Caro leitor, a revolução digital alterou profundamente o modelo de negócios de diversas atividades econômicas, do turismo ao comércio varejista. A indústria jornalística também sofreu grande impacto.
Até 20 anos atrás, a receita dos jornais era baseada em assinaturas, vendas em banca e anúncios publicitários. A diversidade de clientes anunciantes garantia a saúde financeira e a devida independência editorial dos veículos. A solidez financeira, é bom frisar, é essencial para assegurar a independência editorial. E foi esse modelo que possibilitou o desenvolvimento da imprensa profissional livre ao longo de duzentos anos.
Nesse período, a imprensa se consolidou como pedra fundamental da democracia ocidental, exercendo o papel clássico de cão de guarda da sociedade, em defesa da liberdade de expressão, dos direitos individuais, da cidadania, contra a opressão, o autoritarismo e o abuso do poder público e econômico.
Esse modelo, baseado em anúncios e venda de exemplares, contudo, passou por grandes transformações e já não é mais suficiente para garantir a independência editorial.
Com a expansão da internet, no Brasil e no mundo, nos últimos vinte anos, os jornais passaram a atuar também na web, com sites de notícia funcionando como uma espécie de extensão dos veículos impressos.
Num primeiro momento, seguindo talvez uma visão equivocada que parecia ser a "cultura" do meio digital, a vasta maioria dos sites jornalísticos era acessada gratuitamente, na expectativa de que a audiência traria publicidade suficiente para sustentar os custos operacionais. Ocorre que produzir informação de qualidade exige altos investimentos.
O jornalismo profissional hoje é produzido em redações com repórteres especializados, editores, analistas, fotógrafos, infografistas, designers e demais profissionais, que dependem ainda de ampla infraestrutura administrativa e tecnológica para produzir e difundir a informação. E os jornais então passaram a cobrar pelo acesso aos seus sites, como meio de sustentar essa estrutura profissional e manter a qualidade e a independência editorial.
O primeiro grande veículo a servir de referência mundial para o chamado paywall, ou muro de cobrança, foi o The New York Times, que anunciou a medida em 2011. No Brasil, a tendência foi seguida pelos principais jornais, como Folha de S. Paulo, O Globo e Estadão, além de veículos regionais como Zero Hora e Gazeta do Povo.
Seguindo essa tendência, lançamos hoje no Gazeta Online um novo sistema de cobrança por conteúdo. Depois de um determinado número de reportagens, para continuar a leitura, o internauta será convidado a fazer uma assinatura digital. O diferencial para esse assinante será o acesso a um espaço de conteúdo exclusivo no site. Lá, só este assinante verá reportagens especiais, matérias exclusivas, análises, opinião de colunistas e articulistas. Vale lembrar que para quem já é assinante diário de A GAZETA ou possui uma assinatura digital o acesso continua liberado normalmente.
Acreditamos que o leitor compreenderá o valor da informação. A GAZETA tem se notabilizado por reportagens exclusivas e pela defesa editorial de questões relevantes para o Espírito Santo. Temos sincero compromisso com o desenvolvimento social, econômico e cultural de nosso Estado.
Temos cobrado das autoridades públicas, por exemplo, o enfrentamento da violência, a redução da carga tributária, a boa aplicação dos recursos públicos, o investimento em infraestrutura e as reformas constitucionais que possibilitem o crescimento da economia, com geração de emprego e renda e redução da desigualdade social.
Denunciamos sempre casos de corrupção, no Espírito Santo e no Brasil. De forma mais específica, denunciamos recentemente as falhas na concessão da BR 101 e o atraso nas obras do aeroporto. Denunciamos o racismo, a violência contra a mulher, a poluição do pó preto, as falhas na educação, o analfabetismo.
Acreditamos que uma imprensa profissional sólida e independente é fundamental para o amadurecimento da democracia e para o desenvolvimento da comunidade. A sociedade precisa estar bem informada para conhecer plenamente os seus direitos, para exercer a cidadania e cobrar providências das autoridades públicas.
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