Quem aqui nunca ouviu a história de um carro parado no trânsito com o motor comprometido em função da quebra da correia dentada? Situações como essas acabam acontecendo quando o momento das revisões periódicas é ignorado pelo proprietário do veículo.
E o artigo de hoje tem o objetivo de auxiliar os amigos leitores da nossa coluna em Motor A Gazeta a identificar a hora em que a correia dentada deve ser trocada.
Essa peça, que faz parte dos carros com motores à gasolina, é fundamental para o acionamento das válvulas no topo do cabeçote, a fim de que a combustão ocorra normalmente. É ela quem garante a abertura das válvulas, o sincronismo e o funcionamento dos pistões nos cilindros.
No passado, a correia dentada já causou muita dor de cabeça para os mecânicos, pois o tempo de vida útil era limitado e a sua quebra acarretava em enorme prejuízo para o proprietário que, não raras as vezes, não possuía recursos para realização do conserto que, por sinal, não ficava barato.
Recentemente, alguns motores com comandos de válvulas acionados por correia dentada, já não preocupam mais seus donos pois, além da lubrificação por óleo, o item passou a ser projetado para durar um ciclo de vida bem maior.
Por um lado ou por outro, a partir de agora o amigo leitor da coluna Motor A Gazeta vai ter acesso a dicas sobre quando é a hora de trocar a correia dentada do seu carro.
Vamos lá?
1. Onde identificar o momento da troca?
No manual do proprietário, e também no plano de manutenção do veículo, a troca da correia é indicada pela revisão que é medida por quilômetro rodado.
Geralmente a troca é indicada a partir de 60 mil km. Mas a partir de 40 mil km o item deve ser inspecionado pelo mecânico de confiança para verificar o seu estado de conservação e vida útil.
Um ponto de observação é que o tensor da correia também deve ser substituído, a fim de evitar travamento do mesmo por desgaste natural. É ele que mantém a correia ajustada na posição correta.
Marcas como Hyundai, Kia, Toyota, Jeep, Nissan, Mitsubishi, Suzuki, JAC e Honda, por exemplo, não utilizam correia dentada em seus carros de alto volume (que são veículos com capacidade para levar mais passageiros), sendo isso feito por corrente, sistema que elimina a necessidade do serviço e garante uma boa durabilidade ao motor.
Marcas premium também utilizam mais a corrente, embora algumas ainda usem a correia dentada em algumas aplicações, como a Audi, por exemplo.
2. E quando compro um carro usado, como saber a hora de trocar a correia?
Nos carros mais antigos, especialmente quando o veículo é adquirido usado, deve ser verificado o manual de revisões do veículo para saber se foram cumpridas as exigências estipuladas pela garantia do fabricante.
Se não for possível, indica-se a verificação do real estado com o mecânico de confiança para avaliar se é o momento da troca. Nessa ocasião, o tensor da correia e o rolamento também devem ser substituídos, por se tratarem de itens que garantem a funcionalidade do mecanismo da correia dentada.
3. Correia dentada em carros da VW
Em carros da Volkswagen, por exemplo, a correia dentada deve ser trocada a cada 120 mil km ou, antes disso, se constatada a necessidade nas revisões periódicas ou se identificada alguma anomalia.
A troca é feita junto com o tensor da correia e com a correia Poly-V, esta última responsável pelo acionamento e funcionamento de diversos itens do motor, como bomba d'água, alternador, compressor de ar, ar-condicionado e direção hidráulica.
4. Correia dentada em carros da GM
Em carros da General Motors, a quilometragem para substituição da correia dentada é de 60 mil km nos motores SPE/4, sigla que significa “Smart Performance Economy 4 Cylinders”, com tradução em português para “inteligência de desempenho e economia 4 cilindros”.
O serviço de troca da correia geralmente envolve a troca de óleo, fluido de freio, filtros de óleo, de combustível, de ar, velas e bujão do cárter (que é o item utilizado para vedação onde se armazena o óleo do motor/câmbio do veículo).
5. Correia dentada em carros da Fiat
Na Fiat, o motor Fire demanda a troca de correia dentada a cada 60 mil km e o serviço agrega também a troca do tensor de correia, que é importante para manter o item esticado de forma a evitar o patinamento e consequente problema no acionamento de válvulas.
6. Correia dentada em carros da Ford
Na Ford, os motores 1.0 três cilindros e 1.5 três cilindros, ambos Ti-VCT, em inglês, Twin Independent Variable Camshaft, com tradução para duplo comando de válvulas variáveis independentes, não possuem um período de troca de correia dentada, pois a mesma é lubrificada e dura o tempo de vida estimado do motor que, de acordo com a marca, é de 240 mil km. Mas para o motor Sigma ainda há necessidade de substituição. Destaco para o fato de que o propulsor presente no New Fiesta e Focus tem troca indicada aos 140 mil km.
7. Correia dentada em carros da Renault
O motor SCe da Renault (que é aquele que vem com a tecnologia Stop & Start que desliga e liga o motor automaticamente nas paradas) utiliza corrente lubrificada no lugar da antiga correia dentada da geração de propulsores anteriores. O sistema dispensa a troca mas, no motor antigo da marca, o período indicado para a substituição da correia é de 80 mil km.
E a dica final deste artigo é: não deixe de manter o seu carro revisado com a mecânica de confiança. Afinal, um carro com a manutenção em dia, além de evitar prejuízos, também promove um trânsito mais seguro.
Até a próxima coluna.
Forte abraço!
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