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Artistas, intelectuais e jornalistas lamentam morte de Contardo Calligaris

Artistas, intelectuais e jornalistas lamentam morte de Contardo Calligaris

Psicanalista italiano, que morreu em decorrência de um câncer, recebeu diversas homenagens nas redes sociais

Publicado em 31 de março de 2021 às 10:32- Atualizado há 3 anos

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Retrato do colunista da Folha de S.Paulo, o psicanalista Contardo Calligaris
Retrato do colunista da Folha de S.Paulo, o psicanalista Contardo Calligaris. (Bruno Santos/Folhapress)

A morte do psicanalista italiano Contardo Calligaris, ocorrida nesta terça, em São Paulo, gerou uma série de comentários em sua homenagem, sobretudo nas redes sociais.

Calligaris, que também era escritor e dramaturgo, morreu aos 72 anos. Ele estava hospitalizado e fazia tratamento contra um câncer.

O ator, dramaturgo e diretor Otávio Martins publicou uma foto no Instagram em que aparece ao lado de Calligaris, da atriz Claudia Ohana e do ator Emilio de Mello. Os artistas trabalharam juntos na série "Psi", que estreou na HBO em março de 2014.

"Psicanalista e escritor, Contardo era o autor de 'Psi', série da HBO que eu tive a honra de fazer, na primeira temporada, ao lado dos amigos Emilio de Mello e Claudia Ohana", escreveu Martins, na legenda da foto. "Um grande cara, uma grande mente. Que tristeza."

"Sua inteligência e clareza, os papos na vida e no teatro, as colunas, os livros. Obrigado, Contardo. Descanse em paz", escreveu o ator Dan Stulbach.

Vera Magalhães, jornalista e apresentadora do Roda Viva, da TV Cultura, lamentou a morte do escritor e se definiu como uma "leitora voraz" de seus textos.

"Coragem, desassombro e sabedoria numa frase final. Essas qualidades do Contardo Calligaris sempre permearam seus escritos, dos quais eu era leitora voraz e grata", disse Magalhães.

Petra Costa, a diretora de "Democracia e Vertigem", documentário brasileiro que concorreu ao Oscar no ano passado, homenageou o italiano no Twitter.

"Imagine nossa vida como uma breve passagem por um circuito de montanhas-russas. Quem atravessasse a experiência anestesiado, sem gritos, pavor e risos teria jogado fora o dinheiro do bilhete", afirmou a cineasta.

"Contardo era um poço de conhecimento, um humanista convicto e profundamente generoso. Tive a oportunidade de entrevistá-lo diversas vezes para o programa Dilemas Éticos da CIP. Deixa muitas saudades", afirmou Michel Schlesinger, representante da Confederação Israelita do Brasil, em depoimento à Folha.

"Até o último minuto, como conta o filho, ele foi genial. Que tristeza", lamentou a jornalista Daniela Lima.

"Em 2007, cheguei em São Paulo pata recomeçar a vida, sem emprego, coração destroçado, mas decidida a viver. Contardo Calligaris me tratou por dois anos decisivos na minha vida. Não há agradecimento possível, só admiração e saudade eternas", contou a professora de ética e escritora de "Direito e Saúde Global: O Caso da Pandemia de Gripe A (H1N1)", Deisy de Freitas Lima Ventura.

A diretora e atriz Mika Lins publicou no Twitter fotos do psicanalista quando jovem.

"Primeira live que fiz, lá no começo da pandemia. Inteligente, generoso e engraçado. O Brasil perde uma pessoa muito boa. Minha solidariedade aos familiares e amigos", escreveu o jornalista Leandro Demori, do The Intercept Brasil.

"Um cara que sem ser brasileiro nos entendia melhor do que ninguém. Deixo aqui o registro de nosso último diálogo. Vá em paz, amigo", escreveu o cientista político e professor Fernando Schüler.

O ex-deputado Jean Wyllys, que deixou o Brasil em 2019 sob ameaças, definiu Calligaris como "um dos intelectuais mais brilhantes e livres" que já conheceu.

A professora de filosofia e escritora Marcia Tiburi disse que o italiano era genial e lamentou sua morte.

"Um notável psicanalista, com extrema sensibilidade, nos brindava com seus artigos brilhantes na Folha", afirmou o ex-senador Eduardo Suplicy, que lembrou ainda dos elogios de Calligari ao seu livro “Renda Básica de Cidadania”, de 2006.

Numa thread, a Companhia das Letras lembrou suas publicações de "O Conto do Amor", de 2008, e "A Mulher de Vermelho e Branco", de 2011, ambos escritor por Calligari.

"O pensamento psicanalítico, a ficção brasileira, o jornalismo e a televisão. Perde o Brasil uma de suas cabeças mais instigantes e ecléticas", afirmou Luiz Schwarcz, fundador da editora.

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