Rodrigo Suricato está de volta! Tendo ganhado destaque nacional com a banda Suricato no programa SuperStar, ele lança agora Na Mão as Flores, seu quarto disco. Vencedor do Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock em 2015, com Sol-Te, o cantor agora aposta em um estilo mais arrojado e inspirado nas performances de rua.
É uma nova fase. Busquei inspiração nas performance dos músicos de rua. O resultado é uma obra de transição muito bonita, afirma.
A novidade não veio ao acaso, ela é fruto de muito trabalho e dedicação. Passei os últimos três anos produzindo mais de trinta músicas para selecionar apenas dez. Produzir um disco solo é tomar todas as decisões do trabalho, o resultado não poderia ser outro: esse é o meu disco mais bonito e mais completo. Não tem Rodrigo diluído, apenas por inteiro, afirma.
COTIDIANO
Em entrevista por telefone ao Gazeta Online, o artista explica como surgiu o nome da faixa Na Mão as Flores que dá nome ao álbum. O pior de mim está na mesma mão que trago flores pra você. É falar de coisas que acontecem na vida de qualquer pessoa, falo de pessoas e natureza humana. Minha músicas surgem da observação do cotidiano, em casa as letras das músicas se misturam com as poesias que escrevo, afirma.
Suricato conta que o disco nasceu autobiográfco, mas na verdade é sobre todos nós. É falar de coisas e desejos da nossa natureza, que acontecem na vida de qualquer pessoa, justifica.
O artista vem desenvolvendo um conceito de show inovador, a banda de um homem só. Durante as apresentações vários instrumentos são tocados simultaneamente pelo cantor. Essa habilidade já lhe rendeu o prêmio de melhor guitarrista brasileiro e incontáveis gravações com outros artistas. Com essa proposta de show, Suricato afirma que está inteiro no palco e quem o acompanha terá acesso a um Rodrigo na íntegra.
Também vocalista do Barão Vermelho, Rodrigo explica como os dois trabalhos dialogam. Os projetos acabam se falando, mas geralmente decidimos de forma democrática (risos), relata.
Para o cantor que respira música e considera sorte e esforço todo o sucesso que vem fazendo, não existe momento certo para se inspirar. É uma ilusão acreditar que só se escreve música quando se está inspirado. Quando não tenho o momento de inspiração eu começo sozinho a escrever alguma coisa para fluir, afirma.
Na Mão as Flores é um disco quase todo autoral, exceção feita à versão de Como Nossos Pais, de Belchior, que Rodrigo transforma em um ousado blues em que sua voz ironicamente lembra a de Frejat, ex-Barão Vermelho.
Eu acho que o contexto social atual me levou a revisitar Como Nossos Pais. Belchior era fã de blues assim como eu. Percebi durante o processo de autoconhecimento que resultou no disco, que a gente repete inconscientemente alguns padrões de outras gerações. Reconhecê-los dentro de mim e aperfeiçoá-los foi a parte mais dolorida e linda desse processo, explica.
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