> >
Num mercado sem crise, vaca é vendida por R$ 1,59 milhão em leilão virtual em MG

Num mercado sem crise, vaca é vendida por R$ 1,59 milhão em leilão virtual em MG

Negócios devem apresentar alta de 50% em 2021, aponta presidente da ABCZ; pandemia cancelou evento presencial

Publicado em 5 de maio de 2021 às 06:51

Ícone - Tempo de Leitura min de leitura
A fêmea Sophie Ourofino, que foi comercializada por R$ 1,6 milhão em leilão em Uberaba (MG)
A fêmea Sophie Ourofino, que foi comercializada por R$ 1,6 milhão em leilão em Uberaba (MG). (Divulgação)

A pandemia da Covid-19 cancelou eventos agropecuários ou obrigou a mudanças no formato de feiras, que passaram a ser unicamente virtuais. O que não mudou, ao menos neste período do ano, marcado pela realização da Expozebu, em Uberaba (MG), foi a venda milionária de animais de elite, num mercado que dá sinais de viver longe da crise.

Desde o início da feira, cuja abertura ocorreu sábado (1), até esta terça-feira (4), os leilões oficiais da feira pecuária, promovida pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), todos virtuais, já movimentaram mais de R$ 18 milhões e registraram o maior valor no ano comercializado por um animal.

No domingo (2), a fêmea Sophie Ourofino, filha de Landau da Di Genio, foi comercializada por R$ 1,593 milhão durante leilão da fazenda Ipê Ouro.

Sophie, nascida em 4 de setembro de 2017 e que já era reconhecida no mercado como um grande animal devido às características fenotípicas e avaliações genéticas, é filha de Landau da Di Genio e Branca FIV Fcaraibas.

Landau, aliás, foi outro animal comercializado a preços milionários. Em 2018, no leilão Elo de Raça, realizado na Chácara Mata Velha, 50% dos direitos do animal foram vencidos por R$ 1,26 milhão, em valores nominais.

O leilão Ipê Ouro teve crescimento de 85% no faturamento, com a participação de 49 investidores, e confirmou as expectativas da organização da Expozebu de que o ano será promissor para o mercado.

Até o dia 22, serão realizados mais 12 leilões ligados à feira pecuária da cidade mineira, com expectativa de que os negócios apresentem crescimento de ao menos 50%, em média, em relação a 2019, quando a feira foi realizada pela última vez no formato presencial.

“Essa é a perspectiva que a gente tem com base nos eventos que aconteceram depois disso. Fizemos a Expogenética, ano passado, e tivemos crescimento de 66,9% de valor por animal. Como a Expozebu tem uma força maior, devemos crescer ao menos isso em valor por animal”, disse o presidente da ABCZ, Rivaldo Machado Borges Junior.

Os leilões oficiais da Expozebu já ultrapassaram R$ 18 milhões em faturamento. Três deles, com receita de R$ 5 milhões, ocorreram nesta segunda-feira (3).

O leilão Naviraí movimentou R$ 2,456 milhões com a venda de 24 animais. O mais caro custou R$ 443,9 mil.

Outro foi o leilão Essência do Tabapuá, que arrecadou R$ 1,879 milhão, com a venda de 84 animais —preço médio de R$ 22.378, com o mais caro deles vendido por R$ 150 mil.

No leilão Baby Girolando da Fazenda Mutum, a movimentação alcançou R$ 670 mil, com 60 animais comercializados, o mais caro deles por R$ 30 mil.

A Nelore Paraná, que já era uma das donas do animal, adquiriu inteiramente os direitos, que até então estavam compartilhados com a própria fazenda Ipê Ouro, Ourofino Genética Animal e Nelore Perciani.

“Foi um resultado excelente. Estamos nos primeiros leilões, ainda não chegamos à metade, mas os resultados são excelentes e superam os resultados do ano passado”, disse o criador Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, da Ipê Ouro.

Segundo ele, o potencial genético de Sophie, com características reprodutivas consideradas notáveis, garantiu essa valorização.

O cancelamento da Expozebu presencial foi definido há um mês, após a pandemia dar sinais claros de que não arrefeceria. Até então, havia a possibilidade da realização de um evento híbrido, limitado à circulação de 1.300 pessoas o dia todo no parque Fernando Costa, recinto que abriga a feira.

A decisão fez com que o principal evento da pecuária nacional não fosse realizado presencialmente pelo segundo ano seguido e foi tomada em conjunto com a Prefeitura de Uberaba.

Borges Junior disse ainda que o formato virtual “veio para ficar de qualquer forma”.

A previsão para 2020 era a de que a feira reunisse 300 mil pessoas no parque e gerasse R$ 250 milhões em faturamento.

Além dela, outras importantes feiras agrícolas também foram canceladas ou organizadas apenas digitalmente. Juntas, elas movimentaram em suas últimas edições mais de R$ 12 bilhões em negócios.

Este vídeo pode te interessar

Entre as feiras canceladas estão a Tecnoshow Comigo, em Rio Verde (GO), a Norte Show, em Sinop (MT), a Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães (BA) e a Expodireto, em Não-Me-Toque (RS).

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais