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Do chão ao pão, projeto alimenta geração de trabalho e renda no Norte do ES

Do chão ao pão, projeto alimenta geração de trabalho e renda no Norte do ES

Em Cachoeiro do Riacho, Aracruz, ações da Suzano vêm ajudando a mudar realidades: produtores rurais ganharam autonomia para cultivar terras e mulheres viram a chance de crescer com padaria comunitária

Publicado em 29 de dezembro de 2023 às 18:37

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Na comunidade rural de Cachoeira do Riacho, em Aracruz, agricultores ganharam autonomia para cultivarem terras
Na comunidade rural de Cachoeira do Riacho, em Aracruz, agricultores ganharam autonomia para cultivarem terras. (Enzo Teixeira)
  • Curso de Residência

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Aos 60 anos, o agricultor Cosme Sena celebra a autonomia que tanto buscava e faltava em outras décadas de lida. O pedaço de chão na zona rural de Aracruz, de onde hoje consegue extrair uma produção diversificada, rende mais independência para a família, uma situação bem diferente daquela vivida como meeiro em outras áreas em tempos passados. No território onde mora, agora ele planta um pouco de tudo: café, pimenta, laranja, limão... “É muito bom, porque aqui eu trabalho para mim mesmo”, afirma o trabalhador, morador da comunidade de Cachoeiro do Riacho.

Também na comunidade, a poucos quilômetros de distância, Tcheiça da Silva Campista, 25, usa os frutos da terra colhidos por Seu Cosme e demais produtores locais para fazer bolos, pães, biscoitos, sucos, doces e outros preparos em um empreendimento comunitário. Recém-aberta, a Padaria Sabores do Riacho representa uma nova perspectiva de vida para ela e outras três mulheres, que fazem parte da iniciativa. A jovem virou padeira e viu as portas abertas para o trabalho e a renda. “Como muitas vagas de empregos estão muito longe, não tem como você sair daqui para trabalhar fora. Então, foi uma ótima oportunidade”, pontua

As histórias de Seu Cosme e Tcheiça se entrelaçam pelo Programa de Desenvolvimento Rural e Territorial (PDRT), uma frente concebida pela Suzano para assegurar melhores condições de vida para habitantes da zona rural onde a empresa atua. As ações mostram que, do chão ao pão, da agricultura à agroindústria, a cadeia de possibilidades pode crescer com engajamento e apoio.

“É melhor do que trabalhar para os outros”

Seu Cosme e a esposa Elzinete Assis Santos são beneficiados  Programa de Desenvolvimento Rural e Territorial (PDRT)
Seu Cosme e a esposa, Elzinete Assis Santos, são beneficiados do Programa de Desenvolvimento Rural e Territorial (PDRT). (Enzo Teixeira)

A família de Seu Cosme é uma das 18 beneficiadas do PDRT, implantado há dez anos pela companhia em Aracruz. As atividades desenvolvidas com os agricultores auxiliam na autonomia e independência financeira desses lares. São destinadas ao cultivo de diversas culturas, como café, aipim, pimenta-do-reino, frutas, feijão, entre outras.

Antes sem terras para plantar, o grupo agora tem de onde tirar o sustento nos 14 hectares disponibilizados pelo programa na localidade, por meio do contrato de comodato estabelecido com a Suzano. Toda a renda gerada com a comercialização dos produtos in natura e beneficiados, como o mel de cacau fabricado pelas famílias, é integralmente destinada aos agricultores. O objetivo é promover o desenvolvimento da comunidade do entorno da fábrica.

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Hoje eu tenho meio hectare disponível para cultivar. Aí eu comecei na luta. Eu e minha esposa [Elzinete Assis Santos, de 37 anos] fomos um dos primeiros contemplados, logo no início do programa. Nós dois, sempre lutando, começamos devagarinho, mas hoje já estou mais independente. É melhor do que trabalhar para os outros. Hoje, o dia que eu quiser vir trabalhar, eu venho. No dia que eu não quiser, vou descansar, porque já estou meio de idade.

Cosme Sena
Agricultor
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Em apenas alguns anos, o casal conseguiu transformar não somente as terras , mas também suas vidas. “Hoje em dia eu tenho 4,5 mil pés de café, 500 pés de pimenta. Tenho um de laranja, de limão, de tudo eu tenho um pouquinho plantado. Eu estou muito feliz, está dando para viver”, afirma o agricultor.

Na avaliação do consultor de Desenvolvimento Social da Suzano, Gerson Peixoto, o objetivo do programa é estimular a autonomia das comunidades rurais, vizinhas à fábrica em Aracruz, fortalecendo a organização social local. “Por meio do PDRT, a Suzano presta apoio técnico às famílias na produção e na comercialização dos seus produtos. Além disso, estamos sempre atentos às oportunidades de parcerias com outras comunidades que estão no mesmo território”, declara.

Capacitação assegura aprendizado

Além de terem a área para trabalharem, os pequenos agricultores de Cachoeiro do Riacho recebem capacitação técnica e as primeiras mudas para dar início às plantações.

