Publicado em 14 de janeiro de 2022 às 08:29
Uma pesquisa começará a ser realizada no Espírito Santo nesta sexta-feira (14) para testar a eficácia da Coronavac em crianças e adolescentes de 3 a 17 anos. Serão 1.280 participantes.>
Conhecido como Projeto Curumim (criança em tupi), ele verificará ainda a segurança, a produção de anticorpos e células de defesa nas crianças e adolescentes.>
Para isso, os participantes serão divididos em dois grupos: os que recebem a vacina Coronavac e os que recebem a vacina da Pfizer. As crianças menores de 5 anos somente serão imunizadas com o primeiro fármaco.>
Poderão participar do estudo crianças e adolescentes de 3 a 17 anos que ainda não receberam vacina contra Covid-19, independentemente se já tiveram a doença.>
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De acordo com a responsável pelo estudo, a médica Valéria Valim, o objetivo é comparar a eficácia e segurança da vacina Coronavac em crianças e adolescentes tendo como base o imunizante da Pfizer, que já foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).>
A agência reguladora ainda analisa o pedido do Instituto Butantan para utilizar a Coronavac na vacinação de crianças a adolescentes de 3 a 17 anos.>
Valim acrescenta que a Coronavac é uma vacina de vírus inativado. Essa tecnologia, conhecida há anos, induz resposta imune e é segura. Os eventos adversos que podem ocorrer são leves e de curta duração.>
"É uma tecnologia muito conhecida e menos reatogênica, ou seja, tem menos efeitos colaterais. A eficácia também é menor que a de outros imunizantes, mas crianças respondem melhor. Então, esse estímulo pode ser suficiente", disse Valim.>
Valéria Valim
Médica responsável pelo estudoA médica acrescenta que o estudo é importante para que a Coronavac possa ser incluída como uma opção de vacina para crianças no PNI (Programa Nacional de Imunização) do Ministério da Saúde, e também por ser uma vacina de produção nacional, com boa aceitação da população para essa faixa etária, exatamente por ser uma tecnologia conhecida e mais segura.>
A pesquisa está sendo realizada pelo Grupo de Pesquisa em Vacinas do Hospital Universitário da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) e Grupo de Pesquisa de Biomarcadores do Instituto Renè Rachou da Fiocruz.>
Ela conta com o apoio do Ministério da Saúde, do Instituto Butantan, da EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) e da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo).>
Nas redes sociais, o secretário de Saúde do Estado, Nésio Fernandes, ressaltou que a Coronavac já é usada em diversos países com desempenho de eficácia e segurança atestados. Afirmou ainda que as filhas dele, de 4 e 10 anos, vão participar da pesquisa. "Aqui com nossos filhos, é todo mundo 100% Zé Gotinha".>
A pesquisa foi aprovada pela Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa), que atua na regulação da ética em projetos de pesquisas envolvendo seres humanos, nesta quinta (13).>
Os participantes serão acompanhados por um ano pela equipe de pesquisa, composta por médicos pediatras, infectologistas, pneumologistas, pesquisadores e enfermeiros especializados em vacinas em crianças e adultos.>
Em estudos publicados, sendo um deles com Coronavac em crianças, todas as vacinas foram bem toleradas e seguras na faixa etária pediátrica e a resposta imune foi adequada, quando comparada ao da população adulta.>
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