Publicado em 16 de julho de 2020 às 16:30
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o desemprego é a pior parte da crise causada pela pandemia do coronavírus e provavelmente vai "piorar antes de melhorar". Ele afirmou que as contas externas deverão apresentar melhoras.>
Apesar dos indicadores apresentarem sinais de recuperação, Campos Neto admitiu que alguns ainda estão frustrantes.>
"A recuperação de serviços frustrou um pouco. Entendíamos que os números de serviços ligados à indústria e à área de tecnologia viriam melhor", acrescentou o presidente do BC.>
Ele disse estar otimista com a recuperação da economia, mas que o governo não pode descuidar da área fiscal. Campos Neto ressaltou que existe hoje um "ambiente de convivência saudável" com um nível de dívida maior. "Todo mundo entende o desvio do ajuste fiscal, temos que mostrar convergência futura", completou>
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Ele afirmou que a saída da crise pode não ser organizada, com pressão política para manutenção de gastos.>
Em relação à agenda pós-pandemia, o presidente disse que deve seguir forte com os planos de competição e inovação e avançar no Open Banking. "Temos que voltar debate legislativo para a modernização do câmbio", completou.>
O presidente do Banco Central afirmou que o BC está "totalmente preparado" para operar na compra de títulos no mercado secundário. Esta é uma das ferramentas, aprovadas recentemente no Congresso, para que a autarquia possa atuar durante a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus.>
Campos Neto pontuou, ao mesmo tempo, que a atuação do BC servirá mais como um estabilizador de mercado, sem ter tanta característica de quantitative easing (QE, ou afrouxamento quantitativo).>
O presidente do BC pontuou ainda que a experiência trazida por outros países é a de que "quando você começa a usar veículos não convencionais, não tendo exaurido os convencionais, gera perda de credibilidade".>
Campos Neto participou nesta quinta-feira do evento virtual "Perspectivas para a Economia Brasileira e o Sistema Bancário", promovido pelo Itaú.>
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