> >
Retomada da operação da Samarco pode demorar mais de 1 ano após licenças

Retomada da operação da Samarco pode demorar mais de 1 ano após licenças

Mineradora pretende retomar atividades em Minas Gerais sem utilizar barragem de rejeitos, o que, segundo o governador Renato Casagrande, pode fazer reinício das atividades atrasar mais

Publicado em 4 de junho de 2019 às 21:10

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
(Fernando Madeira | Arquivo)

A volta das operações da Samarco pode atrasar um pouco mais. Isso porque a empresa pretende retomar suas atividades em Minas Gerais sem utilizar barragens de rejeitos, com a implantação total de um sistema de disposição e tratamento de rejeitos, que inclui a Cava Alegria Sul e a filtragem para o empilhamento a seco.

Segundo o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), como para voltar a operar a empresa quer ter concluído o novo sistema, isso deve atrasar ainda mais a retomada das atividades. "Com a decisão de fazer a filtragem de rejeitos, que é um novo método, isso vai gastar mais tempo. Depois de licenciado, deve demorar cerca de um ano para construir esse sistema, que vai dar mais segurança e permitir que cava tenha uma vida útil maior".

Em reunião com executivos da mineradora e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema nesta terça-feira (5), em Belo Horizonte, Casagrande afirmou que "está demorando muito" o processo de retomada da empresa e pediu agilidade. Ele explicou que a cobrança se deu em duas frentes.

A primeira foi pedindo a Samarco que analise alguma possibilidade que permita encurtar esse tempo de espera, para uma retomada mais breve. "Pedimos para pensarem em um mecanismo para agilizar e eles se comprometeram em conversar com os acionistas, que são a Vale e a BHP, para avaliar", disse Casagrande.

O segundo pleito foi pedindo rapidez ao Ibama e ao governo mineiro na liberação de licenças ambientais para que a Samarco possa volta a produzir minério no Complexo de Germano, em Mariana. 

Novela

Paralisada desde novembro de 2015 após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), a Samarco representava cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba. Com seu fechamento, o Estado sentiu um forte baque na economia com perda de arrecadação, fechamento de milhares de postos de empregos, além de gerar uma crise sem precedentes para Anchieta, que viu seu PIB em 2016 cair cerca de 70%.

Em entrevista recente, o presidente da Samarco, Rodrigo Vilela, afirmou que espera "uma retomada no segundo semestre de 2020" das atividades, tanto em Minas como no Espírito Santo. A expectativa é que o retorno seja gradual, inicialmente com 26% de sua capacidade produtiva.

Para voltar, a Samarco já obteve quase todas as anuências do órgão ambiental de Minas Gerais que ela precisava. Falta uma autorização do Ibama, que a empresa estima que saia em até dois meses, e posteriormente, as licenças finais das autoridades mineiras. 

A expectativa é que essa retomada inicial da mineradora crie de imediato 300 empregos diretos. Em Anchieta, além do Porto de Ubu, a empresa possui quatro usinas de pelotização alimentadas por três minerodutos que transportam ao minério produzida em Minas Gerais.

"Compensações da Renova estão a passos lentos"

Em Minas Gerais, o governador Renato Casagrande também se reuniu com a diretoria da Fundação Renova, criada pela Samarco para atuar na reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão. O objetivo também foi pedir agilidade nas obras e investimentos estruturantes na bacia do Rio Doce, já que, de acordo com Casagrande, as compensações estão caminhando a passos lentos.

"Estamos achando que a fundação, devido ao modelo de governança, está fazendo as compensações em passos lentos, e queremos agilidade. São ações que precisam ser implementadas que deixem um legado para a população da Bacia do Rio Doce", afirmou Casagrande. 

Este vídeo pode te interessar

Entre as demandas do Estado, estão rapidez em ações de reflorestamento, abastecimento de água e esgotamento sanitário, e iniciativas para promover o desenvolvimento das comunidades afetadas.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais