Estúdio Gazeta
Ipemed
A velocidade com que o conhecimento em geral tem aumentado, muitas vezes, torna difícil acompanhar todas as mudanças pelas quais a humanidade passa. E o mesmo vale para o conhecimento médico, principalmente nos últimos dois anos, que tem se tornado um dos protagonistas no tratamento e combate à pandemia do novo coronavírus.
Um estudo realizado em 2011 pela American Clinical and Climatological Association mostrou que, nos anos 1950, o domínio humano sobre o conhecimento médico demorava 50 anos para dobrar. Em 1980, essa projeção foi revista para sete anos. Em 2010, caiu pela metade: 3,5 anos e, já na época do estudo, em 2011, a projeção para 2020 era de um ciclo de apenas 73 dias.
Se levarmos em conta todo o cenário deste e do último ano e os esforços conjuntos para descobrir uma vacina eficaz e tratamentos para a Covid-19, a sensação é de que esse tempo ficou ainda menor.
“A formação continuada e a perseguição ao conhecimento é o ‘arroz com feijão’ do profissional médico. Formamos médicos numa realidade em que o dia da formatura torna-se o primeiro dia de um exercício profissional cujo novo componente é o estudo. A atuação médica deixa de ser clínica apenas e a atualização passa a ser um elemento crucial do exercício profissional”, observa o diretor de Educação Continuada na Afya Educacional, André Raeli.
Isso porque a quantidade de conhecimento adquirida por um médico formado há 10 anos, quando saíram da faculdade, é bem menor do que a de um que está ainda estudando. E isso faz com que o profissional médico, afirma Raeli, busque constantemente atualização e aperfeiçoamento.
“Acredito, ainda, que a quantidade de especializações deva aumentar no futuro para incorporar essa dinâmica ampliação do conhecimento. Hoje caminhamos para uma formação centrada na atenção básica enquanto a indústria tem um olhar altamente especializado. Há, naturalmente, um grande hiato nessa formação que devemos minimizar”, observa.
A medicina anda junto com a tecnologia: do diagnóstico à cirurgia, passando por técnicas de tratamento e controle, as especialidades médicas têm se beneficiado com as descobertas tecnológicas. Neste cenário, algumas das tecnologias emergentes, como a inteligência artificial e a internet, provavelmente levarão a área para outros patamares.
Afinal, algumas tecnologias ainda disruptivas em certas áreas, como impressoras 3D e a realidade virtual, já são parte da rotina do tratamento médico em algumas regiões, como aponta o diretor de Educação Continuada na Afya Educacional. “Já existem dispositivos de ultrassonografia móveis sendo comercializados. Uma ideia delirante há poucos anos que se concretizou muito rapidamente, por exemplo. Difícil prever o futuro, mas antevê-lo tem sido uma realidade frequente”, diz.
Raeli ainda enfatiza que o médico, atualmente, tem acesso a um repertório muito maior de informação e consegue precisar muito melhor seu diagnóstico e propor prognósticos muito mais sofisticados e assertivos para as mais diversas situações.
“Do outro lado, manter a humanização das relações passa a ser um desafio crescente. Cada vez mais haverá um empoderamento do paciente, tornando-se mais crítico por um lado e mais provido de dados. As tecnologias são uma revolução que não deve ser parada. A telemedicina homologada em função do afastamento social é um exemplo simples de que as barreiras caíram e as oportunidades se tornam ilimitadas”, observa.
Uma das formas de preparar os profissionais que estão saindo hoje da faculdade e aqueles que buscam constantemente se aperfeiçoar e atualizar é optar por cursos de especialização médica. Investir em formas de estar por dentro não apenas das novas tecnologias quanto do que é importante para o conhecimento médico atual é uma das principais faces da medicina do futuro.
“Isso certamente é muito claro para os novos profissionais formados à luz da tecnologia da informação, mas talvez ainda não esteja muito claro para profissionais médicos formados há mais tempo. É necessário e latente, sobretudo, a adoção de novos hábitos por profissionais mais tradicionais”, observa Raeli.
Um exemplo é o que tem feito a Ipemed, instituição de ensino superior cujo foco são cursos de pós-médica. Os cursos são de pós-graduação e aprimoramento e têm duração mínima de 18 meses.
Segundo Raeli, a instituição busca acompanhar as revoluções e a tração das inovações do universo da saúde e preparar a classe médica em suas necessidades mais urgentes. “Sabemos que já chegamos no futuro e capilarizar e promover o conhecimento médico depende de um misto de fatores: estarmos debruçados em manter uma escuta ativa com os médicos, novas formas de construir e disseminar o conhecimento e, consequentemente, uma população cada vez mais sadia. O conhecimento médico progride, nossa formação acompanha”, diz.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta