> >
Após ter Covid, saiba quanto tempo esperar para tomar dose de reforço

Após ter Covid, saiba quanto tempo esperar para tomar dose de reforço

Reforço do imunizante  deve ser aplicado quatro meses após a segunda dose

Publicado em 8 de janeiro de 2022 às 09:42

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Brasil enfrenta uma explosão de casos de Covid impulsionada pela variante ômicron. Em meio a esse cenário, a vacinação contra o vírus continua.

Após ter Covid, saiba quanto tempo esperar para tomar dose de reforço

Com mais de 67% da população brasileira vacinada com o esquema primário - de duas doses ou de dose única -, grande parte das pessoas se prepara para receber o reforço do imunizante, que deve ser aplicado quatro meses após a segunda dose.

Porém, de acordo com uma nota técnica do Ministério da Saúde, quem foi infectado pela Covid-19 deve adiar a vacinação por pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas --pessoas assintomáticas deve esperar quatro semanas a partir do primeiro exame de PCR positivo.

A nota também destaca a necessidade de esperar a recuperação clínica total para então tomar a dose adicional, caso a enfermidade dure mais tempo.

A orientação quanto ao intervalo de quatro semanas no caso de infectados pela Covid-19, na verdade, independe se o paciente estiver em busca da primeira, segunda ou terceira dose.

O médico Renato Kfouri, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), explica que, caso uma pessoa apresente sintomas de resfriado e a Covid-19 seja descartada, não há problema em receber o imunizante. O único ponto de atenção, nessa situação, é não ter tido febre nas últimas 48 horas.

Kfouri, no entanto, analisa que, provavelmente, desde o início da vacinação, muitas pessoas com Covid-19 assintomáticas foram vacinadas e que o intervalo proposto não se trata de uma medida com evidência científica que demonstrou a vacina faria mal ou teria necessariamente um desempenho diferente, mas, sim, de uma precaução.

"A recomendação é com base naquilo que se entende de outras doenças, na base de convalescença [termo que se refere ao período de recuperação que uma pessoa passa após alguma doença]", diz ele.

O médico André Ricardo Ribas Freitas, professor de epidemiologia da Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandic, explica que a orientação de adiar a vacinação após ser infectado pelo vírus tem relação com a produção de anticorpos durante esse período.

"Ao receber o antígeno, o corpo do paciente começa a produzir anticorpos para neutralizar o vírus e, ao produzir anticorpos, o corpo está aprendendo a se defender. Se o paciente já tem níveis de anticorpos suficientemente altos para neutralizar esse vírus, a vacina corre o risco de a vacina não fazer efeito", explica Freitas.

Por isso, ele afirma, as quatro semanas seriam o tempo necessário para a redução dos níveis de anticorpos. Assim, quando o paciente receber a injeção, seu sistema imunológico estará preparado para trabalhar com novos anticorpos.

O médico reforça que a infecção por Covid-19 não garante a imunização pela doença, por isso a vacinação é necessária para conter o vírus.

Este vídeo pode te interessar

"Os anticorpos que interessam para neutralizar o vírus são aqueles capazes de neutralizar a proteína spike. Não é por que o vírus tem mais anticorpos que a vacina que a infecção é mais efetiva", diz ele.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais