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Remake de 'Perdidos no Espaço' é uma boa aventura familiar

Remake de "Perdidos no Espaço" é uma boa aventura familiar

Série se disfarça de thriller espacial à lá "Perdido em Marte", mas, no fim, mantém o clima e a essência do original sessentista

Publicado em 17 de abril de 2018 às 22:10

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Robô e Will Robinson: uma relação quase paternal. (Netflix/Divulgação)

Não se deixe enganar pelos vídeos promocionais: o “Perdidos no Espaço” que chegou à Netflix na última sexta-feira (13) não é uma espécie de “Perdido em Marte” (2014), mas sim, tal qual o “Perdidos no Espaço” original, uma série sobre as aventuras da família Robinson em outro planeta.

A trama se passa em um futuro relativamente próximo. Um objeto, a “Estrela de Natal”, colidiu com a Terra e obrigou os terráqueos a partirem em busca de uma nova casa – somente os mais brilhantes e relevantes terráqueos irão colonizar o novo planeta, e os Robinson (John, Maureen, Will, Judy e Penny), claro, estão entre eles.

O problema é que a estação espacial Resolute, que os levaria a Alpha Centauri, sofre um misterioso acidente e a família cai em um planeta desconhecido, mas perfeitamente habitável.

Os dois primeiros episódios, dirigidos por Neil Marshall (do bom “Abismo do Medo”), servem para apresentar o espectador a todos os medos e angústias da família – quem são aquelas pessoas? Do que elas fogem? Os episódios servem também para construir a relação entre Will (Maxwell Jenkins) e o Robô, uma misteriosa criatura que pode ou não ser alienígena, mas que protege o jovem a qualquer custo e, aos poucos, se torna parte da família.

Também fazem parte do núcleo principal a Dra. Smith (Parker Posey) e o mecânico Don West (Ignacio Serricchio). Juntos da família e de outros humanos que ocasionalmente aparecem, eles desbravam o planeta e pensam como sair dali.

INIMIGOS

Série tem clima de aventura espacial familar. (Netflix/Divulgação)

O grande vilão do novo “Perdidos no Espaço” são as relações humanas. O texto é esperto ao utilizar flashbacks para que o público possa relacionar, sem muita dificuldade, passado e presente. A dificuldade de John (Toby Stephens), um ex-militar, de se relacionar com os filhos não desaparece fora da Terra, pelo contrário. O mesmo acontece com os problemas adolescentes de Judy (Taylor Russell) e Penny (Mina Sundwall). Will, o caçula, encontra no Robô a figura paterna que não teve enquanto crescia... E no meio disso tudo está Maureen (Molly Parker), a líder do grupo, uma mulher forte e capaz de tudo para proteger sua família.

Enquanto o núcleo familiar vai bem, a vilã oficial, Dra. Smith, parece presa na ingenuidade da série que estreou em 15 de setembro de 1965. Suas atitudes são bobas, assim como suas motivações – ao contrário do personagem da série original, ela não possui nuances ou carisma. Fica difícil entender porque os Robinson confiam nela ou querem tê-la por perto, uma vez que ela praticamente tem “psicopata” escrito na testa.

“Perdidos no Espaço” não é nada novo, mas tem cenários grandiosos e é uma boa opção para passar o tempo. Nada além disso, mas tudo bem.

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