A Influencer Rayane Souza é uma das vozes no movimento Plus Size Capixaba. Já representou o Estado em diversos concursos de beleza Plus Size levando a bandeira do empoderamento e da auto estima da mulher Plus

A moda como aliada da autoestima

Rayane Souza diz que a moda, por muito tempo, foi feita para mulheres magras. Houve avanços, mas há muito o que melhorar

Publicado em 20/11/2019 às 17h53
Acessibilidade na moda. Crédito: Divulgação
Acessibilidade na moda. Crédito: Divulgação

Antigamente entrávamos nas lojas e encontrávamos apenas as numerações P, M e G e, com um pouco de sorte, um tamanho GG. Ir ao shopping e entrar em alguma loja deixava de ser uma diversão e se tornava um momento constrangedor e desanimador.

A moda, por muito tempo, foi desenvolvida para pessoas magras, e isso não é uma novidade. A questão é: o mundo é magro? As grandes passarelas realmente retratam a realidade do corpo feminino? Ou melhor, a realidade do corpo feminino brasileiro? Não entrarei na discussão a respeito da saúde, estou falando de acessibilidade na moda. Uma mulher precisa -  e gosta muito ! - de se vestir.

A moda Plus Size no Brasil e também no Espírito Santo vem ganhando sua notoriedade e seu espaço e se modernizando de tempos em tempos. Até porque, vamos combinar,  quantas vezes você, que é uma mulher gordinha como eu,  já entrou em uma loja e as roupas para tamanhos grandes pareciam mais capas de sofá da casa de nossas avós, ou modelos que pareciam ser desenvolvidos para nos escondermos?

Sem falar em diversas situações como chegar para uma atendente e perguntar: vocês trabalham com tamanho PLUS? E ouvir da mesma: ão, aqui só trabalhamos com tamanho NORMAL. Tamanho NORMAL? Será que nós somos anormais?

A moda vem se aperfeiçoando e ditando essa nova era de liberdade corporal que temos vivido. E contemplando - de maneira nada mais justa - o nosso interesse real de nos vestirmos bem! Claro que ainda existe aquele velho preconceito camuflado por comentários como: “o preto sempre emagrece!”, “pra usar um cropped precisa estar com a barriga retinha” ou “essa roupa não fica bem em mulheres cheinhas como você!”

Vamos partir da premissa de que não existem roupas para mulheres magras, assim como não existem roupas para mulheres gordas! Roupas são apenas roupas! E não são dotadas de significado algum, seja de gênero ou peso. Enfim, entendemos.

Quando começamos a olhar desta maneira, muitos pontos da nossa autoestima começam a ser trabalhados, e muitos “nós” da nossa insegurança na moda passam ser desfeitos. A ideia é acreditar que você e eu podemos usar absolutamente tudo que quisermos!

O mercado ainda precisa de algumas mudanças, novas marcas, novos conceitos, pra que possamos - de fato - transmitir o que queremos! Mas não podemos abrir mão de sermos mulheres modernas, descoladas, dotadas de estilo e de autoconfiança!

E não, não queremos nos esconder, não queremos disfarçar, queremos ser vistas e, principalmente, respeitadas como mulheres livres para ousar na moda como bem entendermos.

A moda é uma grande aliada para nossa autoestima. Com ela podemos brincar de sermos o que quisermos! E que ela seja, realmente, uma parceira para TODAS, sem distinções. Pois a acessibilidade na moda é uma necessidade e um direito.

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