Crítico de cinema e colunista de cultura de A Gazeta

Crítica: Linda Hamilton é coração de novo "Exterminador do Futuro"

"Exterminador do Futuro: O Destino Sombrio" é metade continuação e metade recomeço para os filmes da franquia

Publicado em 29/10/2019 às 05h00
Exterminador do Futuro: O Destino Sombrio. Crédito: Paramount/Divulgação
Exterminador do Futuro: O Destino Sombrio. Crédito: Paramount/Divulgação

O fato de ser o primeiro “Exterminador do Futuro” com envolvimento direto de James Cameron desde o 1991 diz muito sobre “Exterminador do Futuro: O Destino Sombrio” O filme funciona com aquela pegada entre ser uma continuação e um remake, na mesma linha de “Star Wars: O Despertar da Força” (2015).

A volta de Cameron, agora no papel de produtor, representa também o retorno de Sarah Connor (Linda Hamilton), a verdadeira protagonista dos primeiros dois filmes e o coração que faltou em “Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas” (2003), “Exterminador do Futuro: A Salvação” (2009) e “Exterminador do Futuro 5: Gênesis” (2015). Por mais que a imponente figura de Arnold Schwarzenegger seja o rosto da franquia, ela sempre foi sobre sobrevivência, não sobre um ciborgue futurístico ou algo do tipo. “O Destino Sombrio” entende isso.

Em 2022, um exterminador modelo Rev-9 (Gabriel Luna) aparece na Cidade do México para eliminar a jovem Dani Ramos (Natalia Reyes), peça-chave para a sobrevivência humana no futuro. Dani é resgatada por Grace (Mackenzie Davis), uma humana aperfeiçoada tecnologicamente que viajou no tempo para protegê-la - uma premissa bem parecida com a do primeiro filme. Logo surge no caminho das duas uma velha conhecida do público, Sarah Connor, uma mulher fortemente armada e que passou as últimas décadas caçando exterminadores.Após alguns desentendimentos básicos e muita ação, o público recebe o que espera: Arnold Schwarzenegger.

Exterminador do Futuro: O Destino Sombrio. Crédito: Paramount/Divulgação
Exterminador do Futuro: O Destino Sombrio. Crédito: Paramount/Divulgação

“O Destino Sombrio” se liga diretamente a “O Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento Final” (1991), mostrando logo de cara a linha traçada pelo diretor Tim Miller (“Deadpool”) ignorando os outros três. A ambientação é ótima, com sequências grandiosas de ação, explosões, efeitos especiais e boas atuações. Linda Hamilton é canastrona, mas é o rosto com o qual o espectador vai se identificar de cara. Tanto Natalia Reyes quanto Mackenzie Davis se mostram escolhas acertadas para completar a trinca de protagonistas mulheres.

O exterminador Rev-9 não apresenta praticamente nenhuma novidade em relação aos já apresentados a partir do T-1000 (Robert Patrick) no segundo filme. Trata-se de uma máquina de matar e vai eliminar quem aparecer entre ele e sua missão.

Como era de se esperar pelo histórico de Tim Miller, cujo único filme dirigido até hoje é “Deadpool”, “O Destino Sombrio” é um refresco à franquia em cenas de ação, principalmente de luta corporal. Miller domina as câmeras, os ambientes  e coloca o espectador tenso na cadeira. Ele entrega toda a adrenalina esperada pelos fãs em vários momentos, mas é nos embates entre o Rev-9 e Grace que o diretor brilha com coreografias criativas e interação do que os cerca.

“O Destino Sombrio” ironicamente se beneficia de menos Schwarzenegger em tela. Seu T-800 demora a aparecer, criando uma tensão no público, e quando o faz é de maneira tranquila, vivendo disfarçado em uma pequena comunidade. A química entre Schwarzenegger e Hamilton continua funcionando e rende ótimos diálogos. Cabe ao ator austríaco, inclusive, os alívios cômicos do filme.

“O Exterminador do Futuro: O Destino Sombrio” não é perfeito, mas devolve dignidade à franquia após quase 30 anos. Tim Miller recria as dinâmicas que funcionaram no sprimeiros filmes e injeta uma linguagem mais moderna. O filme abre novas possibildades para a saga, mas também funcionaria bem como um encerramento para toda a saga.

NOTA: 7,5

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