo quando a gestante é infectada com o novo coronavírus. "Aparentemente o risco de parto prematuro é maior, isso é ruim para o bebê. Em relação à mãe, ela pode evoluir para um caso mais grave da Covid-19", explica.

Apesar da dúvida e medo de tantas pessoas em relação à nova vacina, os médicos pontuam que a imunização contra a Covid-19 é feita com vírus inativo. "A mulher pode e deve tomar a vacina, é um rico benefício necessário. Apesar de ser uma vacina nova, não há contra indicação e a mulher precisa de um pedido do seu ginecologista", completa Ana Paula.

A médica destaca a necessidade do intervalos entre as vacinas. "Vamos lembrar que a gestante precisa de um intervalo de pelo menos 14 dias entre as vacinas, inclusive a vacina de gripe e coqueluche".

CUIDADOS

Grávida hidratando barriga
Grávidas precisam de cuidados redobrados durante a pandemia. (Shutterstock)

Os médicos relatam que mesmo depois de receber a imunização, as grávidas devem permanecer tomando os cuidados durante a pandemia. "Não é porque tomou a vacina que vai descuidar. Tem que continuar com distanciamento social, fazer uso correto da máscara facial, lavar as mãos e passar álcool gel", destacou Ana Paula Baurian.  

GRÁVIDAS NO GRUPO PRIORITÁRIO

Cerca de 40 mil gravidas serão vacinadas no Espírito Santo no mês de maio. Na última segunda-feira (26), o Ministério de Saúde publicou nota técnica que orienta estados e municípios a adicionar gestantes e puérperas (mulheres em recente pós-parto) nos grupos prioritários. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) relatou que a imunização deste grupo deve começar entre os dias 6 e 7 de maio.

NÚMERO DE GRÁVIDAS QUE MORRERAM POR COVID-19 NO ES

Pelo menos 15 grávidas já perderam a vida no Estado desde o início da pandemia. O número de vítimas trata-se apenas de casos do Hospital Jayme dos Santos Neves, na Serra. O hospital é referência em tratamento contra a Covid-19 no Estado.

Das 15 vítimas, seis morreram nos últimos três meses, em sua maioria jovens com média de 28 anos. Apesar dos partos prematuros, os filhos das grávidas resistiram. 

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