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Peça 'Buffalos Show', do grupo Folgazões, estreia nesta sexta (14)

Peça "Buffalos Show", do grupo Folgazões, estreia nesta sexta (14)

Espetáculo resgata o velho-oeste americano, o personagem Buffalo Bill, por meio de metáforas ao atual estágio da política brasileira, como o culto às armas, ódio as diferenças e disputas políticas

Publicado em 13 de junho de 2019 às 15:21

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Cena do espetáculo "Buffalos Show". (Divulgação/ Cia Folgazões)

Ícone da cultura pop americana, e símbolo de masculinidade e belicismo que marcou tendência na construção do gênero faroeste no cinema, Buffalo Bill está de volta. Não o cara durão que costumava aparecer em seu programa, "Buffalo Bill's Wild West Show", em que matava búfalos, caçava índios e outras atrocidades, mas um homem envelhecido e esquecido, porém sempre pronto para ressurgir em uma grande conspiração política...

A trama pra lá de surrealista pontua o espetáculo "Buffalo’s Show", encenado pelo grupo Folgazões nesta sexta (14), no próximo domingo (16) e no dia 20 de junho, no Teatro Folgazões, Centro de Vitória, com entrada franca. Dia 22 de junho, a peça retorna, agora no Centro Cultural Sesc Gloria, também em Vitória, desta vez com cobrança de ingressos.

No elenco, Leonardo Magalhães, como um "arretado" Buffalo Bill; Duílio Kuster, vivendo Basil Zaharoff, empresário grego e comerciante de armas, figura estratégica para a construção da Primeira Guerra Mundial; e Lorena Lima, como Cabocla, norte-americana descendente de brancos, negros e índios, que vive com Buffalo Bill em Iowa, estado americano que representa com perfeição a chamada “raiz da América profunda”: arcaico, árido, reacionário e belicista.

INVENÇÕES INTELIGENTES

Cena do espetáculo "Buffalos Show". (Divulgação/ Cia Folgazões)

O texto de autoria de Duílio Kuster acerta em vários tons, especialmente por "trazer", em forma de metáforas, uma trama tipicamente americana para o Brasil atual, dominado pelo culto às armas, intolerância e disputas políticas. Também é curioso ver a interação de dois personagens apaixonados pela violência interagindo em cena, especialmente porque não viveram na mesma época.

"Considero essa peça como uma espécie de continuação da nossa montagem anterior, 'A Lenda do Reino Partido', principalmente pela situação em que vivemos atualmente no Brasil, como a divisão entre grupos políticos, o ódio às diferenças, o aumento da violência e o culto às armas de forma apaixonada. Tudo o que os personagens centrais de 'Buffalo’s Show' defendem", acredita Duílio Kuster.

O espetáculo aposta em um trabalho vocal dos atores inspirado nas dublagens antigas, como pausas, timbres e expressões que parecem deslocadas da movimentação corporal, tendo sempre como norte as dublagens dos filmes de faroeste. Abaixo, veja o vídeo de apresentação de "Buffalo’s Show".

Mesmo com a referência a um ícone da cultura norte-americana, há um "abrasileiramento" nos diálogos, se aproximando com o cenário político e cultural nacional. O humor e a ironia, típicos dos trabalhos de Duílio Kuster, estão presentes em cada passagem.

"Tentamos um olhar de distanciado para nos fazer refletir sobre o presente", defende o autor, afirmando que o foco direto do texto é a ascensão do presidente Jair Bolsonaro e tudo o que ele representa. "Em cena, a política do autoritarismo, a prática da 'lei do mais forte', e a 'cultura da bala', muito em voga na sociedade", complementa Kuster.

Serviço

Buffalo's Show

O que é: espetáculo teatral, com texto de Duílio Kuster, direção de Nieve Mattos, e elenco formado por Leonardo Magalhães, Duílio Kuster e Lorena Lima.

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Quando: sexta (14), às 20h,  domingo (16), às 19h, e dia 20 de junho, às 19h, no Teatro Folgazões. Rua Nestor Gomes, 168, Centro, Vitória. Informações: (27) 3322-7391. Entrada franca. Retirada dos ingressos na bilheteria do teatro uma hora antes da apresentação. Dia 22 de junho, às 19h, no Centro Cultural Sesc Glória. Avenida Jerônimo Monteiro, 428, Centro, Vitória. Informações: (27) 3232-4750. Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

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