Publicado em 2 de setembro de 2021 às 20:47
Nesta quinta-feira, 2 de setembro, é celebrado o Dia do Repórter Fotográfico: profissional que tem o domínio da técnica, entre tantos aparelhos e botões, para detalhar fatos por meio das imagens. É ele que está na frente, sujando a roupa de lama durante uma enchente ou entrando em uma UTI Covid durante a pandemia, para garantir registrar a notícia e levar aos espectadores o sentimento presente na situação. Por isso, há um entendimento de que a fotografia é voz. >
Considerando isso, qual é a voz dos quatro fotógrafos de A Gazeta? Os profissionais foram ouvidos pela reportagem e a principal pergunta foi: o que significa ser um repórter fotográfico?>
A profissão que, segundo eles, está bem distante do glamour, exige muito preparo. Com, pelo menos, mais de 10 anos de trabalho na Rede Gazeta, Vitor Jubini, Fernando Madeira, Ricardo Medeiros e Carlos Alberto Silva compartilharam um pouco das histórias que contaram por meio das imagens.>
Cada um escolheu uma cobertura jornalística que julgou relevante na carreira. Os temas envolvem meio ambiente, desastres naturais e saúde pública.>
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Vitor Jubini
Fotógrafo de A GazetaJubini conta que leva a fotografia onde quer que vá. "Não consigo me desligar, sou repórter fotográfico 24 horas por dia", relata. >
A foto escolhida pelo profissional é de 2013, quando o Espírito Santo registrou um grande volume de chuva. A cobertura aconteceu em Córrego do Rio Pancas, um distrito de Colatina. Foi lá que foi feita a fotografia de um jovem desesperado com a chuva e, literalmente, coberto de água.>
"A foto é de 2013. Um período de chuvas, com muito alagamento, muita destruição, além de mortes. Fizemos a cobertura durante dias, até que fui para a cidade de Colatina. Lá, ficamos sabendo que um distrito, chamado Córrego do Rio Pancas, estava tomado pela água. O curioso é que pegamos uma carona de barco, só assim para chegar até lá. É um pouco dos perrengues que passamos. Quem vê a fotografia às vezes não imagina como foi para ter acesso ao local", diz o profissional responsável pela imagem acima.>
Fernando Madeira
Fotógrafo de A GazetaO início do ano de 2020 não foi fácil para os capixabas que moram no Sul do Espírito Santo. A área foi castigada pela força das águas e, algumas cidades — como mostram as imagens — foram destruídas, gerando sofrimento aos munícipes. >
A foto escolhida por Madeira foi registrada nas ruas de Castelo. Na imagem, duas crianças aparecem brincando de bola em meio ao caos e à sujeira, rastros deixados pela chuva na região.>
"Ficamos por duas semanas no Sul do Espírito Santo percorrendo o rastro de destruição deixado pela chuva. Os dois garotos brincavam num cenário de destruição da cidade. A lição que eu trouxe: mesmo diante das adversidades, não temos outra saída a não ser recomeçar", diz Fernando Madeira.>
Ricardo Medeiros
Fotógrafo de A GazetaA foto escolhida por Ricardo Medeiros foi registrada durante uma cobertura nos manguezais do Espírito Santo. Ele conta que a pauta surgiu para mostrar a dificuldade que um catador de caranguejos enfrenta com a poluição do meio ambiente e as doenças causadas pelo trabalho braçal. >
"Aprendi, principalmente, a valorizar o trabalho dos catadores. A foto foi bem difícil, precisamos enfrentar mosquito, atolamento e lama", descreve. >
Carlos Alberto Silva
Fotógrafo de A GazetaO cenário de pandemia do novo coronavírus, doença que já matou mais de 580 mil pessoas no Brasil, foi o espaço escolhido por Carlos Alberto Silva para um registro histórico. Dentro de um hospital, o fotojornalista mostrou a rotina dos médicos e tudo que envolve a doença. >
"A foto foi tirada no Hospital Evangélico, em Vila Velha. Fui o primeiro jornalista a entrar em uma UTI Covid no Espírito Santo. Chegava às 7h da manhã e saía à tarde. Foi o trabalho mais importante da minha vida. Eu não poderia deixar de fazer esse trabalho, que virou um documento histórico. Sou repórter fotográfico e gosto de gente, quero saber o que está acontecendo com as pessoas", conclui o profissional.>
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