Não se deixe enganar pelos vídeos promocionais: o Perdidos no Espaço que chegou à Netflix na última sexta-feira (13) não é uma espécie de Perdido em Marte (2014), mas sim, tal qual o Perdidos no Espaço original, uma série sobre as aventuras da família Robinson em outro planeta.
A trama se passa em um futuro relativamente próximo. Um objeto, a Estrela de Natal, colidiu com a Terra e obrigou os terráqueos a partirem em busca de uma nova casa somente os mais brilhantes e relevantes terráqueos irão colonizar o novo planeta, e os Robinson (John, Maureen, Will, Judy e Penny), claro, estão entre eles.
O problema é que a estação espacial Resolute, que os levaria a Alpha Centauri, sofre um misterioso acidente e a família cai em um planeta desconhecido, mas perfeitamente habitável.
Os dois primeiros episódios, dirigidos por Neil Marshall (do bom Abismo do Medo), servem para apresentar o espectador a todos os medos e angústias da família quem são aquelas pessoas? Do que elas fogem? Os episódios servem também para construir a relação entre Will (Maxwell Jenkins) e o Robô, uma misteriosa criatura que pode ou não ser alienígena, mas que protege o jovem a qualquer custo e, aos poucos, se torna parte da família.
Também fazem parte do núcleo principal a Dra. Smith (Parker Posey) e o mecânico Don West (Ignacio Serricchio). Juntos da família e de outros humanos que ocasionalmente aparecem, eles desbravam o planeta e pensam como sair dali.
INIMIGOS
O grande vilão do novo Perdidos no Espaço são as relações humanas. O texto é esperto ao utilizar flashbacks para que o público possa relacionar, sem muita dificuldade, passado e presente. A dificuldade de John (Toby Stephens), um ex-militar, de se relacionar com os filhos não desaparece fora da Terra, pelo contrário. O mesmo acontece com os problemas adolescentes de Judy (Taylor Russell) e Penny (Mina Sundwall). Will, o caçula, encontra no Robô a figura paterna que não teve enquanto crescia... E no meio disso tudo está Maureen (Molly Parker), a líder do grupo, uma mulher forte e capaz de tudo para proteger sua família.
Enquanto o núcleo familiar vai bem, a vilã oficial, Dra. Smith, parece presa na ingenuidade da série que estreou em 15 de setembro de 1965. Suas atitudes são bobas, assim como suas motivações ao contrário do personagem da série original, ela não possui nuances ou carisma. Fica difícil entender porque os Robinson confiam nela ou querem tê-la por perto, uma vez que ela praticamente tem psicopata escrito na testa.
Perdidos no Espaço não é nada novo, mas tem cenários grandiosos e é uma boa opção para passar o tempo. Nada além disso, mas tudo bem.
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