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Açaí capixaba: fruto é transformado em sorvete, doces e tortas no ES

Açaí capixaba: fruto é transformado em sorvete, doces e tortas no ES

Apesar da semelhança entre os frutos, o juçara, fruto típico capixaba, tem mais vitaminas e antioxidantes do que o açaí verdadeiro

Publicado em 16 de dezembro de 2023 às 15:03

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A juçara é uma palmeira nativa da Mata Atlântica que, no passado, entrou para a lista de espécies ameaçadas de extinção porque era explorada para extração do palmito. Foi apelidada de 'açaí capixaba' por gerar frutos com polpa semelhante ao açaí verdadeiro, típico da Região Amazônica.

Na cidade de Rio Novo do Sul, no Espírito Santo, a juçara tem sido fonte de renda de muitas famílias ao ser transformada em sorvete, torta, doces e até macarrão.

Apesar da semelhança entre os frutos, o juçara tem mais vitaminas e antioxidantes do que o açaí, segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).

Em São Vicente, localidade de Rio Novo, o casal de produtores rurais Leandro Menegardo e Driellen Perim colhe na palmeira o fruto que é seu principal sustento. 

"Começamos colhendo na mata. Eu subia no pé quando era moleque. Colhíamos e vendíamos para outras pessoas. A partir daí, ao invés de colher na mata, passamos a fazer nosso próprio plantio, fazer uma plantação junto a banana, café e outras culturas. Daí foi surgindo a plantação", contou o agricultor, que herdou do pai a inspiração para plantar juçara.

Pensando em agregar valor ao produto, que antes era vendido in natura, Driellen viu na fabricação de sorvete uma forma diferente de comercializar o alimento, que não tem corante ou qualquer conservante.

Fruto do palmito juçara é transformado em sorvete, doces e tortas
Fruto do palmito juçara é transformado em sorvete, doces e tortas . (Matheus Martins )

"Hoje, vendemos para Iconha, Cachoeiro, Vitória. Então, tem vários lugares que estão se interessando pelo nosso produto. Não sabíamos que ia ter essa aceitação", contou a produtora rural.

É em uma agroindústria do município, onde a lavradora Deliete Wetler trabalha, que a polpa do palmito juçara vira matéria-prima para o macarrão. "Se a gente já faz o macarrão de beterraba, cenoura, ora-pro-nóbis, o que custa fazer um de juçara para ver se dá certo? Tivemos a ideia, criamos a receita e deu certo", contou Deliete.

Dona de uma confeitaria na cidade, Aparecida Thomaz sentiu que faltava um doce com sabor regional. Atualmente, ela é a única que faz a receita de torta usando o produto em Rio Novo do Sul e conta que quem experimenta vicia.

"Eu tinha essa necessidade de mostrar para os meus clientes e as pessoas de fora, fazer elas entenderem um pouquinho do que é a juçara. Eles dizem que se apaixonam e viciam", contou Aparecida.

Em 2022, o Espírito Santo lançou a Rede Juçara para debater a cadeia produtiva e para que os produtos derivados do fruto possam ocupar novos mercados de maneira mais competitiva e sustentável.

Com informações do g1/ES.

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