Esquente os tamborins e fique por dentro dos bastidores do Carnaval de Vitória com Jace Theodoro

Dança dos microfones: as trocas de intérpretes nas escolas de samba

Confira mudanças na Jucutuquara, Boa Vista, Novo Império, Imperatriz do Forte e São Torquato

Publicado em 25/01/2020 às 05h01
Atualizado em 31/01/2020 às 12h56
Kléber Simpatia agora é intérprete da Novo Império. Crédito: Instagram/@klebersimpatia
Kléber Simpatia agora é intérprete da Novo Império. Crédito: Instagram/@klebersimpatia

Todos os anos rola dança das cadeiras nas escolas de samba. Este ano não foi diferente entre intérpretes das agremiações. Primeiro, Kleber Simpatia saiu da Jucutuquara e foi substituído por Breno Almeida, enquanto Celso Junior desligou-se da Novo Império.

CORTA PRO SEGUNDO TEMPO

Agora, Breno pede afastamento da Nação e vai acompanhar Xumbrega na Boa Vista como voz de apoio. Celso é convidado para o seu lugar. Enquanto isso, Kleber já havia assumido seu posto na Família Imperiana como intérprete oficial. Na Águia de Cariacica, Breno substitui Artur Kadratz, que se desligou da Imperatriz do Forte, enquanto Ricardinho, ex-Imperatriz, migrou para São Torquato. Ufa, foi uma dança para lá de animada dos vozeirões capixabas.

FALA, SAMBISTA:

“Tem escola de samba que recebe a gente muito bem, mas é no estilo: seja bem-vindo, fique à vontade... mas não mexe em nada não”. (De sambista veterano sobre as escolas rivais)

FILHA DE PEIXE...

Maria Alice, 9 anos, nunca se interessou por carnaval. Embora o pai Alessandro seja presidente da Novo Império e a mãe Larisse uma imperiana com pedigree, a menina reclamava do som alto da bateria e nem nos ensaios gostava de ir. No ano passado, pela primeira vez, ela reuniu as amigas, desfilou na ala das crianças e foi paixão ao primeiro desfile. Em casa, sem pretensões, sugeriu aos pais um enredo sobre crianças sem saber que o diretor de Carnaval da escola, Carlos Fabian, já tinha a mesma ideia. Nascia o enredo O beabá dos guris, desenvolvido pelo carnavalesco Peterson Alves. A “guria” Maria Alice entrou para a oficina de porta-bandeira e mestre-sala e este ano estreia ao lado de Gustavo, o partner de 8 anos, como casal mirim da escola de Caratoíra.

Maria Alice e Gustavo são o casal mirim da escola Novo Império. Crédito: André Christo/Divulgação
Maria Alice e Gustavo são o casal mirim da escola Novo Império. Crédito: André Christo/Divulgação

REALEZA DA DIVERSIDADE

Melanie Jordan, a primeira rainha trans do carnaval de Vitória, reconhece sua eleição como “um protesto contra a intolerância e o preconceito”. Seu primeiro nome foi escolhido em homenagem a atriz Mel Fronckowiak, mulher do ator Rodrigo Santoro, cujo primeiro nome é Melanie. A rainha trans divide o reinado com a também rainha Suellen Cecília, o rei Momo Augusto Ferrari, Eduarda Lima e Joyce Gonçalves, primeira e segunda princesas, respectivamente.

MUSA PERFORMÁTICA

Depois de deixar o posto de madrinha de bateria na Imperatriz do Forte, que ocupou por 14 anos, Stael Magesk é, desde 2018, a destaque performática da Unidos da Piedade. A estilista e produtora cultural encarna na avenida papéis em performances de dança-teatro e, neste ano, ela se insere no enredo dos Franciscos como uma personagem da Ópera do Malandro, o musical de Chico Buarque: a travesti Geni, que normalmente é interpretada por um homem. A ideia de Stael é representar uma Geni como símbolo dos excluídos, a personificação de uma causa social.

Stael Magesk é, desde 2018, a destaque performática da Unidos da Piedade. Crédito: Divulgação
Stael Magesk é, desde 2018, a destaque performática da Unidos da Piedade. Crédito: Divulgação

DANÇA E RITOS AFRO NA JUCUTUQUARA

A Jucutuquara promete muita dança na avenida. Os carnavalescos Jorge Mayko e Vanderson Cesar levam pra escola sua experiência com coreografias de comissões de frente e preparam três alas e um carro alegórico totalmente coreografados. A estreia da dupla no ninho da Coruja levará para o Sambão o enredo “Griot”, que trata da sabedoria ancestral do povo negro por meio de tradições e ritos africanos. Da cultura brasuca, Machado de Assis, Carolina de Jesus, Emicida e a nossa Elisa Lucinda serão alguns dos homenageados.

CAPIXABA POLÊMICA NA AVENIDA

A capixaba Luz del Fuego é tema do enredo Divina Luz da Chega Mais, escola do grupo de Acesso que desfila na sexta. Dora Vivaqua, seu nome de batismo, fez sucesso e causou escândalo como vedete de teatro de revista no Brasil e no exterior, dançando nua com cobras enroladas pelo corpo. Música de Rita Lee, filme com Lucélia Santos, peça de teatro e documentário de Ricardo Sá, a artista de Cachoeiro de Itapemirim é reconhecida por suas ideias avançadas sobre nudez e direitos da mulher. Rita Cadillac desfila no último carro da escola representando a bailarina e atriz, sucesso entre os anos 40 e 60, e precursora do naturismo no Brasil.

TATI VAI SER MAMÃE

Tati Braga, foliã das mais animadas que já desfilou na Jucutuquara e na Piedade até o ano passado, não estará na avenida este ano. E o motivo não poderia ser melhor: está grávida de João, nome provável do bebê. Mesmo adorando samba e com vontade de estar na passarela, a apresentadora do Bom Dia ES prefere curtir a gestação com o marido Vinicius Freitas só como espectadora dos desfiles.

FAMÍLIA QUE DESFILA UNIDA...

A Mug ganha reforço com toque familiar no time dos destaques. Juliana Kroebe, nora do presidente Robertinho e Eliane, e casada com o diretor de harmonia Slin Ribeiro, estreia como destaque de chão da escola com a fantasia Guardiã do Oculto. Até então espectadora dos desfiles, Juliana recebe aulas de samba com George Falcão, coreógrafo e passista da Mug. A fantasia, nas cores da escola, terá a assinatura de Flavio Rafalski e representa a crença nas divindades e nas forças da natureza.

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