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Capixabas criam projeto antirracismo no Instagram e YouTube

Capixabas criam projeto antirracismo no Instagram e YouTube

O Descolonize visa combater o racismo por meio da educação. Além dos posts, Gabriela Verediano, Viviane Lupim e Jéssica Grilo vão promover três palestras sobre o tema no YouTube

Publicado em 1 de julho de 2021 às 12:06

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Equipe do projeto Descolonize no dia de gravação em Cachoeiro de Itapemirim (ES) do ciclo de palestras que vai ao ar no YouTube de graça
Equipe do projeto Descolonize no dia de gravação em Cachoeiro de Itapemirim (ES) do ciclo de palestras que vai ao ar no YouTube de graça. (Arquivo pessoal)
Autor - Pedro Permuy
Pedro Permuy
Repórter do Divirta-se / [email protected]

Combater o racismo por meio da educação é lema para a professora Gabriela Verediano, que junto com a advogada Viviane Lupim e a pedagoga Jéssica Grillo criaram o Descolonize. Com posts educativos no Instagram e palestras no YouTube, o projeto visa conscientizar sobre o tema de forma acolhedora.

O Descolonize nasceu durante a pandemia da Covid-19, no Espírito Santo. Idealizadora da ação, Gabriela se inspirou em seminário que organizava presencialmente na escola estadual em que trabalha, de Cachoeiro de Itapemirim, para moldar o evento no ambiente digital. 

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O racismo tem que ser combatido de forma coletiva

Gabriela Verediano
Professora
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Assim, no próximo dia 25 de julho, o projeto vai disponibilizar em canal do YouTube um ciclo com três palestras sobre o racismo e o combate ao preconceito pela educação. Convidados, os especialistas no tema vão debater desde as causas do problema até formas de enfrenta-lo disseminando informação.

Com as palestras pela web, ela pretende conscientizar a população sobre causas e consequências do que é considerado crime de ódio. Após a primeira exibição, o ciclo de palestras promovido pelo Descolonize vai continuar disponível pelo canal do projeto no YouTube.

A página do Instagram, que também ajuda a divulgar as palestras, também ficará no ar. Por sinal, o perfil na rede social de fotos conta com ótimas dicas e debates em seus posts educativos.

"É sobre combater o racismo com dados, estatística e estudos científicos. Tem gente que, quando recebe a informação, muda de pensamento. Às vezes, só falta uma informação, um diálogo, uma forma disso chegar a pessoa e ela mudar um comportamento, uma fala, se incomodar como que vir de errado", propõe Gabriela, que idealizou a ação digital ao lado de Viviane Lupim.

Segundo Gabriela, os participantes dos bate-papos vão se ater justamente a esse método de conversa – o de apresentar dados e confrontá-los. As três palestras, que serão “A construção histórica-social do negro no Brasil", com Aline Dias; "A representação do negro na TV", com Suely Bispo; e "Educação e movimento negro no Brasil", com Gustavo Forde, já foram gravadas.

A professora Gabriela Verediano, idealizadora do projeto Descolonize
A professora Gabriela Verediano, idealizadora do projeto Descolonize. (Marlon Araújo)

"Como sou professora, já tinha feito algo parecido antes como um projeto para a escola, mas era para um público restrito, o público escolar. Quando abriram editais da Lei Aldir Blanc pelo governo do Estado, decidi inscrever o projeto de uma forma mais macro e ele, depois, fica disponível na internet", conta.

"Trabalho em uma escola estadual em Cachoeiro de Itapemirim e, em todo mês de novembro, a gente fazia uma roda de conversa com pessoas de várias áreas para falar de racismo no segmento delas", lembra, indicando a inspiração do Descolonize.

A professora acredita que o evento virtual possa combater o racismo, já que recorda que esse evento que ela fazia na escola em que trabalha rendia bons frutos. "Lembro que alguns alunos tinham resistência com o tema e saíam do auditório, depois do evento, bem mais desarmados. Pelo menos já saíam dispostos a falar sobre o que ouviram. No Descolonize, pelo YouTube, também teremos apresentação de alguns artistas, então terá uma programação completa", destaca.

Ela, que toca projetos que combatem o racismo nas escolas desde 2018, avalia que a grade escolar não abarcar culturas africanas, por exemplo, é um erro para a continuidade desse trabalho. "Eu sinto que as crianças e adolescentes não sabem sobre a cultura da África, não estudam os reinos africanos, as civilizações antigas da África, como fazem com outros continentes. Isso não está na grade", lamenta.

A ideia geral do projeto que ela e a colega Viviane produziram é esse: "O de fazer as palestras se tornarem públicas para mais pessoas terem acesso a esses questionamentos que fazemos, só que internamente. Além do ciclo, também teremos sorteios de livros, que alguns já foram até enviados por meio de seguidores do Instagram, então essa também é uma forma complementar de incentivar o acesso à informação sobre o racismo no Brasil".

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