Os meninos do Maroon 5 terminaram o último ano envoltos em polêmica, o que ofuscou de certa forma o lançamento do novo álbum de inéditas, batizado racionalmente de Red Pill Blues. Apesar de terem pensado muito sobre o título do disco, a escolha foi quase como um tiro no próprio pé.
O material acabou recebendo muitas críticas, não só da mídia especializada, mas também de movimentos sociais. Explica-se: é que o nome possui um termo Red Pill muito utilizado por um grupo americano que defende os direitos dos homens. E em tempos onde o feminismo ganhou ainda mais evidência, é claro que a opção causou reações.
Por conta disso, a banda teve que se explicar e divulgou que a inspiração partiu do filme Matrix. Segundo o vocalista Adam Levine, o título quis entrar numa onda meio conceitual, e faz referência às pílulas azul e vermelha que o personagem Neo (Keanu Reeves) precisa escolher para tomar.
Mudanças
Polêmicas à parte, o lançamento também chega até os fãs no momento em que a banda passa por algumas mudanças estruturais ela era um quinteto, e agora tem sete membros e variações sonoras.
Bem mais eletrônico que seus trabalhos anteriores, a impressão é que o disco é um compilado de singles, resultando num conjunto divertido de músicas, portanto nem tão coeso assim.
Prova dessa guinada chega logo de cara com a primeira faixa, Best 4 U, que remete aos anos 1980, com sintetizadores e uma vibe meio como a que The Weeknd apostou no seu último disco.
É claro que a voz fina e alguns agudinhos tão característicos do vocalista estão presentes ao longo das canções, mas a real é que inspirações mais roqueiras ficaram um pouco de lado.
O material segue com What Lovers Do, com participação da cantora SZA. A faixa tem um clima meio veraneio, com refrão pegajoso. Já Wait navega por um r&b moderno graças às batidas eletrônicas.
Outra característica do álbum é a miscelânea de participações especiais, como a de Julia Michaels em Help Me Out, e um toque do DJ Diplo, com arranjos baseados em teclado. Na faixa Who I am, com o rapper LunchMoney Lewis, a veia romântica vem à tona. Em Whiskey, temos parceria com A$ap Rocky, mas um resultado monótono.
Um dos destaques é Closure, com 11 minutos. Fugindo do convencional, o grupo encarna o lado r&b do início da carreira, mas com espaço para um jam dançante e gostoso de ouvir.
Na versão deluxe, há espaço para um bom featuring de Kendrick Lamar, em Dont Wanna Know, e Future, em Cold. No disco extra, apenas umas versões ao vivo de outros singles de sucesso.
Apesar de a banda ter feito laboratório com o novo álbum, os meninos experimentaram pouco. Falta de ousadia à parte, não se trata de um disco ruim, mas apenas divertido.
"Red Pill Blues" - Maroon 5
Universal Music, 14 faixas na versão deluxe + 1 disco ao vivo com 6 faixas.
Quanto: R$ 29,90.
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