Crítico de cinema e colunista de cultura de A Gazeta

"Dia do Sim": comédia da Netflix é mais divertida do que parece

"Dia do Sim", comédia familiar lançada pela Netflix, acompanha um dia de uma família que não pode dizer "não" aos três filhos

Vitória
Publicado em 16/03/2021 às 23h03
Filme
Filme "Dia do Sim", da Netflix. Crédito: Matt Kennedy/Netflix

Em 2008, Jim Carrey estrelou a comédia “Sim Senhor”. No filme dirigido por Peyton Reed, que depois ganhou destaque na direção dos dois filmes do Homem-Formiga para o Universo Cinematográfico Marvel, Carrey vive Carl, um sujeito pessimista que, depois de um curso de autoajuda sobre o poder do “sim”, decide dizer “sim” a tudo o que lhe é perguntado. Após uma mudança brusca de vida, com muitos acontecimentos bons, percebe também que está sem controle sobre ela. Ao fim, entende a necessidade de se equilibrar entre o “sim” e o “não” para conduzir sua vida da melhor maneira.

“Dia do Sim”, lançado pela Netflix, é praticamente o mesmo filme, mas levando as consequências para o núcleo familiar e com uma pegada ainda mais de”Sessão da Tarde”. Dirigida por Miguel Arteta, a comédia acompanha a família Torres, encabeçada pelo casal Allison (Jennifer Garner) e Carlos (Edgar Ramírez). Ambos viveram uma juventude de aventuras e se permitiram fazer de tudo, mas isso mudou com a chegada dos três filhos: Katie (Jenna Ortega), Nando (Julian Lerner) e Ellie (Everly Carganilla).

A necessidade de controlar o ímpeto das crianças fez que o “não” se tornasse mais habitual que o “sim” na vida de Allison - Carlos, por sua vez, é o pai gente boa e permissivo, deixando com a esposa todo o fardo do controle familiar. Um dia eles descobrem uma nova moda, o “dia do sim”, um dia em que os pais, salvo exceções em algumas situações, não podem dizer "não" aos filhos.

Praticamente todo o filme se passa durante o “dia do sim” dos Torres, o que garante situações bem divertidas não só para o público adolescente, mas também para adultos. Jennifer Garner e Edgar Ramírez estão ótimos, abraçando os papéis sem medo de parecerem ridículos. Por se basear no livro infantil escrito por Amy Krouse Rosenthal e ilustrado por Tom Lichtenheld, “Dia do Sim” tem pegada de filme família, sem grandes conflitos e com lições apenas prontas para serem compreendidas ao final de tudo.

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Filme "Dia do Sim", da Netflix. Crédito: Matt Kennedy/Netflix

Apesar da fórmula, o filme é bem mais divertido do que aparenta ser, com personagens secundários engraçados e diálogos espertos principalmente em sua primeira metade. “Dia do Sim” é muito mais interessante enquanto explora os acontecimentos do dia do que quando parte para as consequências dos tantos “sim” ditos pelos Torres.

“Dia do Sim” é um filme seguro e convencional, que dificilmente vai surpreender o espectador, mas isso não é uma escolha feita ao acaso. Miguel Arteta opta por um filme seguro, confiando nas situações criadas pelo texto e no carisma de seus atores.

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Filme "Dia do Sim", da Netflix. Crédito: Matt Kennedy/Netflix

O texto traz boas referências para os adultos e com certeza vai funcionar melhor com quem já tem experiência de ter filhos em casa. Apesar disso, o filme tem problemas de ritmo. As situações parecem meio episódicas, quase nunca se relacionando com outras que acabaram de acontecer, como se fossem esquetes sobre a dificuldade de criar os filhos, mas isso nunca compromete.

Ao fim, “Dia do Sim” é o que o público espera que ele seja, um filme leve e divertido, com mensagens de aprendizado para pais e filhos e piadas para todos os públicos - tudo, afinal, é uma questão de equilíbrio.

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