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Alunos de Vitória lançam livros com memórias da pandemia

Alunos de Vitória lançam livros com memórias da pandemia

Crianças de 9 e 10 anos da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, escreveram relatos do que viveram durante o período da pandemia de Covid-19

Publicado em 18 de dezembro de 2022 às 15:19

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Estudantes do 4º Ano da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, Goiabeiras
Estudantes do 4º Ano da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, escrevem livros com mémorias vividas durante a pandemia. (Fernando Madeira)
Gabriela Oliveira
Estagiária / [email protected]

Entre palavras e ilustrações, as memórias sobre um período difícil vão parar nas páginas de livros. Dezesseis estudantes do 4° ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Adão Benezath, que fica em Antônio Honório, em Vitória, relembraram suas vivências durante a fase da pandemia do Covid-19 no projeto "Escrevendo minhas memórias".

O objetivo do projeto era resgatar as lembranças estudantis das crianças, além de permitir que relatassem como era a rotina dentro de casa no período que ficaram longe da escola. A saudade dos amigos e da escola marca as histórias dos livros, como eles mesmos relatam.

Estudantes do 4º Ano da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, Goiabeiras
Estudantes do 4º Ano da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, Goiabeiras. (Fernando Madeira)
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Senti saudades das aulas, muito tédio ficar em casa, senti saudades dos professores. Aprendi que as vezes a gente acha que não vai fazer uma coisa interessante na vida e quando você menos espera, você faz um livro.

Quezia Dias, 10 anos
Estudante
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Estudantes do 4º Ano da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, Goiabeiras
Estudantes do 4º Ano da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, Goiabeiras. (Fernando Madeira)
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Senti saudades dos meus amigos e do recreio, e não tive muitas dificuldades para estudar durante a pandemia. O livro foi muito importante para mim, queria falar para as pessoas sempre escolherem as melhores opções na vida.

Sofia Vely
Estudante, 10 anos
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Estudantes do 4º Ano da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, Goiabeiras
Estudantes do 4º Ano da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, Goiabeiras. (Fernando Madeira)
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Não achei tão difícil de estudar durante a pandemia mas senti saudades de estudar na escola. Me senti alegre e aprendi muita coisa escrevendo o livro

Anna Julia Sampaio
Estudante, 10 anos
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Além das saudades, a superação das dificuldades aparecem nos livros.

Estudantes do 4º Ano da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, Goiabeiras
Estudantes do 4º Ano da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, Goiabeiras. (Fernando Madeira)
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As dificuldades que tive foi escrever e ler, porque eu era analfabeta. Com o livro aprendi que é muito importante escrever o que você sente através de histórias.

Pietra Araújo
Estudante, 10 anos
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Os momentos de lazer também fazem parte das histórias. Assistir séries e filmes foram as principais atividades feitas pelos alunos durante o período de isolamento.

Estudantes do 4º Ano da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, Goiabeiras
Estudantes do 4º Ano da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, Goiabeiras. (Fernando Madeira)
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Estudei, brinquei, dormi, assisti filme e senti falta dos meus amigos.

Maria Fernanda da Vitoria
Estudante, 10 anos
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Estudantes do 4º Ano da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, Goiabeiras
Estudantes do 4º Ano da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, Goiabeiras. (Fernando Madeira)
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Eu assisti filmes, fiz muitas receitas e também passei mais tempo com minha família. Me senti feliz escrevendo o livro, foi especial escrever esse livro porque todo mundo vai poder ler.

Lara Martins
Estudante, 10 anos
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Desenvolvimento do projeto

“Escrevendo minhas memórias” foi desenvolvido com a ajuda da professora Tânia Rautha, da bibliotecária Mariluce de Souza e da professora de informática Daniella Bertazzo. Elas contaram com o apoio da pedagoga Bárbara Coelho e do diretor da escola, José Honor. Os alunos seguiram um cronograma de produção e, em dois meses, os livros estavam prontos.

Estudantes do 4º Ano da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, Goiabeiras
Professora Tânia Rautha e a bibliotecária Mariluce de Souza. (Fernando Madeira)

A bibliotecária conta que o livro Felpo Filva, de Eva Furnari, serviu como base para a produção das crianças. Livro que traz vários gêneros textuais, como fábula, receitas, bula e contos. "A escola tem esse papel de trazer possibilidades e dar o pontapé inicial. Então esse foi o início para que, daqui pra frente, eles possam construir a própria história deles”, complementa Mariluce.

Em relação às questões pedagógicas, o trabalho exercitou a escrita dos alunos. “Depois da pandemia a gente viu a necessidade de trabalhar a escrita dos alunos por causa da defasagem. Os alunos têm um caderno de produção de texto que a gente vai trabalhando semanalmente, uma oportunidade deles colocarem em prática tudo aquilo que eles aprendem em sala”,  explica a professora Tânia.

Estudantes do 4º Ano da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, Goiabeiras
Bárbara Coelho, pedagoga da Emef Adão Benezath . (Fernando Madeira)

“A importância desse projeto no começo de tudo é mostrar que eles são capazes, tanto de escrever e produzir, e também de trazer de dentro deles mesmos o que eles precisam expressar pra fora. Escrever um livro nada mais é que a expressão deles", conta a pedagoga.

Estudantes do 4º Ano da Emef Adão Benezath, em Antonio Honório, Goiabeiras
José Honor, diretor da Emef Adão Benezath. (Fernando Madeira)

“Os alunos fizeram uma produção muito interessante, vai deixar um legado para a biblioteca para que outros alunos possam estar lendo e se inspirando com esse trabalho”, afirma o diretor da escola, José Honor, orgulhoso do trabalho realizado pelos professores e estudantes.

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