Trazendo a fusão entre danças urbanas, populares e afro-brasileiras, o novo espetáculo de Yuriê Perazzini levanta questões relacionadas a temas como a colonização, a mulher e a ancestralidade. Moquear: Sem Receita tem ensaio aberto no próximo sábado (9), às 19h, no Centro Cultural Eliziário Rangel. A entrada é gratuita.
Com direção da bailarina Ivna Messina, o espetáculo tem como sinopse a história de uma mulher que revisita a própria história, num processo que se confunde com a colonização do Brasil.
Nessa busca, surgem os questionamentos sobre a mistura que resulta na constituição do próprio corpo. Daí, a dançarina cria uma ponte entre o processo de preparação da moqueca usando a referência ao termo moquear e a composição diversificada do povo brasileiro, destacando a descendência negra e indígena, principalmente.
O moquear, que dá nome ao espetáculo, é uma técnica indígena para fazer o alimento. Os índios utilizam o líquido do próprio alimento para cozinhar, que é a mesma técnica usada na moqueca capixaba. Tem a ver com isso, com o quanto a gente se descolonializa para encontrar quem a gente é, na perspectiva de um novo eu. Com a forma como vemos o corpo feminino, com a questão de povos escravizados, com o que é ser brasileiro. É uma mistura, e muitas vezes a gente renega parte da gente, explica Yuriê.
Ela conta que a inspiração para o novo espetáculo surgiu de vivências e observações sobre a própria vida e o que acontece à sua volta. Ele começou a ser pensado em 2012 e tomou forma após anos de conversa com a diretora, além de laboratório corporal e pesquisas.
Foi um processo orgânico, a gente teve tempo para pensar. A gente não tem uma coreografia estabelecida, tudo vem muito da minha experiência corporal. O espetáculo é a fusão de uma história pessoal, histórica e ancestral, diz. A previsão de data para a estreia oficial do espetáculo é 8 de março.
Ensaio Aberto Moquear: Sem Receita Um solo de Yuriê Perazzini com direção de Ivna Messina
Quando: sábado (9), às 19h.
Onde: Centro Cultural Eliziário Rangel. Rua Gonçalves Dias, 1089-1193, São Diogo I, Serra.
Entrada gratuita.
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