Publicado em 27 de janeiro de 2021 às 08:41
- Atualizado Data inválida
A presidente do Banco Santander, Ana Botín, afirmou nesta terça-feira (26) que a vacina é a política econômica mais eficiente para recuperação econômica. Segundo a executiva, há um otimismo cauteloso a respeito de 2021, do ponto de vista dos bancos. >
"Obviamente que ter a vacina como a política econômica mais eficiente também significa que ainda existem muitas incertezas. Mas uma crise é uma grande oportunidade. Vimos a aceleração da digitalização e a transição para energias [mais sustentáveis]. Manter essas condições é a única estratégia de crescimento", afirmou a executiva em um painel do Fórum Econômico Mundial.>
Segundo Botín, o setor bancário tem bastante liquidez, é altamente regulado e intensivamente supervisado, o que permite que o segmento dê segurança aos depositários e ajude na recuperação econômica.>
"Precisamos pensar à frente, sobre como o sistema financeiro pode manter esse papel de sustentar a economia. Principalmente na Europa, onde os bancos respondem pela parte majoritária de empréstimos feitos a PMEs [pequenas e médias empresas], que são as mais afetadas e vulneráveis da crise", afirmou.>
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Botín disse, ainda, que parte do processo de evolução dos bancos e do fortalecimento do sistema financeiro deve passar pela digitalização do setor.>
"A digitalização é uma grande oportunidade para termos uma maior inclusão financeira. Mas é preciso também permitir que os bancos compitam. Querer que façamos tudo com as mãos atadas e presas atrás das costas não é justo. É preciso nivelar o campo de jogo", disse.>
Em relação ao papel dos bancos na retomada econômica, o presidente da Axa, Thomas Buberl, afirmou que é necessário cautela para que as decisões de crédito sobre a economia não recaiam apenas sobre os bancos centrais.>
"Temos os bancos centrais tomando decisões de crédito sobre a economia, o que tradicionalmente sempre foi papel dos bancos. É preciso cautela para que esse não se torne o novo normal, garantindo o bom funcionamento do setor bancário e financeiro", afirmou.>
Para Buberl, apesar da importância do papel da política monetária na recuperação econômica, é preciso cuidado para não tirar o "mecanismo de seleção natural" dos mercados - situação que poderia acontecer pela injeção exagerada de estímulos na economia.>
O executivo fez referência à teoria evolutiva proposta por Charles Darwin, na qual o ambiente atua como selecionador natural de características predominantes, fazendo com que apenas os organismos mais aptos ao ambiente sobrevivam. "São pontos importantes de atenção para os próximos passos".>
"A política monetária ajuda o mercado a se recuperar, mas é preciso cautela para que essas distorções da economia não se tornem normais", disse.>
O presidente do Banco Popular da China, Yi Gang, também presente no painel, comentou sobre a necessidade de manter as políticas monetárias, fiscais e macroeconômicas ainda vigentes para assegurar uma retomada mais forte da atividade econômica.>
O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 6,5% no quatro trimestre de 2020 em relação a igual período de 2019. No ano, o avanço foi de 2,3% na mesma base de comparação. O índice de desemprego naquele país terminou o ano passado em 5,6% -abaixo da estimativa de 6%.>
"O Banco Popular da China injetou o equivalente a US$ 1,5 trilhão [aproximadamente R$ 8,1 trilhões] de liquidez no mercado ao longo do ano passado. A política monetária continuará a sustentar a economia mas, ao mesmo tempo, também estaremos atentos para os riscos", disse Gang.>
O executivo afirma que entre os principais riscos estão os níveis de endividamento e inadimplência do país, além dos riscos externos e do fluxo de capital.>
"Vamos manter o equilíbrio entre o apoio à recuperação econômica e à prevenção de riscos, garantindo políticas consistentes e das quais não sairemos de maneira prematura", afirmou Gang.>
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