A possibilidade dos supermercados voltarem a funcionar aos domingos no Estado ganhou mais um obstáculo na tarde dessa segunda-feira (12), durante uma reunião entre a Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio-ES) e o Sindicato dos Empregados do Comércio do Estado do Espírito Santo (Sindicomerciários). Com o objetivo de criar uma nova convenção coletiva dos comerciários, já que o documento anterior expirou no último dia 5 de novembro, o encontro terminou em um impasse.
Enquanto o sindicato dos trabalhadores defende que os supermercados continuem fechando obrigatoriamente aos domingos, como acontece desde 2009, os patronais propõem que esse funcionamento seja facultativo. Caso não se chegue a um consenso nos próximos dias, o imbróglio deve parar na Justiça.
"A Federação entende que facultar a decisão aos próprios estabelecimentos possibilita a geração de novos empregos. Acreditamos que esse cláusula das convenções anteriores é coisa do passado. Apenas o nosso Estado tinha essa proibição, e dificilmente aceitaremos que ela continue", ressaltou o presidente da Fecomércio, José Lino Sepulcri.
Segundo Sepulcri, mudanças podem até serem feitas no documento após as propostas dos trabalhadores, mas quanto a abertura aos domingos não haverá alterações. "Respeitamos a proposta feita pelos trabalhadores e vamos levar essas demandas aos nossos sindicatos filiados, com a possibilidade de fazermos algumas mudanças no documento, que será apresentado novamente até o final desta terça (13). Mas essa questão dos supermercados não deverá sofrer alterações".
O Sindicomerciários, por sua vez, alega que o descanso é de extrema importância para os funcionários dos supermercados. "Com exceção do período do verão, que tem muito turismo e alta demanda, é ideal esse fechamento aos domingos, já que os trabalhadores desse segmento enfrentam muitas horas extras e uma rotina cansativa de trabalho", explicou Rodrigo Rocha, presidente do sindicato. "Esperamos que a nova proposta, que será entregue, atenda melhor às nossas reivindicações".
Os trabalhadores também solicitaram que as lojas de rua e de shoppings sejam proibidas de abrir aos feriados, e pediram um ticket alimentação de R$18 por dia. "Na reunião de ontem, os lojistas já demonstraram que não têm interesse em modificar essa cláusula para os feriados, que sempre foi dia facultativo", rebateu o presidente da Fecomércio.
"Não existe possibilidade de entrarmos nessa negociação, assim como não consta na nossa planilha a verba necessária para oferecer esse ticket alimentação. O comércio está passando por uma situação precária nesta década, e já estamos oferecendo aos trabalhadores o seguro saúde, além de um reajuste salarial de 4,0043%, valor maior do que o oferecido na maioria dos Estados".
Ainda de acordo com Sepulcri, se as partes estivessem chegado a um acordo, a expectativa era de que a nova convenção já fosse assinada hoje, o que não ocorreu. "Nós esperamos que o documento final seja acatado pelos trabalhadores. Se isso não acontecer, essa assinatura será postergada até que haja uma decisão da Justiça", completou.
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