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Praia de Jacaraípe é a campeã em preço baixo na Grande Vitória

Praia de Jacaraípe é a campeã em preço baixo na Grande Vitória

Balneário teve melhor resultado entre 12 locais avaliados

Publicado em 20 de janeiro de 2019 às 01:43

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Clarice Lube, 61, há sete anos tem um quiosque na Praia de Itaparica, em Vila Velha. (Siumara Gonçalves)

O calor não dá trégua, e o verão convida para ir à praia. Mas, para aproveitar ao máximo esta estação e ainda economizar, é preciso ficar atento aos preços praticados nos balneários. De uma praia para outra, o coco pode ser até R$ 4 mais caro. Já o aluguel de um guarda-sol varia de R$ 10 a R$ 40, por exemplo.

Segundo levantamento feito por A GAZETA, a praia de Jacaraípe, na Serra, é a que tem a melhor média geral de preços na Grande Vitória, enquanto Peracanga, em Guarapari, registra os valores mais inflacionados.

Praia de Jacaraípe é a campeã em preço baixo na Grande Vitória

Para descobrir qual a praia mais cara e a mais barata, a reportagem percorreu, entre os dia 10 e 17 deste mês, 12 dos principais balneários da Grande Vitória, coletando os valores de 12 itens (peroá, porção de camarão, milho cozido, picolé ou chup-chup, espetinho, água de coco, refrigerante lata, cerveja latão, água mineral, caipirinha, aluguel de guarda sol e aluguel de cadeira de praia).

Com base nesse levantamento, foi calculado o valor médio que o consumidor precisaria desembolsar em cada praia para conseguir comprar uma unidade de cada produto listado.

Em Jacaraípe, o cliente pagaria um valor médio de R$ 149,70, o mais baixo segundo o levantamento da reportagem. Já em Peracanga R$ 201,30, o mais alto.

MAIS EM CONTA

De todas as praias visitadas, a Praia de Itaparica, em Vila Velha, é onde se encontra o menor preço do peroá frito. A porção que leva um peroá frito, farofa e vinagrete pode ser encontrada a R$ 10.

O motivo para o preço ser mais baixo no quiosque da Clarice Lube, 61 anos, é simples, segundo ela: “atrair o cliente”. Há sete anos ela e o marido trabalham no mesmo ponto. “Nós ganhamos um pouco menos vendendo nesse valor, mas conseguimos cativar tanto o turista, quanto quem frequenta o nosso quiosque na baixa temporada”, garante.

Clarisse ainda faz questão de lembrar que o peixe é fresquinho e vem de Marataízes. “Para ofertar o meu produto nesse valor, preciso calcular todas as margens, assim não levo prejuízo e o cliente sai satisfeito. Então, para as contas fecharem, o peixe precisa ter entre 250 e 300 gramas, que é o peso ideal”, explica.

Camburi, em Vitória, é onde está o milho mais barato, a R$ 3. Já a Bacutia, em Guarapari, é a praia que concentra a maior variação de preços do aluguel de guarda-sol: vai de R$ 10 a R$ 40.

PROMOÇÃO DE SEGUNDA A SEXTA

É debaixo do sol quente que os vendedores conquistam o freguês, muita vezes, na base da lábia. Mas o oposto também ocorre. Há comerciante que garante que, se o cliente for bom de papo, ele dá desconto no aluguel ou no produto comercializado.

Eliomar Santos Vieira, 36, que trabalha com o aluguel de cadeiras na Praia de Camburi, em Vitória, explica que muita gente pede desconto na hora do aluguel. “Quando o freguês chega com educação para conversar, estimula a gente a dar um desconto para ele, principalmente se estiver em grupo”, afirma.

Já o vendedor da Bacutia, Fernando de Souza, 57, conta que de segunda a sexta-feira vende o coco mais barato do que no final de semana. “Não dá para explorar o turista que vem até a praia para passar a temporada. Como o movimento é menor na semana fazemos um preço melhor”, conta.

TURISTAS LEVAM BEBIDAS DE CASA

Pelas areias das praias do Estado não é difícil encontrar pessoas com uma bolsa térmica. Na tentativa de driblar a “inflação do verão”, consumidores preferem levar de casa itens básicos, como água e suco, evitando gasto extra.

Ana Karenina Cavalho de Abreu, 46, e a filha Anna Vittoria são do Tocantis e curtem a Praia da Bacutia, em Guarapari. (Carlos Alberto Silva)

A farmacêutica Ana Karenina Carvalho de Abreu, 46, e a filha, Anna Vittoria, 11 anos, desde 2010 saem de Araguaiana, no Tocantis, de carro para a praia da Bacutia, em Guarapari. “Viajamos 2.750 quilômetros de lá até aqui. Se viéssemos direto seriam três dias de viagem. Ficamos um mês em Guarapari e, para economizar, ao invés de comprar água e suco na praia trazemos nossa bolsa”, conta.

Ela notou que apesar dos preços não terem subido na praia, alguns produtos diminuíram de tamanho. “O chup-chup e o salgado que são vendidos aqui estão menores em relação ao comercializado no ano passado”, compara.

BOA OPORTUNIDADE PARA EMPREENDER

“Escritório” de muitos ambulantes e quiosqueiros, as praias do Estado oferecem boas oportunidades para empreender e lucrar. Em Peracanga, Guarapari, por exemplo, um jovem de 20 anos passou de funcionário a patrão em apenas dois anos.

“Já trabalhei como vendedor de picolé, de salgado e de milho. Também fui garçom em quiosque. As pessoas sempre me falavam que eu tinha que ter algo meu. Há dois anos, com a ajuda do meu pai, consegui montar meu primeiro carrinho de milho”, lembra Edielton Mendonça.

Edielton Sobrinho Mendonça, 20 anos, vende milho na Praia de Peracanga, em Guarapari. (Carlos Alberto Silva)

O pai de Edielton fez manualmente o carrinho para o filho. Com o dinheiro que conseguiu vendendo milho, conseguiu comprar mais dois carrinhos. “Hoje tenho três carrinhos e duas pessoas trabalhando comigo. Um fica na Bacutia e eu e o outro funcionário estamos em Peracanga”, comenta o rapaz.

Tradição

Enquanto alguns estão apenas começando seus negócios, outros já têm tradição. Esse é o caso do vendedor Geraldo Francisco Moreira. Dos 60 anos de vida que tem, 32 são só de comercio às margens da Praia da Ilha do Boi, em Vitória. Quem passa na frente de sua barraca chama: Geraldo, tem chup-chup de quê?

“Tem mais de 33 sabores: coco com leite condensado, açaí, mousse de maracujá, abacaxi com hortelã, e muito mais. Qual vai ser o de hoje?”, ele responde.

Geraldo Francisco Moreira, 60 anos, vende chup-chup na praia da Bacutia, em Vitória, desde 1986. (Siumara Gonçalves)

Geraldo e sua esposa produzem o chup-chup em São Pedro e todos os dias levam para a praia da Ilha do Boi. “É bom saber que eles gostam daquilo que fazemos. Vi muita gente crescer aqui”, conta.

PREÇOS NAS PRAIAS DA GRANDE VITÓRIA (ENTRE OS DIAS 10 E 17 DE JANEIRO)

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