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Publicado em 17 de outubro de 2025 às 17:46
Um problema, infelizmente, comum nas grandes cidades virou solução pelas mãos de alunos de uma escola pública em Vila Velha. Cansados de verem os alagamentos constantes, eles criaram um filtro ecológico para bueiros que ajuda a melhorar o escoamento, instalado nesta sexta-feira (17) não apenas na unidade de ensino, mas também na rua em frente ao colégio. >
Ao reter resíduos sólidos, a criação evita o entupimento dos bueiros, que está entre as principais causas de alagamentos. Tudo é feito a partir de materiais sustentáveis, como canos de PVC, tela de plástico e pneus reciclados. Os criadores são estudantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Francelina Carneiro Setúbal, em Coqueiral de Itaparica. >
A professora Priscila Lima, que ministra a disciplina de Biologia na unidade, explicou que a proposta surgiu durante as atividades do programa de iniciação científica Shell NXplorers, voltado para sustentabilidade e que incentiva estudantes a identificarem problemas locais e pensarem soluções ligadas ao nexo água, energia e alimento. >
“Os professores montam uma equipe de estudantes que deve pensar em um problema da escola ou da comunidade. O problema escolhido pelos nossos estudantes foi o alagamento, e a solução para minimizar os impactos foi a criação desses ‘ecobueiros’”, conta.>
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Segundo Priscila, a criação do bueiro ecológico, que teve apoio da Prefeitura de Vila Velha e da Secretaria Municipal de Educação (Semed), envolveu diversas etapas. “A partir da escolha do problema, executamos uma série de metodologias para explorar o tema, criar cenários pensando o que aconteceria se houvesse ou não uma solução e, por último, propor mudanças viáveis”, explica.>
O material utilizado demonstrou boa durabilidade e manutenção simples. “Acreditamos que facilitará o trabalho tanto da equipe de limpeza da escola quanto da equipe de serviços urbanos. Quando perceberem lixo acumulado, basta retirar a tampa do bueiro e descartar o conteúdo na lixeira”, detalha a professora.>
A responsabilidade pela manutenção foi dividida: a escola ficou encarregada dos ecobueiros instalados dentro do ambiente escolar, enquanto os que foram colocados nas ruas passaram a ser de responsabilidade da prefeitura. >
Além dos benefícios ambientais, o projeto também teve impactos pedagógicos e sociais. “Os estudantes foram protagonistas, estiveram empenhados na construção e nas campanhas de conscientização. Em todos os locais onde os ecobueiros foram instalados, eles fizeram pinturas artísticas para chamar a atenção da comunidade”, destaca a professora.>
A estudante Ana Alamon, uma das idealizadoras, lembrou que a ideia surgiu a partir das ferramentas usadas no programa. “Fomos analisando o que mais nos incomodava na comunidade e chegamos à conclusão de que o problema era os alagamentos, que até afetavam a frequência dos colegas na escola”, revela.>
O trabalho em equipe, segundo ela, foi intenso e colaborativo. “Foi superagitado e, ao mesmo tempo, harmonioso. Todos colaboraram e mantiveram uma comunicação ativa, diz a estudante, acrescentando ainda que a turma criou cinco protótipos diferentes até chegar ao definitivo.>
Ana também destaca o aprendizado coletivo deixado pelo projeto: “Depois que participei desse trabalho, aprendi que nada se faz sozinho. Durante o processo, entendemos que, para conscientizar uma sociedade, é preciso se conscientizar primeiro.">
Esta matéria foi produzida por um aluno do 28º Curso de Residência em Jornalismo, sob orientação da editora Gisele Arantes. >
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