Acompanhe os bastidores da folia, conheça os personagens que fazem a magia acontecer e descubra curiosidades da festa que enche a ilha de cor e som com Any Cometti, comentarista do Carnaval de Vitória

Novo Império lavou a alma quebrando jejum de décadas

Escola da Grande Santo Antônio renovou a prateleira de troféus depois de 33 anos sem ganhar no Sambão do Povo. Título volta para a Capital após 13 anos

Vitória
Publicado em 14/04/2022 às 19h35
Desfile da Novo Império, a campeã do Carnaval de 2022
Desfile da Novo Império, a campeã do Carnaval de 2022. Crédito: Fernando Madeira

No primeiro Carnaval pós pandemia, o título principal volta para Vitória, capital do estado, depois de 13 anos entre Cariacica e Vila Velha. Ganham, no grupo especial e de acesso A, duas escolas nas cores da bandeira do Espírito Santo. Ou nas cores do pôr do sol mais mágico desse estado. Ou nas cores do manto de Nossa Senhora da Penha, que logo mais inicia sua festa.

Carnaval 2022 - Desfile da Novo Império
Carro alegórico da Novo Império . Crédito: Rodrigo Gavini

Por falar em Nossa Senhora, ganha a escola que falou a Santo Antônio. Que pediu em prece. Que fez do desfile procissão rumo ao título. Que peregrinou por 33 anos até esse campeonato. E que, por final, foi abençoada e teve seu único pedido concedido: a sétima estrela no pavilhão. Pôde soltar seu grito de "é campeã" ao mesmo tempo em que cantava a Santo Antônio. Que é Santo da fartura, da prosperidade e - em último caso, como ensinou a minha avó - casamenteiro, também.

Carnaval 2022 - Desfile da Novo Império
No primeiro plano, ala de baianas vestidas de noivas. Em seguida, ala de Exu - orixá sincretizado com Santo Antônio. E ao fundo, o carro alegórico representando a Basílica de Santo Antônio. Crédito: Fernando Madeira

E por falar em fartura, no acesso A ganha também uma escola que falou de fartura, de alimento. Falou do milho sem dizer a palavra "milho" uma vez sequer no samba-enredo. Falou de milho em terra capixaba. Capixaba, que era como os indígenas chamavam as roças de milho que nesse estado existiam. Depois de toda essa história, pode ser que você chame de coincidência, de destino, de poesia. Eu chamo de Carnaval. De escola de samba. E de escola de samba capixaba!

Desfile da escola de samba Chegou O que Faltava no carnaval de Vitória.
Bailarinos da comissão de frente da Chegou O que Faltava. Crédito: Rodrigo Gavini

Ao abrir o primeiro carnaval do Brasil, na abertura ainda durante o decréscimo de uma pandemia, entendemos o nosso papel. E quem é de fora veio pra somar, também. Entendemos e fomos entendidos como detentores de um carnaval digno. De um samba único. De escolas com dinâmicas e significados próprios. De entrelinhas e entremeios onde não se aplicam regras gerais de carnavais de Rio e de São Paulo. Nós temos essência! Somos o samba capixaba! Somos o imenso e inigualável Carnaval de Vitória.

Desfile da escola de samba Chegou O que Faltava no carnaval de Vitória.
Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Chegou O que Faltava. Crédito: Rodrigo Gavini

Finda o Carnaval, a coluna Ziriguidum se despede! Eu, Any, direto do Carnaval da retomada, lhes dou um até logo com o coração alegre e a alma em paz. Obrigada a todos que nos acompanharam em todos os nossos canais - A Gazeta, TV Gazeta, HZ e G1. As danças das cadeiras já começaram e em breve teremos notícias mais consistentes do próximo Carnaval! Em 2023, estaremos aqui, de novo!

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