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Análise da prefeitura: não há 2° carro e ciclista estava fora da faixa

Análise da prefeitura: não há 2º carro e ciclista estava fora da faixa

Análise preliminar da Secretaria Municipal de Segurança Urbana aponta ainda que não havia segundo carro envolvido no atropelamento de Luísa Lopes, de 24 anos, na sexta-feira (15)

Publicado em 19 de abril de 2022 às 20:23- Atualizado há 2 anos

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Uma análise preliminar realizada pela Secretaria Municipal de Segurança Urbana (Semsu), da Prefeitura de Vitória, do momento do acidente que matou a modelo Luísa Lopes, de 24 anos, na última sexta-feira (15), aponta que a jovem atravessava a via de bicicleta fora da faixa de pedestres e o semáforo estava aberto para os motoristas quando a tragédia aconteceu.

Ainda de acordo com a avaliação da pasta, não houve envolvimento de um segundo veículo no atropelamento da modelo, que ocorreu na Avenida Dante Michelini, no bairro Jardim da Penha, em Vitória. Um vídeo obtido em primeira mão por A Gazeta mostra o momento do acidente.

Procurada pela reportagem, a secretaria destacou ainda, por nota, que a investigação é de responsabilidade da Polícia Civil. "As imagens serão analisadas pela Perícia Criminal, que elaborará o laudo com as informações colhidas no local", informou.

Na ocasião do acidente, a corretora Adriana Felisberto Pereira, suspeita de ter atropelado a modelo, se recusou a fazer o teste do bafômetro, foi detida e levada à delegacia, onde teve a prisão em flagrante decretada por embriaguez ao volante. Ela foi encaminhada ao sistema penitenciário. No sábado (16), a motorista passou por uma audiência de custódia e teve a liberdade concedida após pagar fiança de R$ 3 mil.

Luísa Lopes, de 24 anos, em entrevista ao programa Em Movimento, da TV Gazeta
Luísa Lopes, de 24 anos, estava de bicicleta quando morreu atropelada em Vitória. (Reprodução | TV Gazeta)

No termo da audiência de custódia, o juiz José Leão Ferreira Souto citou que policias militares teriam recebido informações no local de que a vítima teria sido atropelada por outro veículo e arremessada contra o automóvel da corretora.

Procurado pela reportagem da TV Gazeta para comentar o vídeo e a análise preliminar da Secretaria Municipal de Segurança Urbana, que não detectou um segundo veículo envolvido, o advogado Jamilson Monteiro dos Santos, que faz a defesa de Adriana, afirmou que esteve na delegacia nesta terça-feira (19) e está aguardando conclusões e perícia.

Confira a nota na íntegra da Secretaria de Segurança Urbana de Vitória

"A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (Semsu) informa que a investigação é de responsabilidade da Polícia Civil. As imagens serão analisadas pela Perícia Criminal, que elaborará o laudo com as informações colhidas no local. 

 A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (Semsu) acrescenta que, numa análise preliminar, no momento do acidente, a ciclista estava no canteiro da Avenida Dante Michelini e, ao atravessar fora da faixa de pedestres, foi atingida por um carro que seguia no sentido Serra, quando o semáforo estava aberto para a passagem de veículos. Não foi detectado um segundo veículo envolvido."

O QUE DIZ A DEFESA DA FAMÍLIA DA MODELO

Em conversa com a reportagem de A Gazeta nesta quarta-feira (20), o advogado da família de Luísa, Marcos Vinícius Sá, destacou que o vídeo não muda o posicionamento da defesa, neste sentido, defende que seja necessário apurar a morte da modelo e investigar a velocidade do carro da motorista, o estado da corretora no momento do atropelamento e o fato de ela ter se recusado a fazer o teste do bafômetro.

“A perícia, inclusive, tem a capacidade de analisar uma média de velocidade do carro. Se você pega esse vídeo e fracionar as imagens, consegue calcular a velocidade em km/h do carro. E isso é de suma importância para o caso. Então isso [o vídeo] muda o panorama? Não muda. Nós continuamos diante de um fato onde uma condutora estava em alta velocidade, conforme as testemunhas presentes no caso. Inclusive a polícia teve acesso a essas testemunhas, elas falam da alta velocidade, além do estado da condutora do veículo. Por que ela se recusou a fazer o teste do bafômetro? O que ela consumiu no dia? Isso continua sendo o que paira sobre as investigações e atribui a ela a responsabilidade sobre o crime”, evidenciou.

“A hipótese [do segundo carro] foi descartada. Mas, na verdade, nós nunca tivemos dúvida disso, porque no dia do fato testemunhas procuraram a família de Luísa e falaram o que presenciaram. Todos, de forma unânime, falavam que foi o carro de Adriana que atropelou e matou Luísa. Não tem razoabilidade nenhuma. As imagens agora mostram isso, que não tem um segundo carro”.

"Adriana foi autuada apenas por embriaguez na condução de veículo automotor, mas houve um homicídio. É como se negligenciassem a morte da Luíza. É preciso apurar a morte. A responsabilidade do condutor para com o carro diz respeito também a consciência que temos que ter ao trafegar em uma via, principalmente como a de Camburi, onde temos idosos, crianças, famílias”, finalizou.

Errata Atualização
20 de abril de 2022 às 14:02

Nesta quarta-feira (20), a defesa da família da jovem atropelada e morta comentou sobre o vídeo. O texto foi atualizado.

Análise da prefeitura - não há segundo carro e ciclista estava fora da faixa

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