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Lojas usarão fotos de clientes para liberar compras no Espírito Santo

Lojas usarão fotos de clientes para liberar compras no Espírito Santo

Na busca por diminuir os números de fraudes, lojistas vão usar o reconhecimento facial de clientes para liberar compras e crédito

Publicado em 24 de julho de 2018 às 00:13

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Reconhecimento facial. (Pixabay)

Na busca por diminuir os números de fraudes, lojistas vão usar o reconhecimento facial de clientes para liberar compras e crédito. A expectativa é de que com a implementação dessa ferramenta haja uma redução de mais de 50% no total de golpes aplicados no comércio.

O responsável pela criação dessa ferramenta tecnológica é o SPC Brasil, mas aqui no Estado ela está sendo disponibilizada para os 1,3 mil comércios associados à Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Vitória.

A base de dados do SPC já conta com aproximadamente 30 milhões de rostos associados as suas pesquisas. No Espírito Santo, os testes começaram a serem feitos há cerca de dois meses em duas empresas.

As informações foram coletadas por terceiros, principalmente comércios varejistas, ou por instituições ligadas ao SPC Brasil, que podem pedir que o consumidor seja fotografado enquanto a loja analisa se ele está com o nome sujo.

De acordo com a Adriano Ohnesorge, presidente da CDL Vitória, a implementação da biometria facial vai gerar maior segurança para quem compra e para quem vende. “Entendemos que essa é uma forma muito dinâmica e positiva para a aprovação do crédito, além de contribuir para a segurança do consumidor. Hoje, um dos grandes problemas que enfrentamos é de pessoas que utilizam o nome de outros para adquirir crédito ou comprar. Em alguns casos, chega a ser o próprio filho quem usa o nome de um dos pais”, relatou.

João Elvécio Faé, vice-presidente da Federação do Comércio (Fecomércio), explica que redes de utilidades domésticas, móveis e eletrodomésticos são as que mais sofrem com fraudes. “Qualquer iniciativa que venha a contribuir com a identificação do cliente na hora da compra é fundamental”, disse.

CADASTRO

Quando o cliente for comprar, no carnê ou crédito da loja, ou contratar uma linha de crédito, ele poderá realizar o cadastro do reconhecimento facial, que é facultativo. São coletadas informações como nome completo, telefone, CPF e endereço. Os dados são armazenados na base nacional do SPC.

De acordo com a advogada Yasmin Espigariol, é importante ficar atento à forma como está sendo feito o cadastro. “Tudo o que é imposto de forma que o consumidor não possa se recusar a fazer, no que diz respeito às informações pessoais dele, fere a Constituição e o Código de Defesa do Consumidor. Os dados pessoais de cada indivíduo são sigilosos, mesmo que ele queira e autorize sua exposição.”

Segundo o gerente de negócios da CDL Vitória, Geraldo Calenzani, hoje não existem muitos sistemas que impeçam as fraudes e que, com a implementação da biometria facial, será possível reduzir os casos em 50%.

Ainda de acordo com Calenzani, o sistema estará disponível para as lojas associadas à CDL Vitória. “A biometria facial está disponível para quem quiser usá-la e em todo o Brasil. A consulta será pela internet, no site da CDL. Basta que o comerciante peça para ter acesso à plataforma e a liberação é no mesmo dia”, explicou.

SEGURANÇA

A ferramenta do SPC foi anunciada uma semana após o Senado aprovar o projeto de proteção de dados. Para a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (PLC 53/2018) entrar em vigor é preciso a sansão do presidente da República.

Todos os dias, segundo o presidente da CDL Vitória, o site do SPC recebe, em média, 5 mil ataques em busca dos dados cadastrados. Mesmo assim, de acordo com Ohnesorge, a plataforma é extremamente segura.

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Para o advogado Paulo Neves Soto, o uso da foto como forma de reconhecimento da pessoa não implica na perda de privacidade. “O único porém é com relação à efetividade dessas tecnologias, já que assim como os sistemas tradicionais de biometria, ele pode ter falhas na leitura da identificação”.

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