Publicado em 3 de janeiro de 2020 às 12:52
Após uma ação militar dos EUA matar um dos principais líderes iranianos no Iraque, o presidente Jair Bolsonaro disse que vai tratar sobre o impacto da ação com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. >
Um ataque realizado pelos Estados Unidos contra um aeroporto de Bagdá, capital do Iraque, na madrugada desta sexta (3, noite de quinta no Brasil) matou o principal comandante militar do Irã e o líder de uma milícia local pró-Teerã. >
Ao sair do Palácio da Alvorada pela manhã, o presidente disse que havia tentado telefonar para Guedes e Castello Branco, mas que não havia conseguido contato. Ele nega que o governo possa fazer um tabelamento de preços, mas reconhece que, se houver grande alta, "complica". >
"Que vai impactar, vai. Agora vamos ver o nosso limite aqui. Se subir, já está alto o combustível, se subir muito, complica", afirmou. >
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O governo americano confirmou em comunicado que foi o responsável pelo bombardeio realizado por um drone e que a ação foi autorizada pessoalmente pelo presidente Donald Trump. >
Do ponto de vista econômico, há uma preocupação sobre a suspensão de abastecimento de petróleo, o que já gera impacto nos preços no mercado internacional. O Iraque, o segundo maior produtor da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), exporta cerca de 3,4 milhões de barris de petróleo bruto por dia.>
Bolsonaro não soube detalhar o que poderá ser feito para conter a alta dos preços dos combustíveis, já elevados no Brasil. Ele voltou a reclamar do impacto dos impostos e dos valores do transporte. Disse apenas que, para que isso seja alterado, é preciso "quebrar o monopólio". >
"O que eu queria que vocês fizessem é que mostrassem pro povo duas coisas: primeiro que eu não posso tabelar nada. Já fizemos esta política no passado, não deu certo. A questão do combustível, nós temos que quebrar o monopólio. A distribuição é o que ainda mais pesa nos combustíveis, depois, o ICMS", disse.>
O presidente não teceu comentários sobre a ação militar comandada pelos EUA que matou o general Qassim Suleimani. Ele disse que se reunirá nesta sexta com o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, para tratar do tema.>
Os militares, que formam a principal base de apoio do governo, sempre se mostraram contrários a um alinhamento do Brasil com o governo de Donald Trump nos conflitos do Oriente Médio.>
Na visão de generais próximos ao presidente, o país precisa manter uma posição neutra. Por outro lado, a ala ideológica do governo defende que o Brasil se posicione. >
Desde que assumiu o governo, Bolsonaro defende maior aproximação política e ideológica com os EUA e com Israel, ambos adversários dos iranianos. >
A morte do general Qassim Suleimani foi inicialmente anunciada pela TV iraquiana e depois confirmada pelo governo iraniano. Considerado um herói no país, o militar recebeu uma oração em rede nacional como homenagem e foi chamado de mártir. >
O ataque deve aumentar ainda mais a tensão entre Teerã e Washington.>
A ação teve impacto direto no preço do petróleo no exterior e deve pressionar o mercado brasileiro. >
Nesta sexta, os contratos futuros do petróleo subiam cerca de US$ 3 (R$ 12,09), diante das preocupações sobre a escalada das tensões regionais e a interrupção do fornecimento de petróleo. O petróleo Brent subia US$ 2,95, ou 4,45%, a US$ 69,2 por barril, às 8h19 (horário de Brasília).>
O petróleo dos Estados Unidos avançava US$ 2,62, ou 4,28%, a US$ 63,8 por barril.>
A embaixada dos Estados Unidos em Bagdá pediu nesta sexta-feira a todos os cidadãos norte-americanos que deixem o Iraque imediatamente devido à escalada nas tensões.>
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