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Mulheres batalham por igualdade salarial

Mulheres batalham por igualdade salarial

Diferença de renda por gênero cai e já é baixa entre os jovens

Publicado em 8 de março de 2019 às 01:41

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Bárbara Bicalho Fabiano, assistente administrativa. (Marcelo Prest)

Igualdade é mais do que apenas uma palavra. É sinônimo de muitas lutas e conquistas profissionais, principalmente, para as mulheres. Com isso, o cenário onde homens ganham mais do que elas está ficando para trás. O mercado de trabalho vem se reinventando todos os dias para reduzir o abismo salarial existente entre os sexos. O exemplo desse avanço é maior entre os mais jovens, que exigem mais igualdade de oportunidades e de remuneração.

De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia, em 2017, no Espírito Santo, profissionais de 18 a 24 anos do sexo masculino recebiam, em média, R$ 1.385,36. As mulheres, R$ 1.288,10, diferença de 7% entre as remunerações.

Segundo o levantamento, quanto maior a idade dos trabalhadores, maior é a desigualdade. No entanto, os números também mostram que nos últimos cinco anos a disparidade entre os salários dos profissionais de até 39 anos está cada vez menor.

Em 2012, por exemplo, mulheres entre os 25 e 29 anos recebiam, no Estado, 16% a menos do que homens da mesma idade. Já em 2017 a diferença caiu para 11%. Enquanto que a diferença entre homens e mulheres de 40 a 49 anos passou de 19,63% para 22,41%, no período.

Uma mostra disso é o caso da Jessica Rodrigues Patrício, 28 anos,

e de Marcos Vinicio Gomes, 25 anos. Eles trabalham na Unimed Vitória. Atuam na mesma função e recebem o mesmo salário. Ela conta que trabalhar em uma empresa com política de progressão de carreira diminui a possibilidade de que homens recebam mais do que mulheres pelo mesmo trabalho. Já ele lembra que ter um salário igual é direito de ambos os sexos.

CONQUISTAS

A tendência apresentada no Estado é uma conquista para as mulheres. Os números mostram que as batalhas que encaram todos os dias estão surtindo efeito. Além disso, o cenário do Espírito Santo é muito parecido com o nacional.

Segundo a Rais, no país, a diferença salarial entre homens e mulheres entre 18 e 24 anos passou de 11,41%, em 2012, para 8,18%, em 2017. Já entre os 40 e 49 anos foi de 20,48% para 18,53%, no período.

A assistente administrativa Bárbara Bicalho Fabiano, 21 anos, começou a trabalhar aos 17 anos de carteira assinada. Ela conta que recebe o mesmo salário que funcionários do sexo masculino com a mesma faixa etária e cargo que ocupa, porém quando foi menor aprendiz sentiu o preconceito.

“Naquele período foi muito mais difícil conseguir uma vaga, pois as empresas preferiam contratar homens. Nós mulheres estamos ganhando nosso espaço porque estamos indo à luta e mostrando que temos direito a ocupar cargos de gestão. Estamos nos preparando para isso”, relata.

MAIS PREPARADAS

Segundo o professor da Fucape, Bruno Felix, especialista na área de gestão de pessoas, a pressão da sociedade, das universidades e dos veículos de comunicação para que as empresa sejam mais igualitárias com seus funcionários fazem com que as companhias precisem repensar o jeito de conduzir as políticas salariais e a gestão de pessoas. “Ainda temos o quesito qualificação profissional, que hoje é a melhor e maior forma para que as mulheres cheguem aos altos cargos”, comenta.

De acordo com os dados da Rais, em 2017, 60% dos profissionais no mercado formal de trabalho com ensino superior eram mulheres. Para o diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Luiz Paulo Vellozo Lucas, mesmo assim, a escolaridade ainda não é suficiente para melhorar a remuneração profissional, porque o tipo de ocupação e o setor onde o trabalhador vai atuar também influenciam nesse cálculo.

“Grande parte das mulheres atua em profissões ligadas ao comércio, às artes e aos serviços administrativos, que têm salários menores. Já os homens têm trabalhos, em geral, ligados à indústria, que tem um piso mais elevado”, explica ao acrescentar que as mulheres precisam de mais espaço nos setores ocupados hoje, na maioria, pelo sexo oposto.

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