Publicado em 20 de maio de 2020 às 08:53
O Ministério da Economia anunciou nesta terça-feira (19) que prepara um sistema de liberação de crédito com garantia do Tesouro a micro e pequenas empresas por meio das maquininhas de cartão.>
A ideia é que a operação desses financiamentos seja feita por meio de uma parceria entre a Caixa Econômica Federal e empresas que operam os aparelhos de cartão.>
O objetivo é aproveitar a capilaridade das maquininhas no país, que estão nas mãos até dos menores empresários, para facilitar a concessão do crédito, especialmente diante da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.>
De acordo com o assessor especial do Ministério da Economia Guilherme Afif Domingos, após a aplicação neste momento de emergência, o mecanismo pode ser incorporado ao sistema.>
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"Vamos chamar as maquininhas para ajudar no processo porque elas têm interesse em manter esses pequenos negócios vivos. O banco empresta o dinheiro e a maquininha leva até a ponta", disse à reportagem.>
Hoje, já é possível obter crédito pelas maquininhas de cartão, mas, com a crise econômica, o governo decidiu oferecer recursos públicos como garantia a essas operações.>
Na liberação do crédito, valores que a empresa tem a receber na conta da maquininha também poderão ser usados como garantia da operação.>
O presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto de lei que cria um programa de crédito para micro e pequenas empresas. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (19).>
Pontos do texto foram vetados e voltarão para avaliação do Congresso, mas a essência da proposta foi mantida.>
O projeto cria uma linha de crédito estimada em R$ 15,9 bilhões destinada a esses segmento de empresas.>
O texto estabelece o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).>
A ideia é que ele sirva a essas empresas de forma permanente, não apenas no período de pandemia do novo coronavírus. >
Os bancos que fizerem parte do programa terão de operar com recursos próprios para conceder os créditos às empresas. No entanto, contarão com garantia aportada pelo Tesouro de até 85% do valor de cada operação. >
O texto libera a participação de fintechs e empresas do sistema de pagamentos, desde que regulamentado pelo Banco Central. >
Segundo Afif Domingos, o governo prepara uma Medida Provisória (MP) para autorizar a liberação do crédito do Tesouro que será usado na garantia. >
Também é necessária regulamentação do Conselho Monetário Nacional (CMN). Ele disse acreditar que o programa estará em pleno funcionamento na próxima semana. >
De acordo com a proposta, a linha de crédito para a empresa corresponderá a 30% da receita bruta anual registrada pela companhia. >
No caso de empresas com menos de um ano de funcionamento, o limite pode ser de até 50% do seu capital social ou de até 30% da média do seu faturamento mensal -o que for mais vantajoso. >
O dinheiro emprestado pode ser usado para o financiamento da atividade empresarial e para capital de giro, mas está vedada o seu emprego para a distribuição de lucros e dividendos. >
De acordo com a lei agora sancionada, a taxa de juros anual máxima aplicada no âmbito do programa é igual à Selic, acrescida de 1,25%. Já o prazo de pagamento é de 36 meses. >
Ao avaliar o texto, Bolsonaro vetou o dispositivo que definia que Receita Federal deveria encaminhar ao Banco Central informações sobre as empresas para que possam ser atendidas na liberação do crédito. O presidente argumentou que a proposta gera insegurança jurídica. >
Também foi vetado um artigo que prorrogou por oito meses o prazo para que os micro e pequenos empresários possam começar a pagar as dívidas. >
O governo afirma que a medida contraria o interesse público e coloca em risco a execução do programa. >
Outro veto diz respeito a uma proibição que os bancos consultassem bases de dado públicas ou privadas com informações do contribuinte para negar as concessões. >
Para o governo, essa medida liberaria crédito a empresas com risco de insolvência gerando potencial prejuízo aos cofres públicos. >
O presidente ainda vetou um ponto que adia parcelamentos de contribuintes com a Receita e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Programa semelhante foi anunciado pelo governo nesta semana. >
Ao justificar o veto no Diário Oficial, o Ministério da Economia argumentou que a medida acarretava renúncia de receita sem a indicação de fonte alternativa ou de estimativa do seu impacto financeiro. >
Segundo Afif, esse ponto não tem nenhuma relação com programas de crédito e, por isso, foi vetado para ser tratado em proposta separada. >
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