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Gestão de quiosques da Praia de Camburi vai parar na Justiça

Gestão de quiosques da Praia de Camburi vai parar na Justiça

Prefeitura quer abrir nova licitação, mas empresa que administra o espaço desde 2018 pediu prorrogação do prazo de gestão

Publicado em 6 de agosto de 2022 às 10:41

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Praia de Camburi
Praia de Camburi, Vitória. (Carlos Alberto Silva)

A gestão dos quiosques da Praia de Camburi, em Vitória, foi parar na Justiça, que decidiu, por meio de liminar, barrar a realização de uma nova licitação dos espaços administrados pela EcosEventos desde 2018. O acordo firmado com a Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória (CDTIV) naquele ano previa que o contrato teria duração mínima de dois anos, podendo ser prorrogado a cada biênio, até que atingisse o prazo máximo de dez anos.

Ao final de 2019, a empresa tentou conseguir a prorrogação do contrato até 2028, mas embora o parecer técnico da gestão municipal indicasse que era viável estender o contrato por um prazo mais amplo, inclusive porque estudos indicavam que o retorno financeiro pelos investimentos realizados deveria vir por volta do sexto ano, a CDTIV prorrogou o acordo por apenas mais dois anos, prazo encerrado no final de julho de 2022.

Novamente, a Ecos buscou uma prorrogação, entretanto, desta vez, teve o pedido negado, sob a justificativa de que a Prefeitura de Vitória pretende realizar uma licitação dos espaços. A Justiça entendeu, entretanto, que não se trata de algo razoável, considerando, por exemplo, que a pandemia afetou as atividades econômicas como um todos e atrasou ainda mais a expectativa de retorno dos investimentos. 

Além do mais, a magistrada considerou que os investimentos foram feitos já se esperando que a retomada dos quiosques ocorresse apenas após dez anos e que existe um parecer técnico que destaca que é necessário um prazo maior para que haja retorno financeiro.

Ainda segundo a decisão, a legislação atual prevê que devem ser considerados os efeitos práticos das decisões da administração pública, e observou que em breve inicia-se o período de alta temporada, e encerrar o contrato agora e aguardar uma nova licitação pode ainda afetar as atividades ligadas ao turismo.

Diante disso, a juíza Sayonara Couto Bittencourt acatou o pedido de urgência da Ecos e suspendeu a realização de uma nova licitação para concessão de uso dos quiosques, até segunda ordem. "Em razão do deferimento do pedido, a ré (CDTIV) deverá prosseguir enviando os boletos mensais à autora (Ecos) para pagamento, nos termos estabelecidos no contrato em vigor."

O QUE DIZ A PREFEITURA DE VITÓRIA

Em nota, a Procuradoria da Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória (CDTIV) informou que "foi notificada da decisão judicial e que o documento está sob análise. A CDTIV destaca que respeita as decisões do Poder Judiciário e que se manifestará em juízo dentro das disposições e prazos legais."

O QUE DIZ A ECOS

O advogado da empresa, Fábio Lucianno Ferreira de Moraes, comemorou a decisão que, segundo ele, evita prejuízos à Ecos e também aos empresários que ocupam os quiosques atualmente, e poderiam ter as atividades afetadas até o próximo ao verão.

"Esse gatilho de dois anos se deu unicamente porque o município não entregou o Plano de Gestão Costeira Integrada (PGI) à União, e somente após a entrega, poderia realizar um contrato de dez anos, como ocorre em outros municípios. Esse prazo já foi prorrogado várias vezes, a última até o final de agosto de 2022. Mas a prefeitura não pode descumprir um contrato e jogar nas costas do investidor."

A empresa Ecos Eventos, em nota, informou que segue cumprindo o contato “com missão de transformar e cuidar da Orla de Camburi. Ressalta que foram gerados e mantidos cerca de 350 empregos nos quiosques. Ainda de acordo com a empresa, foi na gestão dela que a orla “deu adeus ao abandono, quiosques depredados e insegurança”.

“A partir de novembro teremos dois novos espaços, na altura do bairro Jardim Camburi. Um mega quiosque - com direito a espaço esportivo - e uma casa de samba e pagode. E assim a Ecos Eventos seguirá: com responsabilidade e afinco com a Orla que hoje é cartão-postal. E por isso seguiremos as orientações judiciais determinadas após liminar impetrada pelo advogado Fábio Luciano”, finalizou, por meio de nota.

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