Adriano Neves Rodrigues também aproveita os cursos gratuitos oferecidos pela Suzano em parceria com outras empresas
Adriano Neves Rodrigues também aproveita os cursos gratuitos oferecidos pela iniciativa. (Enzo Teixeira)

Adriano Neves Rodrigues, 24, é um dos contemplados mais novos e participa do projeto há cerca de um ano e meio. Nesse pouco tempo, ele garante que já teve muitos benefícios, como o aprimoramento de técnicas de plantio.

“Eu ganhei a muda de cacau da empresa e também o curso de poda, para a gente não plantar sem experiência, assim como no cultivo do limão, que vai ter oficina de poda para a gente aprender a plantar. Eu já até sei cultivar o limão, mas evoluir é sempre melhor”, destaca Adriano.

Colhendo o sustento

O produtor rural também reforçou que o maior benefício oferecido pelo programa foi a possibilidade de ganhar mais independência com seu trabalho. “O programa ajudou porque podemos trabalhar por conta própria. Você pode entregar sua mercadoria, tem o valor mais do seu suor. Trabalhar para você mesmo é uma grande vantagem. Hoje, fornecemos para a padaria, para mercados e vilas de Aracruz, sempre fazendo parcerias novas”, diz Adriano.

Jean Câmara Francisco enxergou no programa uma oportunidade de ter mais autonomia no trabalho
Jean Câmara Francisco enxergou no programa uma oportunidade de ter mais autonomia no trabalho. (Enzo Teixeira)

Também atendido pelo PDRT, Jean Câmara Francisco, 35, trabalha há mais de 10 anos na área cedida. Ele e sua família enxergaram nessa porta uma forma de terem controle sobre um pedaço de terra e, consequentemente, melhorar sua fonte de renda, já que não seria subordinado a alguém.

“Antes, eu não tinha área, eu era meeiro de café. Agora, essa terra aqui é minha, do meu pai, do meu irmão, tudo junto da minha família. Aqui é minha fonte de renda, cerca de 70% do que eu ganho vem daqui”, ressalta.

Envolvendo investimento, cultivo e capacitações, o programa apresenta significativos resultados, expressos também por números. Segundo um levantamento da Suzano, só no Espírito Santo, em 2021, mais de 6 mil toneladas de alimentos foram produzidas pelas famílias capixabas, o que gerou mais de R$ 15 milhões em vendas dos insumos.

Beneficiar para agregar valor

Padaria comunitária ajuda na construção da independência financeira de mulheres na comunidade
Padaria comunitária apoia mulheres na construção da independência . (Enzo Teixeira)

Depois de colher os frutos do trabalho na roça, o beneficiamento segue seu ciclo de geração de renda. Também parte do programa, a Padaria Sabores do Riacho ajuda no desenvolvimento profissional de mulheres da região.

Quatro mulheres, moradoras da região, fabricam os produtos que são vendidos na própria comunidade entre bolos, tortas, biscoitos, pães, sanduíches e outras receitas. Elas também acompanharam a criação do estabelecimento, aberto em agosto deste ano, desde o início e enxergaram na padaria uma oportunidade de começar uma nova profissão e adquirirem autonomia.

Tcheiça da Silva é parte da padaria Sabores do Riacho. Antes de ser padeira, ela cuidava da casa
Tcheiça da Silva trabalha na Padaria Sabores do Riacho. Antes de ser padeira, ela cuidava da casa. (Enzo Teixeira)

Tcheiça da Silva conta que estar num projeto só trouxe transformações positivas para o seu dia a dia. “Mudou nossa rotina totalmente, antes a gente ficava mais em casa o dia todo”, pontua

Muitos ingredientes são comprados nas mãos dos agricultores e usados para produzirem pães, bolos e biscoitos. “Aqui é tudo muito local. Compramos abóbora, coco, aipim, batata-doce, laranja limão, cacau. É tudo daqui. A gente tem um envolvimento bem legal entre os parceiros da região”, completa a padeira.

Antes de colocarem a mão na massa, as mulheres tiveram aulas sobre a preparação dos alimentos, ofertadas pela Suzano em parceria com uma escola de cursos de capacitação. Foi a concretização de um sonho para Ivanir Passos dos Santos, de 49 anos, que tinha o desejo de deixar a lavoura onde trabalhava.

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Eu sempre trabalhei na roça, só agora que eu comecei a trabalhar na padaria, fazendo os cursos e ajudando as meninas. A gente trabalha na roça, mas chega uma época que não dá mais, por causa do sol que é demais. Teve a oportunidade aqui da padaria, eu comecei a trabalhar. Eu comecei, fiz curso de trabalhar e gostei.

Ivanir dos Santos
Padeira
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Segundo Gerson Peixoto, é fundamental que a comunidade se capacite e cresça. “Nós, da Suzano, temos o propósito de gerar e compartilhar valor no território do qual fazemos parte, investindo em iniciativas de formação e geração de renda para as famílias destas comunidades.”, reforça o consultor da Suzano.

Enzo Teixeira e Daisy Silva são alunos do 26º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este conteúdo teve a supervisão da editora do programa, Andréia Pegoretti.

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